quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Parapoetizando Manguxi

Quando voltei a Luanda a minha eterna e pacata Vila-Alice tinha quase desaparecido engolida por um monumental engarrafamento, que nem sequer me deixava tirar o carro da garagem
Regressei no momento exacto para avisar a amiga Chiquinha (do GPL) que isto está muito mau, com a agravante de poder ficar ainda pior ao abrigo das leis de Murphi
(aliás pensei que já nem a ia encontrar no doce cargo, tendo a propósito recordado o que em tempos disse o seu "hómologo" BB ainda no tempo do Job: Luanda é um cemitério de quadros)
Não percebi bem se o riso das crianças tinha desaparecido, mas desconfio que elas acham cada vez menos graça a esta cidade madrasta (sobretudo os betinhos quando passam horas e horas nos autocarros escolares)
Quando eu voltei a semana passada
qualquer coisa de muito estranho me dizia que a circulação rodoviária em Luanda (mesmo com a proibição das ditas sucatas) começa a não ter solução, podendo a qualquer momento paralizar a cidade por completo
Quando eu voltei
Tudo e todos (como sempre) discutiam em voz bem alta estes e outros problemas, sem que niguém me convecesse da justeza das suas soluções
PS- Esta "parapoetização" foi inspirada no "Içar da Bandeira", um poema que AN dedicou aos "Hérois do povo angolano".
Os novos hérois somos agora todos nós pela nossa extraodinária capacidade de enfrentarmos todos os dias com a maior das coragens o engarrafamento que já é nesta altura o maior inimigo de Luanda e dos seus milhões de habitantes.