segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O que eu não ouvi no Semana em Actualidade

Mais ou menos a meio do programa deste domingo aconteceu uma pequena/grande "turbulência" que afectou algumas passagens das minhas considerações sobre o tema que estava em debate relacionado com a maka das manifestações.
Fiquei sem saber se a referida "turbulência" registada, se ficou a dever a um problema de transmissão ou da própria edição, mas estou mais inclinado em pensar que o problema está localizado na edição, pois houve um corte abrupto na passagem da palavra do Jaime Azulay para a minha pessoa, sem a presença do moderador, o que evidencia a existência da chamada "tesourada" na gíria jornalística.
 A "turbulência" aconteceu exactamente na passagem em que eu abordava as motivações políticas da manifestação, tendo a propósito salientado que não via problema nenhum que os partidos se associassem a iniciativas do género ou que os próprios jovens manifestantes tivessem propósitos políticos.
Referi que os jovens não esconderam os propósitos políticos da manifestação, que estavam bem patentes nas camisolas amarelas que envergavam e que tinham a ver com a contestação aos 32 anos de poder de JES. Disse ainda que o próprio Bloco Democrático declarou publicamente o seu apoio a manifestação e deu a conhecer que alguns dos manifestantes eram seus membros, tendo para o efeito criado um "comité de crise" para os apoiar no processo judicial que estão a ser alvo no Tribunal de Polícia.
Aliás, destaquei, o MPLA é o partido que organiza mais manifestações de rua neste país e não tem acontecido nada de anormal.
Não consigo perceber o que é isto de aproveitamento político de iniciativas públicas que são claramente políticas, o que em democracia é absolutamente normal e recomendável, pois tudo tem de começar exactamente pelo debate político das grandes questões que afligem a nação.