sábado, 18 de setembro de 2010

NJ enganou-se redondamente!

Esta semana o Novo Jornal enganou-se redondamente ao considerar que os primeiros jornalistas angolanos no pós-independência foram formados em 1979 na ex-Jugoslávia. Na verdade a primeira acção de formação neste dominio teve lugar entre Agosto e Dezembro de 1976, em Berlin na Escola de Solidariedade afecta a União dos Jornalistas da já extinta RDA, conforme documenta a foto que fomos buscar aos nossos arquivos. Para além dos profissionais idos de Angola, tomaram parte nesse curso intensivo colegas provenientes da Guiné-Bissau (Quintino1/Fernando Pereira/Quintino2), Cabo-Verde (Arnaldo Andrade-actual embaixador do seu país em Portugal, António Palma e Aristides Lima- actual Presidente do parlamento caboverdeano), São Tomé e Principe (Ovídeo Pequeno- já foi chefe da diplomacia do seu país, sendo actualmente o embaixador de STP em Washington DC, e Juvenal-Jujú).
De Angola, continuo a citar de memória, participaram pela Rádio Nacional- Ilda Carreira(Baiana), Humberto Jorge e Lucrécio Cruz, pelo Jornal de Angola- Paulo Pinha e Dino, pelo extinto Diário de Luanda-Reginaldo Silva e Álvaro Faria, pela TPA-Rocha e Carmelindo e pela Angolp- Juca (já falecido), Nazaré Vanduném e Frederico.
Estou certo que antes da formação realizada na ex-Jugoslávia e depois de Berlin, a primeira, terá havido pelo menos mais uma que decorreu na Argélia.
Entre todas estas acções formativas dos primeiros anos do pós-independência, admito que o curso da Jugoslávia terá sido o mais o sólido (ou o menos intensivo?), tendo em conta a sua duração que se prolongou por um periodo de cerca de um ano. O de Berlin não ultrapassou os 4 meses.
De recordar que parte da carga horária do curso da ex-Jugoslávia foi preenchida com matérias de formação ideológica (lavagem cerebral) relacionadas com a divulgação do "titismo" que era uma variante do comunismo não-alinhado da época (anti-soviética) praticada na dissidente Jugoslávia, então dirigida pelo lendário Marechal Joseph Broz Tito.
Para que conste na história da formação dos jornalistas angolanos, aqui fica lavrada a minha contribuição e o meu protesto com um cartão laranja endereçado ao NJ pelo mau serviço prestado ao jornalismo, embora admita que tenha sido involuntário.