quarta-feira, 28 de abril de 2010

Novo Executivo dá primeira conferência de imprensa

A "dikota" Xana Aragão da Angop acabou por protagonizar o momento mais "tenso" da conferência de imprensa, ao questionar, de forma algo imprecisa, Carlos Feijó sobre a auto-atribuição por parte de Manuel Vicente, o PCA da Sonangol EP, de um por cento à sua pessoa, do capital de uma das subsidiárias do grupo, a nova SHPLS, criada para gerir todas as participações financeiras da petrolífera angolana.
O Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil da Presidência, Carlos Feijó, que dirigiu este primeiro encontro com a imprensa do novo Executivo, não se fez rogado e esclareceu Xana e todos nós que continuamos com a pulga atrás da orelha:
"A pergunta está viciada por falta de rigôr. Disse e mal que o engenheiro Manuel Vicente tem um por cento do produto do petróleo. Nada de mais infame se poderia dizer. Ninguém tem um por cento do produto do petróleo. Talvez, tecnicamente, a pergunta tenha sido mal formulada. Mas também nada me impede de esclarecer o seguinte: Do que se trata é de um mecanismo juridico-societário a partir do qual, para a constituição de uma sociedade, que é subsidiária, se utilizou como se faz em qualquer parte. O Presidente do Conselho da Administraçao da empresa para titular um por cento ou o que fosse, desta sociedade, mas ao mesmo tempo são criados mecanismos juridico-societários internos que bloqueiam o tiular dessas acções de livremente delas dispôr, por um lado, e por outro lado há uma espécie de renuncia de direito a resultados. É isto que foi feito."
O que é preciso saber agora é que mecanismos internos são esses e se eles têm o necessário respaldo legal.
O assunto continua a ter pernas para andar...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Várias lições de economia (actualizado)

As considerações que poderão ler neste post são a sequência do debate iniciado com as recentes declarações do PCA do BESA, Álvaro Sobrinho, ao "Semanário Económico", que, com a devida vênia, transcrevemos para o nosso Morro.
O nosso anónimo colaborador, que, pelos vistos, não é um leigo na matéria, tem uma visão bastante abrangente do actual problema que "estamos com ele"e a sua contribuição tem particularmente em linha de conta as reflexões críticas avançadas a respeito por JCRC, que abaixo voltamos a reproduzir.
Trata-se de uma abordagem que, estamos certos, em muito poderá ajudar os decisores deste país a melhorarem os seus instrumentos de intervenção no mercado.
Aqui vai ela:
"Penso que o problema é um bocado mais complexo do que a forma como é colocado no apontamento de JCRC. Em primeiro lugar é preciso entender o papel fundamental da política monetária para ajuizarmos a validade das opções que estão a ser tomadas.
No nosso caso, o papel reservado à política monetária é o de ajustar permanentemente os fluxos de emissão e esterilização de moeda, aos fluxos de receitas e despesas do Tesouro.
Para isso são utilizados dois instrumentos fundamentais: as Reservas Obrigatórias e os Leilões de Divisas a Taxas Flutuantes.
Perante o declínio do preço do petroleo e consequentemente das receitas do Tesouro, a Autoridade Monetária ajustou a taxa de reservas Obrigatórias (medida correcta), mas deixou de utilizar (incorrectamente) os Leiloes de Divisas como instrumento primordial para a conversão dos dólares dos impostos, em kwanzas, antes de serem utilizados para pagamento da despesa orçamental.
Como resultado o peso do ajustamento concentrou-se únicamente no volume de recursos que os Bancos devem deixar a guarda do Banco Central (reservas Obrigatórias) e na Taxa que regula a cedência pelo Banco Central de liquidez aos Bancos (taxa de redesconto). Como conseqência os juros dispararam para os níveis que conhecemos hoje.
O custo fiscal de tais medidas é nulo, mas o custo económico começar a atingir proporções gingatescas!
Ora, uma vez que as receitas do Tesouro até já devem ter recuperado o seu comportamento normal, em função da subida do preço do petróleo nos últimos meses, então não faz sentido manter as medidas restritivas de liquidez (significa afrouxar o nivel das reservas obrigatórias e diminuir a taxa de redesconto - era isso que indirectamente o Dr Álvaro Sobrinho estava, com razão, a pedir!) mas sobretudo, é preciso voltar a adoptar o mecanismo de esterilização antecipada das receitas petrolíferas, por via de Leilões Competitivos de Divisas.
Isso vai nos dar uma taxa de câmbio competitiva que por si só evitará a práctica de operações cambiais abusivas. Se esta economia tem de funcionar, então é preciso flexibiliar as operações cambiais para importações, invisíveis correntes e viagens a taxas de câmbio flutuantes do mercado secundário.
Se mesmo assim ainda se duvidar das responsabilidades que os Bancos têm na auto regulação do sistema financeiro, então o Banco Central poderia licenciar à posteriori algumas dessas operações cambiais (sem esquecer que o País já aderiu ao livre fluxo de capitais nas operações da Balança de Transações Correntes - conforme mandam os Estatutos do FMI).
O crescimento económico decorre de tudo isso. Com estabilidade fiscal, monetária e cambial, crescemos.
Sem isso não crescemos!
Mas contrariamente ao JCRC, eu não creio que uma economia em que o Petroleo representa mais de 50% do PIB possa crescer sem se recorrer às reservas acumuladas pelo sector petrolífero.
A liquidez do sector petrolífero deve servir sim para alavancar o crescimento do sector não petrolífero através da importação de bens de capital, importação de tecnologia de ponta e investimento em projectos de longa maturação."
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JCRC disse...
Meu caro, Penso que já tinha dito nesta casa que a política monetária angolana é completamente inovadora, não há manual nenhum de economia que sugere o aumento das taxas de juro como receita para combater o crescimento fraco.
Álvaro Sobrinho está certo quando diz que taxas de reserva obrigatória de 30% reduzem significativamente o espaço de manobra dos bancos, sobretudo se considerarmos que os títulos de dívida públicos são remunerados à 24%, ou seja, o banco comercial não pode emprestar dinheiro em kwanzas abaixo da taxa directora (24%) porque em alternativa podem deixar o seu dinheiro no BNA e receber mais 24% no fim do ano, ou seja, não esperando fortes desvalorizações/depreciações do kwanza, para quem tem muitos kwanzas, aplicar em TBCs é o melhor investimento que existe no país. Com a intenção de acumular dinheiro para fazer face as suas despesas o governo orientou o BNA à: (i) aumentar a taxa de reserva obrigatória e (ii) aumentar a taxa de juro de referência (TBC) que tem muitos contras: 1. Congelamento do crédito nos bancos comerciais 2. Forte taxa de incumprimento dos clientes que contraíram créditos a taxas variáveis no "bom tempo" 3. Baixo investimento privado (sector não petrolífero) 4. Sem investimento, não se criam empregos 5. Forte pressão inflacionista por estrangulamentos no processo de importação de mercadorias. Os nossos governantes venderam nos últimos anos a imagem do "trabalho do governo" quanto ao crescimento registado (2003-2008), mas muitos atentos sempre chamaram a atenção para o petróleo que foi o principal factor do crescimento (aumento da produção e dos preços, sendo que quem produz são estrangeiros e os preços são ditados no mercado). Num mundo com petróleo mais barato e com restrições da OPEP (quem teve esta ideia de nos amarrar ao cartel dos sauditas?) os nossos dirigentes têm demonstrado uma incapacidade constrangedora.
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Gil Gonçalves disse... Sobre os comentários dos nossos doutos economistas.
No fundo são meras discussões académicas, das quais quase há cinquenta anos nelas nos perdemos. Quando a coisa é tão fácil de tratar, como disse António Champallimaud: o que é necessário é um governo que governe, quadros que dirijam e trabalhadores que trabalhem.
Teorizar a vaidade não adianta, até porque a ciência económica vale-se e perde-se no desentendimento da pura demagogia.
Excepção para os verdadeiros doutores em economia, os quais respeito e admiro. Vicente Pinto de Andrade e Justino Pinto de Andrade. 27 de Abril de 2010 20:26 Gil Gonçalves disse... E meus caros, o problema não é económico, é político. 28 de Abril de 2010 11:22 JCRC disse... Amigo Gil,
Angola tem dois problemas: político e económico, como deve calcular, estão umbilicalmente ligados.
A política económica de Angola é simples: vender petróleo.
É o caminho da facilitismo, a reformas necessárias não são feitas.
Mais ganharia o país de o excedente da Sonangol fosse investido na indústria no sentido da diversificação em vez de comprar todos os bancos da praça com aval do governo.
Se em vez de investir no imobiliário português investíssemos na alta educação melhor colocado estaria o país.A "nossa" crise económica era anunciada (O Manuel Nunes Jr. é que demorou a acordar) desde a campanha elitoral, porque quando os grandes caem, o preço das matérias-primas caem também. Claro que a diversificação não basta para se proteger de crises internacionais, é preciso uma procura interna forte e enquanto não se melhorar distribuição de rendimentos (como fez o Brasil), não chegamos lá. 29 de Abril de 2010 12:20 JCRC disse... WD,
Claro que o problema é mais complexo.
A esterilização, na prática, consiste em vender dólares no mercado primário.
O BNA absorve os kwanzas dos bancos comercias e estes ficam com dólares para responder as necessidades do seus clientes, este sistema que muito fez pelo processo de desinflação, contribui igualmente para o agudizar da economia "com duas moedas" (kwanza e dólar).
A esterilização é na verdade um mecanismo de gestão de moeda, o modelo definido para o kwanza requer largas somas de divisa para satisfação da procura.
Quanto as receitas fiscais do petróleo caíram, o BNA passou a usar Reservas Internacionais (RIL) para manter o valor da moeda, mas quando as RIL reduziram-se assustadoramente, o BNA viu-se obrigado a reduzir o fluxo da torneira e o kwanza caíu.
Aí fica exposto o problema da dependencia do petróleo, o país precisa de exportar mais bens para ter fontes alternativas de divisas, de outra forma continuaremos a viver a boleia do Oil&Gas.
O mecanismo de esterilização de divisas, só voltará aos níveis ateriores quando a arrecadação de divisas aumentar à um nível que permita ao BNA vender dólares sem prejudicar as RIL. 29 de Abril de 2010 12:41 Gil Gonçalves disse... Uma escravidão atrai outra escravidãoA economia depende em absoluto do sistema político. É como um exército, que depende do seu general. Se ele for bom estratega, há desempenho, vitórias.Hitler chegou onde chegou porque tinha bons generais. Pelo contrário, Mussolini estagnou porque tinha maus generais.Em suma: a economia depende do chefe. Se ele não funciona, a economia arrasta-se, afunda-se. 29 de Abril de 2010 21:24

3 de Maio-Dia Mundial da Liberdade de Imprensa: O Direito de saber, o Direito de estar informado (em castelhano)

Mensaje de Irina Bokova, Directora General de la UNESCO, con motivo del Día Mundial de la Libertad de Prensa 3 de mayo de 2010 Este Día Mundial de la Libertad de Prensa, cuyo tema es la libertad de información, nos brinda la oportunidad de recordar cuán importante es nuestro derecho a saber. La libertad de información es el principio según el cual las organizaciones y los gobiernos tienen el deber de compartir la información que poseen con cualquier persona que la solicite o de darle fácil acceso a ella, en cumplimiento del derecho del público a estar informado. El derecho a saber es esencial para defender otros derechos fundamentales, para fomentar la transparencia, la justicia y el desarrollo. A la par del principio complementario de libertad de expresión, el derecho a saber es un pilar de la democracia. Quizá no siempre ejerzamos este derecho de manera consciente. Pero cada vez que abrimos un periódico, sintonizamos las noticias en la radio o la televisión, o navegamos por Internet, la calidad de lo que vemos o escuchamos depende de que esos medios de difusión tengan acceso a información exacta y actualizada. Los obstáculos que se yerguen ante nuestro derecho a saber cobran diversas formas, desde la carencia de recursos y la insuficiencia de infraestructuras hasta la obstrucción deliberada. Demasiados periodistas ejercen su oficio en un contexto en el que las restricciones a la información constituyen la norma, y en que la presión, el hostigamiento, la intimidación e incluso las agresiones físicas forman parte de su labor cotidiana. El año pasado, la UNESCO condenó los asesinatos de 77 periodistas. En su mayoría, no se trataba de víctimas de guerra sino de reporteros que cubrían noticias locales. Invito a cuantos conmemoran hoy el Día Mundial de la Libertad de Prensa a que observen un minuto de silencio en recuerdo de aquellos a los que ya no podremos ayudar, para honrar a los periodistas que sacrificaron sus vidas en aras de nuestro derecho a saber. Pero también es preciso reconocer hoy los progresos importantes logrados en este ámbito. Cada vez son más los países del mundo entero que adoptan leyes para garantizar la libertad de información. Estas medidas facilitan la supervisión de la acción gubernamental y refuerzan la rendición de cuentas al público. Entre tanto, la existencia de una tecnología más rápida y más barata permite, como nunca antes, que un número cada vez mayor de personas tengan fácil acceso a información procedente de fuera de su entorno inmediato. Es hora de que aprovechemos esos adelantos, fortaleciendo las instituciones, impartiendo la formación necesaria a los profesionales de la información, fomentando una mayor apertura en nuestros sectores públicos y una mayor conciencia en el público. Exhorto a los gobiernos, la sociedad civil, los medios de difusión y los particulares a que colaboren con la UNESCO en la promoción de la libertad de información en todo el mundo. Irina Bokova

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quem copiou quem?

Sinceramente, acho os indicativos da Zimbo e da TPA muito parecidos entre si, não havendo muitas dúvidas quanto ao facto das duas locais terem ido beber o mesmo conceito à SIC-Notícias. A "confusão" é tão grande que, no outro dia uma pessoa que me é muito próxima, mas não faz muita diferença entre os canais, jurava-me a pés juntos que a Analtina Dias tinha deixado a TPA e já estava a trabalhar na TV/Zimbo. Cedo descobri que a "confusão" estabelecida pela minha fonte era apenas o resultado da semelhança existente entre os indicativos dos noticiários da TPA e da Zimbo, depois da Analtina ter voltado aos ecrãs do canal público, como pivot de informação. Já agora e aproveitando esta história das semelhanças, o que mais gostaría de ver nos próximos tempos era que a TPA se aproximasse um pouco mais da Zimbo em matéria de critérios editoriais, com destaque para o contraditório, o pluralismo e a abrangência. Neste âmbito não me importava mesmo nada que as duas ficassem bem parecidas uma com a outra, desde que fosse a TPA a copiar por inteiro a concorrência, sem fazer da Zimbo nenhum modelo de virtudes jornalísticas que ainda está longe de ser. Ganharia antes de mais o direito constitucional dos cidadãos a serem informados sem impedimentos nem discriminações. Sairíamos todos a ganhar, menos alguns "caras" que eu conheço muito bem e que, embora já pertençam ao passado, mantêm-se bem presentes nas redacções com todo o seu excesso de zelo e como verdadeiros cipaios de uma política cinzenta e baça que ninguém assume em público. Já agora, aconselhava vivamente as duas concorrentes locais a copiarem o paradigma editorial SIC-Notícias, que este sim é o meu modelo de virtudes jornalísticas, até onde é possível ir a liberdade de imprensa. Como já "xerocaram" o indicativo, façam agora mais um esforçozinho e copiem tudo o resto. Vá lá... Vá lá...

O País está (mal) parado...

Por várias vezes, nos últimos tempos, temos sido confrontados com a ideia do "País estar parado".
Esta ideia, note-se, começou a "germinar" nas conversas do dia-a-dia depois da nova Constituição ter entrado em vigôr, devendo por isso haver um qualquer nexo de casualidade entre os dois momentos.
O País de que nos falam os nossos interlocutores preocupados com a suposta imobilização angolana é, sobretudo, o País das instituições, o País oficial, o País dos ministérios e das secretarias de estado.
Só que quando este País pára, se de facto estamos mesmo diante desta realidade, o outro do País onde estamos todos nós, por razões demasiado óbvias, adormece, fica sem saber o que fazer, entra em parafuso, começa a xinguilar.
Um dos nossos interlocutores justificou a sua constatação sobre o alegado marasmo do País, com o facto de todo o poder executivo estar agora concentrado nas mãos de uma só pessoa, que é o Presidente da República.
Esta concentração de facto e de jure pode ter introduzido uma outra (falta) "dinâmica" no desempenho do País que nos governa, que não está a ser melhor companheira para a urgência de algumas tarefas que aguardam luz verde para serem executadas.
O que é mesmo facto, plasmado na nova Constituição, é que os Ministros agora só têm poderes delegados pelo Presidente da República, pelo que os seus decretos executivos e despachos antes de serem publicados em Diário da República têm de passar pelo Gabinete do Titular do Poder Executivo, para receberem a necessária autorização.
A outra referência que está na origem do actual marasmo tem a ver com o (não) pagamento da dívida pública, situação que já se arrasta há cerca de dois anos, e que só pode estar a provocar os mais diferentes e profundos estragos nos tecidos empresarial e social, nomeadamente com o aumento da taxa de desemprego, mas não só.
Tendo as obras públicas e as aquisições do estado no mercado a extraordinária importância que têm na movimentação da economia, fácil é de concluir que o País deve estar mesmo parado, enquanto este bloqueio não for ultrapassado, numa altura em que algo já deve estar a ser feito depois do Ministro do Urbanismo e Habitação, José Ferreira, ter dado a conhecer este mês que a dívida pública com os empreiteiros ia começar a ser liquidada imediatamente.
Convém referir que existem outros credores não afectos ao sector das obras públicas que igual e desesperadamente aguardam que o Estado olhe para eles e pague os kilapis que lhes deve.

domingo, 25 de abril de 2010

(FLASHBACK-ABRIL 2001)- Luanda, as obras e a paciência que se esgota

Ponto prévio: Este artigo dado à estampa há cerca de dez anos, parece ter sido escrito ontem. Passados que são já alguns, longos e penosos meses desde que Luanda entrou em obras, pode-se dizer que a nossa cidade está actualmente transformada numa verdadeira máquina trituradora de carne humana. De facto os luandenses e todos os seus convidados nacionais e estrangeiros que se atrevem a circular pelas principais artérias da capital estão a ser diariamente triturados pelas máquinas de um governo que mesmo quando quer facilitar, acaba por complicar demasiado a vida dos cidadãos, a tal ponto que as pessoas ficam sem perceber o que realmente se pretende. Para consolação temos uma administração que todos os dias nos pede desculpas pelas antenas da rádio e da televisão, sabendo à partida que quer as aceitemos quer não, as coisas vão continuar a sua marcha. Lentamente. Como se as desculpas curassem alguma coisa. Como se as desculpas nos devolvessem os neurónios gastos a pensar nervosamente, desesperadamente, em mil e uma alternativas para não sucumbirmos ao cerco total que o Governo montou a esta cidade de São Paulo de Assunção que já foi de Loanda, quando era mais pequena, mais simpática e mais colonial. Luanda agora escreve-se com um ú apertado, que todos os dias se afunila ainda mais, com todos os prazos de conclusão das diferentes obras já ultrapassados. (…) Mas que estranhas obras públicas serão estas que por onde passam deixam a população ainda pior do que já se encontrava? Para agravar tudo e mais alguma coisa, a caprichosa terra angolana descobriu este ano os prazeres dos banhos de chuveiro, depois se ter cansado da caneca; estamos naturalmente a falar dos famosos banhos de lata que têm entre os angolanos os seus maiores apreciadores à escala planetária. Por razões técnicas, um bom banho de lata, note-se, é para ser tomado a dois. Note-se igualmente que a humanidade deu um salto importante na sua evolução quando descobriu o chuveiro. Foram exactamente estes intensos banhos de chuveiro que vieram refrescar a memória de todos nós que a certa altura ainda acreditamos que Luanda tinha finalmente entrado em obras para resolver os seus graves problemas estruturais. Nada disso. Afinal, está-se apenas a dar uns toques nos passeios e nos jardins e pouco mais, com a edificação de umas “estranhas” passagens inferiores e superiores pelo meio, com que se pretende devolver, em termos mais visuais do que práticos, o “orgulho” perdido da capital. (…) Ficamos a saber, sem saber exactamente de que se trata, que Luanda já tem, faz algum tempo, um estudo elaborado pelo Banco Mundial sobre as linhas mestras de desenvolvimento das suas infra-estruturas. Mais do que isso o referido “manual” já recebeu a bênção do próprio executivo que, pelos vistos, só agora com as chuvas parece ter tomado uma decisão em relação à sua implementação. Muito mais do que isso e para nosso espanto total, ficamos igualmente a saber que Luanda continua a não ter um Plano de Desenvolvimento da Cidade, que só agora vai começar a ser elaborado por um grupo de trabalhos que ainda nem sequer foi constituído. Enquanto procuramos saber algo mais sobre as tais linhas mestras do Banco Mundial, a sentença, em forma de “atestado de incompetência”, já foi ditada. Luanda representa demasiada areia para o “katukutuku” de Aníbal de Rocha, tendo a este respeito o governador ouvido do “Camarada Presidente” alguns “mimos” que passamos a citar pela importância das suas prováveis consequências futuras. “ A ordem de grandeza e a complexidade dos problemas acumulados ultrapassa de longe a capacidade e a competência das administrações locais do Governo Provincial, para os equacionar e resolver”. Caro Aníbal, Posto isto só nos resta desejar-lhe boa sorte para o resto da caminhada que se propôs realizar, com a certeza de que Luanda é Angola e o resto é mato, estando por isso mais ou menos condenadas ao fracasso todas as tentativas de se governar a capital a partir de uma estratégia de poder local. Por outro lado, fica de algum modo difícil perceber quem é que está efectivamente a coordenar ( se é que existe mesmo alguma coordenação) as obras que transformaram Luanda no actual suplício para os seus habitantes. Pela informação colocada na via pública fica-se com a ideia de que a maior parte das obras nem sequer tem como proprietário o Governo de Luanda, tendo sido as referidas encomendadas por organismos da administração central. Assim sendo estaremos certamente a cometer alguma injustiça se apenas transferirmos para o vetusto palácio da Ingombota todo o nosso desconsolo pelas privações, verdadeiras torturas diárias, a que temos vindo a ser sujeitos. Seja como for, o rosto que mais tem dado a cara em toda esta “trapalhada” é efectivamente o de Aníbal Rocha.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Juros em alta-Será o Governo o grande culpado?

Sobre o aumento das taxas de juros gostaríamos de chamar a vossa atenção para as recentes considerações que o PCA do BESA, Álvaro Sobrinho fez ao "Semanário Económico".
Talvez as mesmas nos ajudem a responder à questão colocada em epígrafe.
Com a devida vénia aqui vão elas:
(...)
O que faz disparar as taxas de juros de crédito é a escassez de dinheiro dos depósitos. Os depósitos da banca praticamente não cresceram, o que não aconteceu em anos anteriores. Em anos anteriores, os depósitos cresciam numa média de 30 a 40% ao ano.
(...)
Temos que olhar para as normas, para a lei. E a lei é cada vez mais restritiva(...), essas restrições são ainda mais severas em relação aos bancos, aos quais impõe graves condições para a concessão de crédito. Portanto, nós hoje temos uma rigidez monetária que nos obriga a ter muito dinheiro paralisado, o que nos impede de dar crédito….
(...)
Os países mais desenvolvidos têm taxas de bancarização e depósitos de quase 100% da população. Nós temos 7%. Não é possível. O Banco Central, ao ter 30% dos recursos, no fundo, está a enxugar liquidez aos bancos e até tirar dinheiro aos bancos que poderia ser usado no crédito. E poderia ser injectado na economia.
(...)
Se não há dinheiro não há liquidez, logo não faz sentido ter reservas mais altas. Se há muita liquidez tem sentido ter reservas mais altas. O exemplo que temos é o Brasil. Teve reservas altíssimas, mas depois teve que ajustar as suas reservas em função da liquidez que tinha no mercado. Quando há muito dinheiro para não gerar inflação, aumenta-se as reservas; ora não havendo dinheiro para tirar ao mercado como é que se faz?
Álvaro Sobrinho, PCA do BESA In "Semanário Económico/Edição nº29/8-04-10)
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JCRC disse... Meu caro,
Penso que já tinha dito nesta casa que a política monetária angolana é completamente inovadora, não há manual nenhum de economia que sugere o aumento das taxas de juro como receita para combater o crescimento fraco. Álvaro Sobrinho está certo quando diz que taxas de reserva obrigatória de 30% reduzem significativamente o espaço de manobra dos bancos, sobretudo se considerarmos que os títulos de dívida públicos são remunerados à 24%, ou seja, o banco comercial não pode emprestar dinheiro em kwanzas abaixo da taxa directora (24%) porque em alternativa podem deixar o seu dinheiro no BNA e receber mais 24% no fim do ano, ou seja, não esperando fortes desvalorizações/depreciações do kwanza, para quem tem muitos kwanzas, aplicar em TBCs é o melhor investimento que existe no país.
Com a intenção de acumular dinheiro para fazer face as suas despesas o governo orientou o BNA à:
(i) aumentar a taxa de reserva obrigatória e (ii) aumentar a taxa de juro de referência (TBC) que tem muitos contras:
1. Congelamento do crédito nos bancos comerciais
2. Forte taxa de incumprimento dos clientes que contraíram créditos a taxas variáveis no "bom tempo"
3. Baixo investimento privado (sector não petrolífero)
4. Sem investimento, não se criam empregos
5. Forte pressão inflacionista por estrangulamentos no processo de importação de mercadorias.
Os nossos governantes venderam nos últimos anos a imagem do "trabalho do governo" quanto ao crescimento registado (2003-2008), mas muitos atentos sempre chamaram a atenção para o petróleo que foi o principal factor do crescimento (aumento da produção e dos preços, sendo que quem produz são estrangeiros e os preços são ditados no mercado).
Num mundo com petróleo mais barato e com restrições da OPEP (quem teve esta ideia de nos amarrar ao cartel dos sauditas?) os nossos dirigentes têm demonstrado uma incapacidade constrangedora. 23 de Abril de 2010 11:33

quarta-feira, 21 de abril de 2010

As "bandeiras" da TPA 2 e a melhor Miss Angola de todos os tempos

Lesliana Pereira proveniente de Portugal, mas em representação da provincia do Zaire, foi eleita em 2008 Miss Angola.
De lá para cá já foram eleitas mais duas misses.
O nosso espanto é que esta terça-feira a nossa Lesly apareceu na TPA 2, mais exactamente no seu programa Sexolândia, como continuando a ser a Miss Angola.
Tal e qual!
A explicação para o "fenómeno" só pode ser uma.
A TPA 2 retransmite programas (muito) antigos e não dá qualquer cavaco aos telespectadores, o que era o mínimo que deveria fazer para evitar as inevitáveis confusões e desinformações.
Esta, note-se, já é uma prática recorrente e muito pouco aceitável a traduzir, certamente, uma realidade que a maior parte dos telespectadores desconhece mas que em relação à qual não tem qualquer responsabilidade, nem poderia ter, como é evidente.
Esta realidade tem a ver, em nosso modesto entender e na ausência de uma melhor explicação, com a falta de capacidade do referido Canal em manter o nível da sua produção num patamar aceitável e compatível com os compromissos da sua própria programação.
Para este canal público que está sob gestão privada, um tal "abrandamento" é no mínimo surpreendente, pois da TPA 2 esperava-se muito mais, depois de todas as "proclamações" feitas e dos "foguetes" lançados no arranque desta nova fase da vida daquela estação emissora.
Mais um fracasso em perspectiva?
Do "show" com a Lesliana Pereira que o Sexolândia nos voltou a brindar cerca de dois anos depois, ficou-nos, entretanto, uma impressão muito positiva pela sua facilidade de comunicação e o domínio perfeito dos dossiers ao nível do seu conhecimento, para além da sua beleza, que é fundamental nestas lides, é claro.
A Lesly corre assim o sério risco de ser eleita pelo nosso próprio Comité, a melhor Miss Angola que o país já teve até ao momento, incluindo o periodo colonial.
Quem tiver uma outra sugestão, agradeço que a faça chegar ao Comité de Qualidade do MM pelas vias habituais.
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1 comentários: JCRC disse... É por isso que gosto do Morro, mistura com elevada elegância "temas frescos" com "temas quentes", falando em elegância, vamos ao que realmente interessa. Como sou novo não posso falar das misses do tempo colonial. Considerando apenas as misses dos tempos dos generais aos nossos dias, também escolheria essa menina do Zaire com toque lusitano.
É bonita, sabe falar e safa-se com alguns temas e falando em temas, ando a ver muitos "temas quentes" na ala da esquerda que não permite comentários, que pena.
Anónimo disse... e o chamado lucho na miseria repetem mas e sempre e so para dizer que estamos a crescer sim na pobreza do povo sofridor e so apresentao festas e dancas e condominios privados deveriam gastar o nosso dinheiro nos bens necessarios que voses bem comhece isabel e tchize vemhem de dar dinheiro aos outros europeus bem aja 21 de Abril de 2010 18:36 Camilo disse... Calma, Amigo Dadá..."De todos os tempos"... não!!!A mais bela foi...RIQUITA.... é de Benguela.E... julgo que está em Luanda.Não "podemos" passar uma borracha pela "história".Conheci-a no "Notícia"... onde eu trabalhava.Um Abraço.camilo 21 de Abril de 2010 23:17 Wilson Dada disse... Eu também conheço a Celmira Bauleth(Riquita) mas mantenho a minha escolha, caro Camilo.
A minha visão sobre o que deve ser uma Miss é um pouco mais abrangente, sendo a (fundamental) beleza apenas um dos items a considerar na avaliação do conjunto da "peça".
Devo confessar que da Riquita como recordação dos seus tempos de rainha apenas me ficou a sua beleza e pouco mais. 22 de Abril de 2010 10:01

terça-feira, 20 de abril de 2010

Constituição angolana continua a fazer correr rios de tinta

O constitucionalista português, Jorge Miranda, foi convidado a emitir um parecer sobre a nova Constituição angolana.
Do parecer, com mais de 40 páginas, que chegou ao nosso conhecimento respigamos para aqui algumas passagens.
(...)
III – Já no domínio da Constituição política, vêm a ser outras as perspectivas. Ela gira toda em torno do Presidente da República. E não se trata tanto da acumulação das funções de Chefe de Estado e de Chefe do Executivo – que também conhecem os sistemas presidenciais – quanto da vastidão de poderes que lhe são atribuídos, muito para além do que se verifica nestes sistemas: – Definição e orientação da política do País [art. 120º, alíneas a) e b)]; – Promoção, graduação, despromoção e desgraduação de oficiais generais das Forças Armadas e dos oficiais comissários da Polícia Nacional [art. 122º, alíneas e) a h)]; – Definição, determinação e execução da segurança nacional (art. 123º); – Declaração de estado de sítio e de emergência, apenas com audição e análise a posteriori da Assembleia Nacional [arts. 119º, alínea p), 161º, alínea h), e 162º, alínea c)]; – Competência para emitir decretos legislativos presidenciais provisórios, ainda que com limites a priori e a posteriori (art. 126º); – Iniciativa de revisão constitucional (art. 223º). Ao que acresce a ausência de referenda ministerial, a qual poderia ser um freio a um exercício pessoal do poder[1]. O princípio da reserva de Constituição (art. 117º) ou de que o Presidente está confinado aos poderes previstos em normas constitucionais, perde todo o alcance prático[2]. Não é que não haja limites ou contrapesos: – A convocação de referendo apenas sob proposta da Assembleia Nacional [arts. 119º, alínea u), 161º, alínea j), e 168º]; – A sujeição a responsabilização criminal e a destituição por iniciativa da Assembleia [arts. 129º e 161º, alínea n)]; – A impossibilidade de eleição para terceiro mandato [arts. 110º, alínea h), e 113º, nº 2]; – O primado da competência legislativa da Assembleia Nacional (arts. 161º, 164º e 165º); – A iniciativa de fiscalização preventiva, de fiscalização sucessiva abstracta e de fiscalização de inconstitucionalidade por omissão também atribuída a Deputados em determinado número [arts. 228º, nº 2, 230º, nº 2, alínea b), e 232º, nº 1]; – A impossibilidade de revisão constitucional em estado de guerra, de sítio ou de emergência (art. 237º). Estes limites ou contrapesos, entretanto, correm o risco de ser apagados pelos factores políticos ligados necessariamente: – À eleição do Presidente simultânea com a dos Deputados à Assembleia Nacional (art. 109º), o que faz dele, presidente e primeiro candidato do parido vencedor, o chefe da maioria parlamentar e lhe permite domínio total da Assembleia[3]; – À autodemissão política, não submetida ao regime de renúncia e que implica a dissolução automática da Assembleia (art. 128º)[4]. [1]Sobre referenda ministerial, v. nosso Manual …, V, 3ª ed., Coimbra, 2004, págs. 303 e segs,. e autores citados. [2]Há algumas semelhanças com a Constituição sul‑africana, por, nesta, o Presidente da República ser igualmente detentor do poder executivo (art. 83º) e por, não obstante não ter de aparecer como candidato a Deputado, ser eleito pelo Parlamento na sua primeira reunião (art. 86º). Contudo, são substancialmente menores os poderes do Presidente da África do Sul (arts. 84º e 85º); a Assembleia Nacional pode votar, pela maioria dos seus membros, moções de censura ao Presidente, determinando, por tal facto, a sua demissão (art. 102º); o Presidente só poder dissolver o Parlamento, se este assim deliberar ou, livremente, ma só passados três anos sobre a eleição do Parlamento (art. 50º, nº 1); e, em caso de vacatura do cargo, em vez do Vice‑Presidente o assumir até ao termo do mandato, o Presidente interino da República ter de dissolver o Parlamento, para permitir a eleição de um novo Presidente (art. 50º, nº 2). [3]Apenas assim não será se o partido do Presidente não alcançar a maioria absoluta dos mandatos, hipótese pouco provável no contexto presente e próximo de Angola. [4]O Tribunal Constitucional entendeu este mecanismo como “expediente último de segurança da estabilidade política da governação, quando o relacionamento institucional executivo‑legislativo enfrente uma crise insanável que se resolverá mediante a antecipação de eleições gerais, nas quais o povo, enquanto titular da soberania e através do seu voto, determinará o futuro da representação política”. E ele pode ter‑se outrossim como decorrente do sistema de eleição presidencial. Não menos certo é que, além de inexistir em sistemas presidenciais, ele conduz necessariamente a um sentido de reforço dos poderes do Presidente, por as eleições parlamentares virem a efectuar‑se sempre à volta dos candidatos à Presidência da República. Apenas ficticiamente se pode afirmar que o Presidente da República não tem, entre as suas competências, a de dissolução da Assembleia Nacional e que, portanto, não fica atingido o limite material de separação de poderes.
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IV – O sistema de governo angolano, não sendo, evidentemente, um sistema parlamentar, tão pouco se ajustaria ao modelo presidencial. Um sistema de governo presidencial caracteriza‑se, como se sabe, por: a) Presença de dois órgãos políticos activos, o Parlamento e o Presidente da República, com idêntica legitimidade representativa; b) Clara distinção entre poder legislativo e poder executivo; c) Independência recíproca dos titulares, com incompatibilidade de cargos, e, geralmente, com mandatos não‑coincidentes; d) Independência, sobretudo, por nem o Presidente responder politicamente perante o Parlamento, nem o Parlamento perante o Presidente; e) Donde, quer impossibilidade de demissão do Presidente por força de qualquer votação parlamentar, quer impossibilidade de dissolução do Parlamento pelo Presidente; f) Interdependência funcional, com mútua colaboração e fiscalização – na prática, tendo o Presidente faculdades de impulsão e o Parlamento faculdades de deliberação[1]. Salvo a primeira característica, nenhuma das outras se depara na Constituição de 2010. O sistema aproxima‑se, sim, do sistema de governo representativo simples[2], a que, configurações diversas, se reconduziram a monarquia cesarista francesa de Bonaparte, a república corporativa de Salazar segundo a Constituição de 1933, o governo militar brasileiro segundo a Constituição de 1967‑1969, vários regimes autoritários africanos[3] [4]. [1]Cfr. Manual …, I, 8ª ed., Coimbra, 2009, págs. 145 e 146. A bibliografia é imensa. [2]Sobre o sistema de governo representativo simples no confronto de outros tipos de governo, v. Manual …, III, 5ª ed., Coimbra, 2004, págs. 396 e segs. [3]Cfr. Manual …, I, págs. 152, 301 e segs., 210‑211 e 221, e Autores citados. [4]Vital Moreira fala em presidencialismo superlativo em artigo no jornal Público de 9 de Fevereiro de 2010.
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17. Uma dúvida razoável A Constituição proclama o princípio da separação de poderes [arts. 2º, nº 1, 105º, nº 3, e 236º, alínea j), de novo]. Ora, as regras sobre os poderes do Presidente e sobre a sua eleição e a sua autodemissão afastam‑se deste princípio. Acarretam então este desvio como consequência que deva pensar‑se que, em vez de ter sido exercido o poder constituinte formal (nos moldes atrás indicados), ao fim e ao resto ter‑se‑á ostentado, em 2010, um novo e diferente poder constituinte material? A dúvida afigura‑se razoável. Mas, a despeito de tudo, pode supor‑se – e esperar‑se – que o enraizamento dos direitos e liberdades fundamentais, a dinâmica que vá desenvolver‑se no interior do Parlamento e a independência dos tribunais não permitam que a Constituição venha a tornar‑se uma mera Constituição semântica (na acepção de Karl Loewenstein), ou seja, uma Constituição, instrumento e não fundamento de poder[1]. É cedo para responder. Uma alternativa seria reputar aquelas normas inconstitucionais – mas só para quem aceite a tese de inconstitucionalidade de normas constitucionais. E restaria o problema de saber como poderia o Tribunal Constitucional, criado pela Constituição, controlar a constitucionalidade das suas normas[2].
[1]Cfr. Manual …, II, cit., págs. 17 e segs. e Autores citados. [2]Cfr. Manual …, VI, 3ª ed., Coimbra, 2008, págs. 31 e segs. e Autores citados. É também por isso que somente aceitamos a inconstitucionalidade de normas constitucionais supervenientes, derivadas de revisão constitucional ou de fenómenos próximos, e não a de normas constitucionais originárias.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Armadores de pesca sem estaleiros*

O último estaleiro de reparação de barcos de pesca (mas não só) situado na Ilha de Luanda, ao lado da base da MGA, foi pura e simplesmente encerrado.
Ao que sabemos era propriedade do "glorioso" Estado angolano, "através" de uma "UEE" qualquer que se chamava ermanauto.
Ao que consta, no local vai nascer mais um condomínio de luxo.
É o que está a dar, é o que está a sair.
Consta igualmente que estão na origem de mais este "assalto", gradas figuras do Executivo... para não variar.
Enquanto isso, desesperados, os armadores de pesca não sabem nem como, nem para onde devem levar as suas embarcações quando elas precisam de assistência.
A solução é... deixá-las afundar.
Enquanto isso, o Executivo continua a distribuir barcos e mais barcos com muito pouca serventia.
Enquanto isso, os armadores apenas pedem ao Executivo que lhes atribua um espaço na orla marítima para construirem um estaleiro.
Não querem nem um centavo.
Dispensam a ajuda humanitária.
Querem apenas trabalhar e contribuir para o crescimento do PIB não-petrolífero.
Não querem terminar os seus dias a vender fardos no Roque Santeiro ou no Asa Branca.
Enquanto isso, do lado do Executivo só se ouvem silêncios entrecortados com inócuos , balofos e autistas discursos de ocasião.
Enquanto isso, todas as segundas-feiras na TPA acontece um país alegre e sorridente chamado "Angola em Movimento".
Para onde ?
Eis a questão!
* Este "poema" foi inspirado por uma reportagem que a TV/Zimbo emitiu esta sexta-feira sobre o sector das pescas, na sequência da crise do carapau.

Captiva com defeito de fábrica? (c/debate acalorado)

Não sabemos muito bem o que se está a passar com o desempenho deste modelo da Chevrolet que tem sido vendido às centenas em Angola pela Vauco, afecta à Teixeira Duarte.
O que é facto é que já várias pessoas que conhecemos se queixaram amargamente deste Captiva, passados menos de 20 mil kilómetros do seu uso.
E o motivo tem sido sempre o mesmo: problemas com o disco de embraiagem ou com a caixa de velocidades.
Numa altura em que o maior fabricante japonês têm vindo a reconhecer problemas graves com alguns modelos da Toyota, por que não admitir que o mesmo se esteja a passar com este Captiva?
Será que em Angola é respeitado o principio da garantia para os automóveis que cobre os primeiros 50 mil kilómetros?
O mais grave, entretanto, para os proprietários dos Captivas avariados é que não conseguem adquirir na Vauco as peças de reposição. Têm que andar por aí à procura.
Não será altura do INADEC dar uma vista de olhos mais atenta por este segmento do nosso mercado e muito particularmente pelo Captiva?
Ou estamos todos "captivos" de outros interesses
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8 comentários: Anónimo disse... Saiba que a Vauco é uma daquelas muitas empresas cujo dedo da gestão principal está ligado à oligarquia no poder em Angola. Como concessionária, a Vauco funciona por vezes com um "stand" especializado em vender viaturas novinhas em folha, e só isso mesmo. Como cliente da Vauco, vivo a própria experiência de fazer um grande esforço para levar a minha viatura para a manutenção periódica nesta concessionária. Fique sabendo que a Vauco tem o desplante de entregar a viatura ao seu proprietário após a dita manutenção, com toda a lama possível, sem ao menos fazer uma operação de limpeza com simples lavagem. A Vauco sabe que ninguém a pode incomodar, devido as altas imunidades que possui.
Anónimo disse... INADEC? Estes organismos não valem nada. Lembro-me agora que foi uma revista de uma instituição de defesa dos consumidores do EUA que denunciou o problema dos Lexus GX470 (aqueles tipo Prado) que motivou a paragem imediata na produção do modelo. Aqui o INADEC nem consegue fazer testes em panelas de pressão, quanto mais num carro? Aliás, como disseste nem web site têm! E estamos em 2010, olha que o INE, a título de exemplo, também não tem site! 16 de Abril de 2010 14:05 Anónimo disse... Sem quer por lenha na fogueira, tenho um caso identico em que comprei um chevrolet aveo e carro veio com um defeito de fabrico o carro em ponto morto ou em andamento as rotaçoes subiam quase as 3000 rotaçoes só a terceira ida a vauco é que o carro melhorou mas nao, ficou a falhar e todo isto nos primeiros três meses de andamento. 16 de Abril de 2010 16:14 Anónimo disse... Tenho a 2 anos e os problemas começaram no 1 mes 16 de Abril de 2010 17:02 Anónimo disse... tenho um a dois anos e os problemas começaram no 1º mês......... se arrependimento mat...... 16 de Abril de 2010 17:03 Anónimo disse... Este carro é uma merd. 16 de Abril de 2010 17:05 Anónimo disse... Desde k comprei o meu a Vauco ja vai no terceiro chefe de Oficina e nenhum conseguiu resolver o problema 16 de Abril de 2010 17:12
Anónimo disse... De facto estamos cativos das concessionarias todas que estao de maos dadas com os donos da terra, por isso, por mais reclamemosm as concessionaria nao ligam alguma. Nao 'e so a Vauco. A Toyota 'e a pior de todas, sobretudo em relacao aos carros Toyota Fortunner cujos discos de embraiagem avariam de 15 em 15 dias e, se o proprietario reclama, 'e obrigado a fazer teste de conducao. O carro, seja prado VX, GX ou Fortunner sai da revisao com as correias a chiarem... A tOYOTA de Angola nao da cavaco a ninguem, desde a sua administracao a area atendimento as reclamacoes dos clientes, a tal senhora Stela. Nao cumprem as orientacoes da Toyota do Japao. 'E uma vergonha para Angola onde as multinacionais 'e que impoem as regras, adormecendo todas as autoridades do pais... 16 de Abril de 2010 21:30
Anónimo disse... A Vauco é d facto uma mostra clara e inequivoca de falta de respeito ao consumidor.Tenho um honda Crv e a cada vez que vai a revisão é uma desgraça. Cobram os olhos da cara e o serviço é do pior que há. Isso para não falar dos preços absurdos que cobram pelos acesorios. Onde se viu um par de amortecedores custar acima de mil dolares? 19 de Abril de 2010 11:45
Assídua disse... Mwangolé sempre "Xaxeiro", acção mesmo que é bom nada. Porque esperar por um INADEC, que mais parece uma instituição filantrópica mal concebida. Tanto angolano esclarecido, conhecedor de certo modo de leis do comércio internacional(ou deviam conhecer, afinal porquê agora escolhem EUA, UK para as suas formações), e ninguém move uma agulha para defender-se dos especuladores????.Acredito que a Chevrolet não trata assim os seus clientes em outras paradas, porquê não se documentarem e irem directamente a fonte reclamar???? Talvés a tal Vauco nem mereça ser representante da marca em causa... O comprar carro novo devia ser sinónimo de Paz de Espírito em termos de meio de transporte, e não esse "martírio" que vejo aí relatado. 19 de Abril de 2010 15:07 Carlos disse... É verdade, não é só a Vauco. O serviço pós-venda da Toyota também anda longe do bom. Quando vivia em Portugal e tinha automóvel Citroen, fazia as revisões e resolvia problemas pontuais sempre na representante da marca e era tudo tão simple e sem stress e nunca me pareceu que um bom serviço pós-venda fosse muito difícil de montar. Mas cá na nossa terra somos tal mal servidos e maltratados. Dias para ter o carro de volta e com problemas. O meu Fortuner até nunca apresentou nenhum problema grave (tem 16 meses) mas quando preciso de fazer revisão é sempre um martírio. 19 de Abril de 2010 16:01

A Guiné-Bissau está em guerra?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Quando a publicidade choca com a dura realidade

Não estaremos diante de um caso de flagrante publicidade enganosa?
Quem ama com letras tão gordas, não pode tratar tão mal os seus clientes, que é o que tem estado a acontecer um pouco por todo o lado, com as agências do BPC em permanente "estado de comício".
Viana de onde, via TV/Zimbo, nos chegaram as imagens que aqui damos à estampa fala bem mal deste"amor" que o BPC tem pelos angolanos.
O que é facto é que o BPC é das empresas públicas que mais dinheiro (do povo) tem gasto com campanhas publicitárias e com os mais diferentes apoios e patrocínios a fundo perdido.
Isto sem falar já da sua carteira de crédito mal parado a financiar projectos, propósitos, intenções e shows.
Sem termos uma ideia do peso negativo destes montantes (que se adivinham volumosos) na balança dos resultados do BPC, estamos convencidos que, nomeadamente, o investimento publicitário do BPC não tem sido uma mais valia na promoção dos negócios da empresa.
Sendo o banco que é, o BPC nem sequer precisava de publicidade para concorrer com os seus "parentes". É um puro desperdício, pelos menos nos montantes que têm vindo a ser gastos.
Talvez fosse mais racional, em nome do interesse público, poupar na publicidade e noutros items da mesma despesista e esquemática família, para investir um pouco mais na expansão da rede, na qualidade e na quantidade dos serviços (mal) prestados.
PS- Para agravar ainda mais este panorama,consta que o investimento publicitário do BPC tem beneficiado muito pouco ou quase nada as empresas nacionais que trabalham no ramo.
Isto significa dizer, que as encomendas estão a ser feitas no estrangeiro.
Se assim é...
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2 comentários: Gil Gonçalves disse... Só o roubo os liberta! 15 de Abril de 2010 14:19 Anónimo disse... Este Banco nem consegue ter um gerador decente na sua sede. Os funcionarios suam, suam, derretem-se com calor quando falha a energia da Edel. E ai de quem reclamar. 16 de Abril de 2010 06:08
Anónimo disse... A Agencia de cacuaco, parece uma sauna 16 de Abril de 2010 16:59

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Bilo entre o BPC e as Finanças

A RNA promoveu esta quarta-feira em directo um verdadeiro bilo entre o PCA do BPC, Paixão Junior (PJ), e o Ministério das Finanças a propósito dos atrasos que se registam com o pagamento dos salários da função pública.
Diante das anónimas e culpabilizadoras farpas que lhe foram enviadas da Mutamba, estando uma delas relacionada com a falta de capacidade do BPC para dar conta do imenso recado salarial, PJ teve que se controlar para não dar bandeira, mas disse que o assunto não ia ficar por aí, apesar de estar a lidar com o seu Patrão.
Entretanto e para não levar totalmente o desaforo para casa, PJ disse claramente que nem sempre o BNA tem tido dinheiro disponível nos seus cofres para prover a Conta Única do Tesouro (CUT) onde o governo tem os kwanzas depositados no BPC para pagar os seus assalariados. Não havendo tal massa, o BPC não pode pagar.
O dinheiro está a acabar?
Ou o kumbú já não regressa à proveniência conforme acontecia nos tempos da "esterilização ex-ante"?
No meio desta pública e inédita troca de galhardetes, ficou evidente que algo de mais profundo está a acontecer no sempre volátil reino das finanças públicas, depois da propalada estabilidade macroeconómica do passado recente ter já desaparecido do mapa.
De salientar que ainda ninguém do topo assumiu mais esta derrapagem da anterior estratégia governamental que tinha a ver com a tal de "esterilização ex-ante", quando a alta dos petródolares fazia o "milagre" dos kwanzas e alimentava o crescimento do PIB sempre a subir.
Depois do kwanza já se ter desvalorizado mais de 30% em relação ao dólar, gostaria que alguém me explicasse em que pé nos encontramos.
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3 comentários:
Anónimo disse... o dinheiro dos impostos do cidadao e os dinheiros da Pesca, do petróleo, dos diamantes, nao está a ir pra o cofre do Estado, está ser desviado pelo..... e seus serviços de apoio.Wilson Dadá, que tal das Eleiçoes Autárquicas, haverá ou nao? 14 de Abril de 2010 17:56 Gil Gonçalves disse... Há um avolumar de acontecimentos que prenunciam situações muito desagradáveis nos próximos tempos. Depois de atingirmos o zero, que mais nos resta? É que o descalabro é por demais tão evidente, que apenas dá para virarmos as costas e deixar andar? É assim que se processa a incerteza do nosso futuro? Todos a roubarmo-nos uns aos outros? Então não adianta mais citarmos a Guiné-Bissau, a Somália, o Zimbabwe e os outros confrades. Angola… volatilizou-se. 14 de Abril de 2010 21:30 JCRC disse... WD,Há makas de kumbú? Então os importantes investimentos do "Fundo Soberano oficioso" a.k.a Sonangol não andam a render nada? Pois, é o que dá investir por vaidade.Em altura de crise, ficou exposta a incapacidade dos nossos governantes (PR incluído). Como é que se explica aumentar taxas de juro quando se quer fomentar a economia não petrolífera? O ideal não seria facilitar o crédito? Um Estado com tanto património desnecessário não seria lógico desfazer-se de forma vantajosa de uma série de activos garantindo assim receitas extraordinárias? Não falo das habituais "privatizações em privado", mas em concursos que garantam o melhor negócio para o Estado.
Sugestão de activos para alienação:
1. BCI
2. Estádio Nacional da Cidadela (Com o 11 de Nov, vale a pena manter aquilo activo? Os terrenos valem ouro)
3. Hotéis do Estado
4. PRESILD (a preço justo e de forma aberta)
5. Edifícios de públicos subaproveitados 15 de Abril de 2010 09:54

domingo, 11 de abril de 2010

Pauta jornalística/ Segurança Social: Dívidas ou Fraudes?

O assunto está cada vez mais complicado e delicado, perante o ensurdecedor e cúmplice silêncio de quem superintende a área.
Cada vez mais nos chegam mais informações, algumas delas particularmente dramáticas, sobre empresas públicas que não têm honrado os seus compromissos com a segurança social.
Dívida?
Fraude?
O problema é tão simples quanto complicado, sobretudo para o futuro de todos aqueles que se reformam e depois do primeiro contacto com o INSS do MAPESS, chegam à conclusão que não foram feitos os respectivos depósitos na sua conta para os devidos efeitos.
O INSS diz que assim, não paga a pensão de reforma.
Após mais de 30 anos de trabalho a descontar para a segurança social, o candidato à pensionista fica sem saber o que fazer da sua vida.
Aí começa o seu calvário entre a empresa e o INSS.
O desespero instala-se e o suicídio apresenta-se por vezes, para os mais fracos de espírito, como a única saída para resolver o problema à "bem da Nação".
Aconteceu recentemente em Luanda com o Kota Beto, embora também se admita que o seu derradeiro voo em direcção ao solo tenha sido provocado por problemas mais antigos e desestruturantes da sua própria e depressiva personalidade.
A maka da reforma, acreditam algumas fontes, foi a gota de água que fez transbordar o seu copo.
Pelos vistos, vai acontecer mais vezes.
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1 comentários: Anónimo disse... Na Rádio Nacional de Angola, problemas gravissimos. A maior parte nao tem a reforma garantida. Perguntem a Direcçao cessante com Manuel Rabelais à testa(controlava Radio, TV e Ministério), onde nos últimos 8 anos, terao metido a "massa". 13 de Abril de 2010 17:38

Qual é a grande diferença entre os piratas somalis e os militares guineenses?

Quem acertar, ganha um doce!
Saibam, entretanto, que a grande semelhança tem a ver com o facto de ambos actuarem ou puderem vir a actuar em golfos, a saber: O Golfo de Aden e o Golfo da Guiné.
Respostas:
Gil Gonçalves disse... Nenhuma, ambos são: «Mas que grande droga»
11 de Abril de 2010 10:42 Anónimo disse... Oi,Oooooiiii. Sds da Muleka.
Sobre a Guine:Não sei qual é a diferença e gostaria muito de saber. Há cerca de ano e meio-dois, li num site um artigo escrito por um jornalista que os somalis ditos piratas eram na verdade pescadores que atacavam os navios porque: 1) alguns pescavam tudo e não deixavam nada (coisa que também acontece na costa angolana); e, 2) outros despejavam naquelas águas tambores cheios de lixo nuclear e outros. 11 de Abril de 2010 14:00 Anónimo disse... Em relação aos da Guiné-Bissau e ao bloqueamento das contas bancárias nos EUA, porque nunca se mencionam os mafiosos italianos que com eles traficam? Na revista brasileira Carta Capital (tem site, é só colocar os 3w os pontos e o com) de 31 Março 2010, tem uma entrevista desta com Antonio Nicso (AN), jornalista e pesquisador, residente no Canada e Nicola Gratteri (NG), procurador antimáfia do tribunal de Reggio Calabria. Na entrevista, diz AN que o Brasil assume cada vez mais o papel de país de trânsito da cocaína; que esta parte do Brasil, onde grandes sinergias estão sendo criadas com a Africa, principalmente com a Guiné-Bissau. Parte de África é controlada pelas famílias Ndrangheta (mafiosos da Calábria). Volumes com 200 kgs de droga transitam pelo Sahara em direccao a Portugal, Espanha, França.Depois, diz o NG que a Guiné-Bissau é a sede priveligiada para a “os estoques da Ndrangheta”; que a comunidade nigeriana também está bem radicada no Brasil.Pergunto eu: Será que a família Ndrangheta também já se instalou em Luanda?P.S.: No post anterior quis referir-me à Somália, evidentemente. 11 de Abril de 2010 14:12
JCRC disse... O problema da Guiné é a velha maka africana dos "homens fortes". Quando existe a cultura do "homem forte" a tentativa de criação de instituições fortes que se sobreponham aos homens fortes (ou pequenos grupos deles, normalmente altas patentes militares) estará sempre ameaçada se o caminho escolhido não agradar aos ditos homens, mesmo que os interesses do todo país estejam em causa. O governo guineense está refém de militares resolutos que não percebem o papel das forças armadas e pensam que as armas devem mandar nas canetas. Eu temo que a nossa actual estrutura nos cause problemas parecidos no futuro, no dia em que o "líder natural" deixar de ter capacidade de exercer o poder. 12 de Abril de 2010 10:33
Anónimo disse... uma diferença fundamental é que os Somalis caçam os navios estrangeiros e massudos que passam por lá, mas os guineenses matam-se entre eles e adiam o futuro do próprio país... 12 de Abril de 2010 15:03

O vigilante Cónego anda desconfiado...

Apolónio Dixit: "Nós somos pobres mas podemos viver com dignidade a nossa pobreza. Nós sempre fomos um povo pobre, no sentido de que na nossa própria vida, do dia-a-dia, sermos modestos. Agora é que se está a ver toda esta onda de classes que a gente conhece. Mas ninguém está nesta classe, na alta classe, que não tenha vindo desta pobreza de que há pouco falei." (...) "Uma coisa é tapar a realidade e sermos hipócritas, e outra coisa é, na realidade que existe, trabalhar no sentido de vencer esta própria situação de nudez que se vive, empenharmo-nos todos. Mas há gente que prefere que o mundo todo fique a saber do estado de miséria para poderem ganhar não sei o quê, não sei qual é o ganho nisso. Daquilo que eu disse, daquilo que normalmente comunicamos como a realidade do país, muita gente não fica contente que pelo menos alguma coisa se está a fazer para se acabar com a pobreza, ou diminuir a pobreza e a miséria neste país." (...) “Eu não sei se tenho sido antipático para outros que não estejam no poder, eu sempre fui simpático para toda a gente. Não sei porque dizem que sou simpático com o poder, queriam que fosse antipático com o poder? Não sei. A minha qualidade não é ser antipático com as pessoas, sempre fui aberto às pessoas. Aqui na minha igreja sempre entraram pessoas de vários partidos políticos, e falo com eles. Assisto casamentos de indivíduos filhos de gente do poder e de gente da oposição, até de grupos de pressão social. Não sei em que é que me vou posicionar, uma vez que faço bem a toda a gente." In "Grande Entrevista ao PAÍS"

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Em Cartaz!

Está em exibição em todos os teatros reais, virtuais e imaginários não só perto como dentro da sua própria casa.
Só não vê quem não quer e contra esta cegueira não há nada a fazer. O violento paciente angolano ataca-nos todos os dias e pelas mais diferentes vias e com os mais diferentes instrumentos.
Pelos vistos, vai continuar a atacar com crescente violência. Não percam a sequência deste filme que já está a ser rodado no mesmo cenário.
De acordo com o seu realizador será uma película só com figurantes e... figurões.