segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Angolense muda de visual!

O Angolense surge esta semana no mercado com um novo visual e um novo formato, restando apurar se a mesma lufada de ar fresco vai igualmente fazer-se sentir ao nível dos conteúdos, do miolo, do jornalismo propriamente dito.
Isto é o que veremos lá mais para frente…
Cresceu em tamanho, alargou o espaço disponível, ficou mais arejado.
O “Angolense” estava de facto a precisar de uma “mexedela” no seu aspecto até para acompanhar a dinâmica do mercado e da concorrência cada vez mais feroz e desleal.
É esta a impressão com que fiquei do primeiro contacto (via email) com o novo “layout” do jornal. Na altura em que redigia este apontamento ainda não tinha visto todo o produto, pelo que reservo para uma próxima oportunidade uma avaliação mais sustentada desta nova etapa estética que o jornal se prepara para viver a partir desta semana.
Vivemos uma altura em que poderosos ventos sopram sobre o sector, ficando por saber se é mesmo de investimento privado que se trata ou se serão outras as intenções (mais políticas) que fazem movimentar os milhões que actualmente circulam ao nível da comunicação social não governamental.
A segunda hipótese já é um facto comprovado pelo comportamento de alguns dos investidores, o que não invalida a existência da primeira.
Recebi a notícia do surgimento de um novo Angolense com bastante satisfação pois tal renovação é um sinal de esperança para um projecto resistente aos novos ventos da “dupla privatização” e que se mantém à superfície com todas as grandes dificuldades que se adivinham em matéria de sobrevivência.
Desligado do Angolense desde 2007, acedi o convite para escrever esta nota porque continuo a estar com o projecto com o qual colaboro, com vários intervalos pelo meio, desde o primeiro número do renascimento do histórico jornal, em 1997, pelas mãos da Mídia Service, noventa anos depois do título ter surgido pela primeira vez em Luanda em 1907, com o envolvimento de figuras como Francisco Castelbranco, Augusto Silvério Ferreira e Pedro da Paixão Franco.
A vida do Angolense que já deu origem nos tempos que correm a um “xará” que também já foi vendido, não tem sido fácil e pelos vistos assim vai manter-se enquanto os seus jornalistas e a sua administração conseguirem realizar o difícil milagre da vida no meio de todas as ameaças que espreitam a genuína liberdade de imprensa.
O fac-simile que fomos buscar aos nossos empoeirados arquivos traz-nos de volta ao presente o número zero do Angolense, deste Angolense que se mantém até aos dias de hoje e que aposta agora em mais uma mudança de visual, que esperamos venha a ser acompanhada por outras mudanças ao nível do conteúdo.
O valor de um jornal não se mede pelas cores que tem, nem pela qualidade das fotografias, pelo que a grande aposta dos “angolenses” que não querem deixar morrer o projecto, tem de ser na renovação dos conteúdos, tornando o projecto mais competitivo e atractivo, o que só será possível com um grande investimento na qualidade da informação disponibilizada.
Ao novo/velho “Angolense” quero desejar os melhores sucessos e recordar que no seu primeiro número, quando fui convidado a integrar o projecto escrevi o seguinte:
“Dizem-nos que é mais uma aventura de um grupo de jornalistas que quer sobreviver com dignidade, fazendo o que sabem e o que realmente gostam de fazer: JORNALISMO”
A aventura pelos vistos vai continuar, 14 anos depois e com as mesmas incertezas.
Da redacção inicial apenas fiquei eu para contar esta história no mesmo jornal que quer continuar a ser apenas um jornal.
É o que nos continuam a dizer…