sábado, 13 de março de 2010

Um escândalo chamado BNA

"Como é que um banco emissor pode ter autoridade sobre os bancos comerciais, se não consegue arrumar a sua própria casa? Como é que um banco emissor pode infundir confiança no mercado, se as fugas de informação partem do seu interior? Como pode um banco emissor ter ignorado as denuncias feitas, durante anos, por bancos comerciais relativas à subtracção de 1OO a 15O mil dólares/dia em cada remessa de um milhão de dólares? Como é que um banco emissor pode exigir aumento de qualidade dos serviços dos bancos comerciais para assegurar a introdução de novos produtos como o leasing, factoring, sociedades de capital de risco, correctoras de bolsa e outros, se há mais de oito anos que não consegue influenciar em conjunto com o Ministério das Finanças a aprovação da regulamentação da lei das actividades financeiras? O que aconteceu no Banco Nacional de Angola configura o desmoronamento de uma das instituições mais nobres da nação. O que aconteceu no Banco Nacional de Angola configura o descrédito perante um terramoto que ameaça instalar a desconfiança dos operadores económicos no sistema bancário. O que aconteceu no Banco Nacional de Angola coloca-nos à beira do precipício. Aqui chegados, uma pergunta se impõe: onde estiveram, ao longo destes anos todos, os serviços de supervisão do Banco Nacional de Angola para impedir o descomando e o desfile de desmandos que tomaram de assalto a instituição? Gustavo Costa in Novo Jornal(5-03-10)