quarta-feira, 7 de abril de 2010

Dia Mundial da Saúde sob o lema Urbanização e Saúde

MENSAGEM DO DIRECTOR REGIONAL DA OMS PARA ÁFRICA POR OCASIÃO DO DIA MUNDIAL DA SAÚDE 2010 7 de Abril de 2010 "Ao assinalarmos hoje o Dia Mundial da Saúde, subordinado ao tema Urbanização e Saúde, gostaria de aproveitar esta oportunidade para chamar a atenção relativamente aos perigos para a saúde pública que a urbanização apresenta, e como estes poderão ser abordados nos países da Região Africana. As cidades proporcionam grandes oportunidades para a prosperidade das pessoas e famílias. Ao mesmo tempo, a maioria dos habitantes citadinos vive em condições que os expõem a perigos extremos, que afectam tanto a sua qualidade como a sua esperança de vida. Aliás, em muitos países da Região Africana, a urbanização tem vindo a ultrapassar a capacidade dos governos em disponibilizarem a infra-estrutura necessária para tornar a vidas nas zonas urbanas segura e saudável. Calcula-se que quase metade da população urbana em África sofra de pelo menos uma doença atribuível à falta de água segura e de saneamento adequado. Todos os anos, nada menos do que sessenta (60) cidades registam um surto de cólera. Os governos enfrentam o enorme desafio de garantirem que serviços essenciais, como cuidados de saúde, abastecimento de água, habitação e gestão dos resíduos sólidos, são adequados para corresponder às necessidades das populações. Estes problemas são agravados pelo rápido crescimento e o alastrar de bairros de lata em muitas cidades. O sobrepovoamento e a qualidade geral das habitações nestes bairros de lata, onde vive a maioria da população, são motivo de profunda preocupação. As pessoas que vivem na pobreza, em zonas que carecem de planeamento urbano, sofrem, de forma desproporcionada, de toda uma variedade de doenças. Uma alimentação pouco saudável e a falta de exercício físico nos habitantes citadinos afectados pela pobreza, contribuem para uma aumento do risco de doenças não transmissíveis, tais como obesidade, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Devemos ter sempre em mente que a saúde é um direito que assiste a cada ser humano e que os seus determinantes podem ser influenciados de forma positiva. Um crescimento urbano cuidadosamente planeado pode promover um desenvolvimento construtivo da população e contribuir para melhorar o seu estado de saúde. Cabe aos indivíduos, sociedade civil e governos o papel e a responsabilidade de defender este princípio. Investir no transporte activo; promover uma dieta saudável, a segurança alimentar, o planeamento urbano e a actividade física; fazer cumprir as leis antitabágicas; melhorar as condições de vida e de trabalho, incluindo a habitação, abastecimento de água e saneamento básico; e disponibilizando comodidades e serviços que promovam as actividades recreativas, serão bastante úteis para ajudar a atenuar os risco de saúde nas cidades. É fundamental que o público em geral e a população urbana em particular adoptem estilos de vida mais saudáveis, praticando uma actividade física regular, tendo uma alimentação saudável e reduzindo o consumo de tabaco e de álcool. Pela sua parte, a OMS continuará a trabalhar junto dos governos, sociedade civil e parceiros de desenvolvimento, para promover a elaboração de políticas e de medidas para alcançar resultados sustentáveis em matéria de saúde nas cidades."