terça-feira, 29 de março de 2011

Redes Sociais: As novas estrelas da companhia WWW

["Os caminhos do jornalismo cruzaram-se definitivamente com a “ameaçadora” Internet que sem ditar o fim dos médias tradicionais já é uma feroz concorrente que não pode ser ignorada por ninguém, mesmo nas condições de Angola onde a infoexclusão ainda é o principal elemento da nossa subdesenvolvida paisagem. Até ver…"- RS/WD/TA] A percentagem dos angolanos que tem acesso à rede mundial dos computadores (Internet), ainda é pouco significativa no conjunto do espaço geográfico nacional e da população. O seu crescimento tem estado, contudo, a aumentar de forma exponencial, ao ponto de ter duplicado no último ano, de acordo com as estimativas disponíveis. Claramente também em Angola, a tendência da Internet vai ser afirmar-se a médio/longo prazo, como um poderoso meio de informação/entretenimento de massas, estando localizados nas camadas jovens os seus principais fãs quer como consumidores, quer como produtores e difusores de conteúdos. As redes sociais, com destaque para o Facebook, que é aquela que eu uso e conheço melhor, são, efectivamente, as novas estrelas da grande companhia mundial chamada Internet (WWW) pelo extraordinário efeito multiplicador e amplificador da mensagem. Considero ser a WEB, provavelmente, a invenção mais brilhante que o génio humano já produziu desde que deixou as cavernas para os animais selvagens, embora muitos de nós ainda continuem por lá ou bem perto, a traduzir as assimetrias, as desigualdades, os fossos e as injustiças sociais que continuam a marcar as nossas sociedades e a alimentar as revoltas e os descontentamentos que andam por aí, por tudo quanto é Internet. Não é a NET que inventa o descontentamento, mas é graças a ela que cada vez mais as pessoas têm acesso a informações chocantes e muito críticas que anteriormente dificilmente seriam partilhadas em tempo real por um número tão expressivo de pessoas simultaneamente em todo o mundo. A invenção da Net libertou a humanidade do excessivo controlo editorial dos médias tradicionais, com todos os riscos e perigos que esta extraordinária abertura veio, entretanto, colocar nas agendas políticas nacionais e internacionais. Já há algum tempo que se discutem as melhores formas de fazer coabitar o aumento da liberdade de informação trazida pela Net com igual ou semelhante dose de responsabilidade, que o direito positivo da maior parte dos países exige. Trata-se de uma relação que para já ainda está muito difícil de equacionar de forma mais consensual, quanto mais de implementar, considerando a complexidade do novo média e a sua extraterritorialidade, o que naturalmente não facilita o pretendido controlo e ainda bem, para as vozes que defendem a Internet como um espaço livre de qualquer regulamentação. Nos últimos tempos as redes sociais têm tirado o sono a muito boa e importante gente, onde os políticos ligados aos governos são aqueles que mais se queixam do seu impacto negativo/desestabilizador e com alguma razão, tendo em conta os últimos acontecimentos ocorridos no norte de África. (A versão integral deste texto que me foi solicitado e publicado pelo semanário "A Capital" pode encontrar em: https://docs.google.com/document/d/1m-UT96zKMnPbohxRXgCSrkn1fDVBDH9Odi0Q-jlmgTU/edit?hl=pt_PT&authkey=CPiRr5MJ#)