quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Prémio Maboque: Finalmente o regresso às origens

Este ano o Prémio Maboque de Jornalismo (PMJ) premiou com o seu maboquinho mais saboroso no valor de cem mil dólares, o jornalista José Rodrigues da LAC pelo seu desempenho à frente do programa de entrevistas com personalidades da nossa vida nacional (mas não só), o Café da Manhã.
Trata-se de um projecto politicamente plural e socialmente abrangente que o Zé criou e tem vindo a manter há já vários, muitos, não sei bem quantos anos.
Foi uma premiação a todos títulos justa, antes de mais porque resgata o verdadeiro espirito do prémio, que tem a ver com o incentivo à regularidade e à permanência ao serviço do jornalismo, tendo a qualidade profissional como pano de fundo bem presente e como segundo critério de distinção entre todos quantos cumpram o quesito fundamental.
De facto o PMJ não tem por base a realização de um concurso específico como acontece com outros galardões, o que o distingue dos demais e torma mais complexa e subjectiva a sua atribuição.
Algumas das últimas atribuições do PMJ ignoraram quase por completo o critério da permanência e da regularidade, privilegiando o desempenho pontual, com base em algum trabalho de maior vulto produzido pelo candidato.
Uma destas atribuições chegou mesmo a violar de forma grosseira o regulamento do Prémio no que toca à condição profissional do galardoado.
O Juri do Prémio deveria este ano merecer também os nossos parabéns, o que só não acontece devido à clamorosa falha que foi a não atribuição do segundo maboquinho mais valioso, a Menção Honrosa (MH), no valor de cinquenta mil dólares, por alegada falta de qualidade.
A MH é uma distinção atribuída ao jornalista angolano que, não sendo vencedor de qualquer prémio, tenha merecido o reconhecimento do Júri pelo seu desempenho profissional.
Efectivamente e se não houver outra explicação mais complicada do ponto de vista da transparência para esta subtracção, só mesmo problemas graves do foro oftalmológico, como a miopia, podem justificar a não atribuição da MH.
Uma decisão que chega a ser ofensiva para a própria classe.
PS-A escolha do Américo Gonçalves para o Prémio Homenagem também merece os nossos mais vivos encómios, enquadrando-se a mesma perfeitamente no espirito original do PMJ
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comentários: Gil Gonçalves disse... Há qualquer coisa aqui que não bate certo.Por exemplo discordo do texto sobre o José Rodrigues porque quando se trata de criticas à governação ele corta-as de imediato. E a LAC não é um tentáculo do nosso Pravda e do nosso Politburo? 9 de Setembro de 2010 21:21 Gil Gonçalves disse... Porque o prémio seria bem entregue a Rafael Marques 9 de Setembro de 2010 21:42 Anónimo disse... Muxima: Rafael Marques fez ou seja tocou na colmia do jornalismo investigativo que este país bem precisa, Reginaldo. E o mais ousado seria mesmo pelo menos entregar a menção honrosa ao Rafael e a Menção Honrosa a Rádio despertar. Claro que fazendo isso, no dia seguinte o César e a Maboque desapareceriam num apce. Temos medo de dizer isso. Mas a verdade é que a Maboke com esse gesto seria reconhecida internacionalmente. Nem o Juri nem a Maboke tiveram coragem para tal. resta-me dizer, que o teu Mabokinho ó Reginaldo foi justo a MPLA e ainda menos a Angola. Como o dinheiro deve ser cavado daquele lado, temos de aceitar, porque quem conhece o journalismo Angolano a Lac e Rodrigues não são carne nem peixe. E por isso nem aquecem nem arrefecem. Quem é justo e atento me dará razão. Se não o fazem agora, deixe que o tempo o fará. Sim o sabor é mesmo a mabokinho, pois ainda estamos longe do Maboke das nossas matas do norte de Angola. 10 de Setembro de 2010 01:39