quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Água rara...


No último "Espaço Público" (mais um) que o governo possui na TPA, dedicado à sua actividade na província de Malange, a referência que mais me chamou a atenção (e me chocou) foi a água, ou melhor a sua ausência. De facto quando as populações se queixam da forma como ouvimos domingo último, é caso para perguntar: Alguém viu por aí o Executivo? Em Malange a água é mesmo um líquido precioso e... raro. 
Sem água (potável) e sem electricidade (aceitável), não há resultados sociais que se possam apresentar com um mínimo de sustentabilidade, por mais que se invista na propaganda com ou sem "estatísticas", com ou sem IBEPs ... 
PS-Tentei ligar para o programa este domingo mas "desconsegui", porque o telefone estava sempre (mas sempre mesmo) desligado. 
Também reparei que as (poucas) chamadas feitas eram todas de fora de Luanda. Sendo um celular, devia colocar a chamada em espera ou não será bem assim? 
PS1-O jornalista Pascoal Mukuna do Semanário Angolense que participou no show do último domingo quis saber em que pé é que se encontrava a parceria do Governo de Malange com o Grupo Gemas assinada em 2010,(http://www.malanje.gov.ao/VerNoticia.aspx?id=9548). 
A resposta do Governador foi (quase) zero, tendo o moderador de serviço mudado imediatamente de assunto, quando deveria no mínimo insistir na questão, tendo em conta a importância da mesma, já que se trata de um parceria estratégica, da qual nunca mais tivemos notícias...
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Debate (facebook)
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(...)

  • JMachado Mendes O Espaço Privado da TPA já devia sair da grelha de programação dela se os telespectador contribuissem com os seus impostos para a gestão desta casa televisiva mas, por sorte o dinheiro é mesmo também privado(é só deles!) por isso eles brincam com tudo e todos...Uma vez aqui mesmo no face afirmei: "Espaço Público" da TPA, uma encenação tealtral.! Em uso do direito de resposta, o meu amigo faceboqueiro o PCA da TPA Tony Henriques Silva, questionou-me: " Amigo Machado teatro porque?_ Será que não notas as mudanças que estamos a levar a cabo na nossa TPA que somos todos nós?.. Estamos conscientes que precisamos melhorar mas estamos a evoluir.." Confesso profundamente que continuo matendo a minha posição, o Espaço Privado da TPA equanto permanecer neste formato do faz de conta que perguntamos e os membros do Executivo fazerem de conta que responderam a peça teatral não deixará de ser destaque e o actores principal Mário Vaz e João Pinto vam continuar a luzir em trevas treviais...Cito um exemplo, porque que têm que filtrar as chamadas, porque que os telefonemas não podem ser feitos em directo quando a TPA tem telefones fixos pra isso e mesmo filtradas as vezes nem se consegue improvisar metendo duas ou tres chamadas no ar? Estou a falar isso com conhecimento de causa pois eu já liguei e já me atenderam e no entanto nunca foi ao ar o meu telefonema nem de muitos outros.!Haja pimpa e muito teatro nesta TPA que são todos eles e menos vocês!Viva...

  • Victor Hugo Mendes Eu sou um dos Malanjinos que nao gostou de ouvir e ver BC no programa, porque a terra de que tanto me orgulho está cada vez mais a andar prá trás. As vezes o melhor é nem falar do que tentar justificar o injustificável. Tal como EU muitos conterras já estão cansados de ver a nossa Malanje como uma imagem podre e que sou dá vergonha. As estradas na cidade cada vez piores, o trânsito com os kupapatas que nem diabo consegue acreditar na anarquia é um desastre e... nem mais afinal o meu falecido avó tinha razao quando me dizia que tinha medo do futuro de Malanje. O que resta hoje dos (nós) Malanjino, é a boca e o orgulho pauperrimo de sermos os maliores. Veja na minha página algumas fotos da cidade.
    há 19 horas ·  ·  3

    • Francisco Pedro Tenho estado a acompanhar os comentários relativos ao Espaço Público de domingo último e confesso ser extremamente complicado afirmar se efectivamente trata-se de um Espaço Público no verdadeiro sentido. Fui recebendo telefonemas primeiro ao longo da semana questionando do porquê a televisão não estar na altura a divulgar os constacos para os telespectadores, fazendo-no apenas quando abriu o programa e fui recebendo desabafos de muitos Malanjinos incluindo residentes em Luanda, alegando que enviaram mensagens com variadíssimas perguntas e os apresentadores pura e simplesmente não as liam, enfim, coisas da nossa terra. Aos Malanjinos peço simplesmente paciência, quem sabe um dia as coisas venham a mudar, afinal há que ter fé, muita fé.
      há 19 horas ·  ·  1

  • Tony Henriques Silva Amigo Reginaldo Silva uma pequena observação ou mesmo constatação, na tua pagina só se fala mal de quase tudo que directamente ou indirectamente esteja associado a trabalho de governação e temos os dois quase 5000 amigos ( eu muito menos ) alguns deles comuns que também aparecem a comentar na minha mas já de maneira contraditória a tua. Apesar de eu não apresentar os temas como sendo "realizações" de caracter politico eles os amigos vão comentando ou criticando sem o fervor critico que sinto aqui. Será que os teus são fieis e issentos e os meus meus bajuladores como é frequente ouvir? Ou simplesmente pessoas que reconhecessem que de passos firmes e construtivos se fazem longas caminhadas.


    • Reginaldo Silva Tony Henriques Silva como é evidente não posso partilhar da tua avaliação segundo a qual na minha "página só se fala mal, blá, blá, blá...".
      Primeiro, porque o conceito "falar mal" é teu e só tu sabes o que ele significa.
      Na minha lavra existe apenas o conceito chamado crítica que se subdivide em vários items.
      "A crítica, na sua essência, significa exame, apreciação que se faz de uma obra". Esta definição não é minha, mas serve para o efeito.
      Se disseres que na minha página há muita crítica já estarei mais de acordo contigo.
      Por razões óbvias em qualquer parte do mundo, a governação, por ser feita com recursos que a todos pertencem, é o centro das atenções críticas dos cidadãos.
      Mal andaríamos, se todos os cidadãos andassem distraídos, apesar de todos os milionários esforços mediáticos que neste momento estão a ser são feitos em Angola para desviar as suas atenções do que é fundamental, com as mais diferentes e engalanadas xaropadas. Mas destes esforços tu saberás melhor do que eu.
      há 7 horas · 

  • Arlindo Capitango Tony Henriques eu acho que geralmente a as pessoas evem criticar o que está mal e elogiar o que está bem. Fala-se muito em ÁGUA PARA TODOS,, o que ao meu ver jamais existiu água para todos, pois muitos dos fontanários já se encontram secos. O problema aqui neste país é de que as pessoas só se empenham em certas actividades recorrendo-se para efeitos simplesmente eleitorais e depois disto, tudo vai por água de bacalhau. Nem sempre o Sr. Reginaldo Silva tem criticado o executivo, mas sim também tem elegiado. As pessoas devem assim discernir as coisas. Relativamente a bajuladores que aqui dizes estes sim são aqueles que têm simplesmente uma visão positiva de tudo o que o executivo faz, mesmo tratando-se de projectos sem tronco e membros. Esta é a realidade.
    há 10 horas · 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Só a verdade nos libertará!

A manchete da última edição do F8, onde fomos retirar esta ilustração, é mais uma notícia que nos tira do sério, embora não nos tenha surpreendido minimamente. Afinal de contas, estamos em Angola, um país onde se aplica perfeitamente o principio (de Murphi) segundo o qual, nada está tão mal que não possa ficar ainda pior. A fazer fé nesta matéria, o "nosso" esquadrão da morte existe efectivamente e chama-se "brigada de baixa visibilidade" em relação à qual Quim Ribeiro se negou a prestar qualquer esclarecimento ao Tribunal pois se "o fizer, não sei se o país vai acordar amanha". 
Para um país que já dorme e acorda cheio de pesadelos, embora o maior (a guerra) felizmente já tenha desaparecido do mapa, acho que não ia haver problemas de maior. É a minha impressão, pois antes de mais, neste particular estou perfeitamente de acordo com a Bíblia. 
Só mesmo a verdade nos libertará! 
Quim Ribeiro disse mais, disse que a sua desgraça se ficou a dever ao seu envolvimento no combate ao narcotráfico, pois até lá "era um bom rapaz, disciplinado, obediente e humilde". Isto só não é o fim da picada, porque o pior ainda pode estar para vir...
PS- Nos últimos dias ao participar num debate no mural de Aníbal João Melo (facebook) sobre a maka da Grécia fiz o seguinte comentário: (...) Angola tem cada vez mais "gregos" que todos os dias nascem de uma miséria que se acumula nas cidades, sendo Luanda um caso emblemático desta realidade que o governo quer combater construindo mais "mercados" e distribuindo na TV doses massivas de propaganda. 
Os nossos "gregos" ainda não deram tudo que têm para dar, isto é, a taxa de criminalidade vai continuar a subir, a subir, com a particularidade de termos dois tipos de criminalidade. 
A descamisada, que não tem colarinho é, sem dúvida, a mais benigna, porque a outra, a engravatada,  a do colarinho com todas as cores, já é profundamente maligna e está a corroer os fundamentos do próprio Estado como pessoa de bem em progressão acelerada.
Angola pode não estar a caminhar para uma situação de Estado falhado, mas por este andar da carruagem, o Estado vai ter de fazer um esforço muito grande, ao nível da transparência e da moralização, para recuperar a confiança do cidadão comum. 
Não acredito que haja vontade política para tal, pelo menos enquanto prevalecer a actual conjuntura.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Um mercado que só tem um (grande) investidor


O Jojó inaugurou o mercado das transferências em ano de eleições.
Como já há muito pouco para transferir, vamos ver, ainda com alguma expectativa, quais serão as próximas jogadas deste mercado.
Por exemplo ao nível dos músicos já está quase tudo transferido.
Pelos vistos, a oposição vai ter de cantar de galo..

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Tudo na mesma...

Ainda não foi desta que os camaradas divulgaram a sua lista de deputados às próximas eleições. 
Era suposto que o assunto ficasse resolvido na última reunião do CC, mas pelos vistos o processo só agora vai começar.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

MD mais próximo de uma nova campanha...

Tendo em conta os recentes resultados obtidos, Matias Damásio pode ser a próxima estrela a ser contratada pela campanha de prevenção da sinistralidade rodoviária actualmente em curso no país. 
Decorrem neste momento intensas negociações com a UNITEL para ele deixar de estar próximo de viaturas muito potentes, sobretudo aos fins-de-semana.
Esta é uma notícia que gostaríamos de dar ao país...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A carteira profissional e a liberdade dos artistas

A Mara não foi nas "cantigas" da UNAC
O Dia-a-Dia da TPA 2 promoveu esta quinta-feira um interessante,mas inconclusivo, debate sobre a carteira profissional do artista, um projecto da UNAC, que é liderada actualmente pelo Belmiro Carlos.
 Antes de mais gostaria de atribuir uma nota muito positiva à moderadora do programa, a "guapíssima" Mara Dalva, que foi acutilante e esteve muito bem nas pertinentes questões que foi colocando aos presentes. 
O Lito Graça (LG) também esteve bem nas questões que levantou a partir do exterior onde foi entrevistado pela repórter do programa. As preocupações do LG são outras. São mais de fundo, do que de forma. Ele quer, nomeadamente, que a UNAC resolva o problema do kumbú dos direitos do autor. Os outros participantes neste debate foram o Adão Filipe, o Maneco Vieira Dias e um terceiro cujo nome não fixei.
O debate foi de facto inconclusivo e ainda bem, porque a UNAC pode efectivamente não ter legitimidade suficiente para "controlar" os artistas angolanos conforme é sua intenção através da carteira profissional.
 
Durante o debate foi ventilada a peregrina ideia de que ao nível da contratação a prioridade a partir de agora deve ser dada aos artistas que tenham ou venham a possuir carteira profissional passada pela UNAC, como se a existência de um papel com foto e carimbo fosse algum critério fundamental para definir qualidade ou interesse da parte de quem paga o serviço, que está no seu direito de escolher quem bem entender.
Mais grave do que isso,  um dos presentes defendeu a ideia de que as agências que contratarem artistas sem a carteira da UNAC deverão ser penalizadas, o que de facto brada aos céus, constituindo um violento atentado contra a própria liberdade artística.
Em meu entender e na ausência de melhor opinião, a UNAC é apenas uma associação voluntária de cidadãos com interesses comuns, mas sem qualquer poder público comparável por exemplo a uma Ordem dos Advogados ou dos Médicos.
Pelo que é do meu conhecimento, não creio que nos países democráticos haja Ordens (regulação) para músicos, pintores ou bailarinos. 

As preocupações do Lito são outras
Existem sim associações e muitas para todos os gostos e feitios, no âmbito da sociedade civil que coabitam sem dependências, nem hierarquias.
No limite a UNAC poderá, se for do interesse dos seus associados, evoluir para um sindicato, mas nunca assumir o direito exclusivo de falar ou de representar todos os angolanos ( e muito menos condicionar a sua actividade) que fazem dos diversos tipos de arte a sua forma de estar na vida, quer como uma profissão quer apenas como uma ocupação.
Importa pois em nome do Estado de Direito esclarecer algumas questões de principio e desfazer desde logo alguns potenciais equívocos que têm um "perfume" estranho e que só podem ter a ver com o nosso passado autoritário/dirigista.
A UNAC é apenas dos seus membros.

Os artistas angolanos não são obrigados a ser membros desta associação. No âmbito da liberdade de associação que é um direito fundamental podem e devem surgir outras associações e organizações dos criadores de arte, até para estimular uma maior mobilização dos artistas à volta dos seus problemas e da discussão da própria política cultural do país.



Constantino Mendes Corroboro com algumas ideias levantadas pelo Reginaldo! Mas, importa realçar aqui, que é mesmo nos países democráticos (EUA, UK, FR, DE…), onde há um extensivo e inclusivo "controle" sobre quem são os artistas, como funcionam e o que produzem anualmente: ou seja, em países democráticos não há anarquia, mas sim ordem, sistematização e transparência. Significa dizer que todo o cidadão é livre de criar, mas deve se cadastrar em algum órgão para se proteger, promover e beneficiar de certos privilégios, no caso o “certificado de artista”. No nosso caso, e como bem disse o Reginaldo, a UNAC é uma mera "união" ou associação voluntária e não um "conselho" ou “ordem” profissional com o mandato de supervisionar/regular as distintas profissões atinentes à criatividade artística. (A não ser que já tenha mudado os estatutos, por força do título de IUP que lhe foi conferido pelo Estado angolano, mas devia haver publicitação!). Hipoteticamente concluindo, se a "Carteira" será obrigatória para todos os artistas angolanos, então a mesma não pode ser gerida por uma entidade "voluntária". Isto é questão exclusivamente técnica e de Direito!
há 6 horas ·  ·  1




quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Provedores da comunicação social, precisam-se!

Definitivamente quem anda a chuva molha-se!
O problema é quando nos querem molhar com uma "chuva de canivetes", que não é bem aquela a que estamos habituados e que agora até nos anda a faltar, como resultado da "greve" que a mãe natureza anda a observar em algumas regiões do nosso país.
Desta vez um dos meus "vigilantes" no Facebook que atende pela falsa referência de "José Marcio Mario (JMM)" mandou-me trabalhar e chamou-me de vadio, entre outros "mimos" que terei de coleccionar na minha galeria de troféus, pois nem só de elogios se faz a vida, por sinal aqueles que tenho recebido em  muito maior quantidade, quando comparados com os primeiros.
JMM que já me segue há algum tempo com bastante atenção, segundo reconheceu, anda muito irritado comigo, porque eu tenho a mania que sou provedor da comunicação social, depois de já me ter feito outras "advertências".
Felizmente nunca (ainda) recebi da sua parte nenhuma ameaça mais explícita, o que já não é mau para começar.
O seu último "ataque de caspa" ficou a dever-se a um ligeiro reparo feito por mim esta segunda-feira em relação ao conteúdo/tema escolhido para animar a primeira "Mesa Redonda" do Manhã Informativa.
Foi de facto uma explosão de impropérios* digna de uma crise sem precedentes, só entendível pelo meu reparo ter sido a gota de água que fez transbordar a intolerância/raiva do seu copo em relação à minha pessoa/ideias, que parece ter uma história que já leva alguns anos.
Com as considerações que se seguem, já publicadas no facebook, abordo aqui a problemática  que causou tanta irritação ao JMM e que tem a ver com o estabelecimento de uma relação mais dinâmica entre os consumidores de informação que somos todos nós  e os produtores da mesma, sobretudo quando eles têm responsabilidades públicas.
* Frustrado, básico, vagabundo, vadio, fracassado, amargurado e recalcado foram os "mimos" utilizados por JMM contra a minha pessoa, a fazer lembrar-me a maluquinha da internet que anda por aí com um dicionário de impropérios a  vociferar contra tudo e contra todos. 
Só espero que não tenha havido algum contágio mais viral entre os dois. 
Como sou pessimista por natureza acho que este contágio já se consumou mesmo, tendo em conta os contactos que mantêm. 
Como não quero mal a ninguém, só posso desejar aos dois votos de rápida recuperação se ainda houver tempo para tal, embora saiba que num dos casos, o mais grave, a situação já se tenha tornado irreversível.
      • Caro Anónimo JMM, eu posso ser tudo o que bem entender, mas sou responsável pelas minhas afirmações e só posso discutir com alguém que esteja neste patamar.
        Como o "JMM" está escondido num perfil falso, não me resta outra alternativa senão retirá-lo do meu mural, o que desde já lamento. Quando se decidir a assumir a sua identidade própria, estarei em condições então de lhe dar resposta. Assim não dá. Decidi há já algum tempo não responder aos "fantasmas" que povoam o FB, por razões óbvias.
        Espero que compreenda as minhas razões, porque eu entendo perfeitamente as suas.
        Até breve, espero bem...

    • Aos "fantasmas" do FB:
      É claro que eu respeito e aceito o direito ao anonimato, assunto pacífico e já arrumado há bastante tempo na minha galeria dos valores e recursos.
      Não é este direito que está em causa nesta minha reacção as diatribes com que fui generosamente brindado pelo "JMM".
      Com o que eu não posso pactuar é com a utilização deste direito para se promover a irresponsabilidade e os ataques/agressões pessoais.
      Em causa, note-se, nas diatribes do "JMM", para além das ofensas, não estava uma única ideia passível de discussão mais séria.
      Felizmente que o FB oferece-nos a todos a possibilidade de gerirmos da melhor forma este tipo de relacionamento. De forma educada.

      Em relação ao conteúdo do post (1):
      Eu também gostei do debate desta segunda-feira, a inaugurar um novo e promissor espaço semanal da programação informativa da RNA denominado "Mesa Redonda".
      A razão de ser da "alfinetada" que tanto irritou o "JMM", tem a ver com o direito que os ouvintes da RNA também têm de se pronunciar sobre as escolhas/opções editoriais dos médias.
      Confundir um blog (pessoal) com um meio de comunicação social público com a dimensão e as responsabilidades da RNA, sinceramente, acho que nem ao próprio Diabo lembraria.
      Não se trata de interferir, mas tão somente de opinar, sendo através deste diálogo (se ele for produtivo e bem vindo) que o desempenho dos médias se pode aproximar mais das expectativas dos consumidores de informação que somos todos nós.
      Em meu entender fazia muito mais sentido que a RNA inaugurasse o seu novo programa com uma "Mesa Redonda" sobre a crise que se instalou no processo eleitoral, porque é efectivamente o tema mais candente/premente/urgente da actualidade política nacional.
      É só isso.

      Em relação ao conteúdo do post (2)
      Lamentavelmente ao nível da comunicação social ainda não temos entre nós a figura do provedor do leitor, do ouvinte ou do telespectador. Lembro-me que a única experiência neste âmbito foi feita há muitos anos no Jornal de Angola, tendo o referido papel sido desempenhado pelo saudoso David Mestre. Se bem me lembro, repito. Acho que na Rádio também já se fez uma experiência do género.
      De facto já precisamos desta figura em todos os órgãos da comunicação social pública como sendo mais uma garantia da própria liberdade de imprensa e do seu carácter realmente público.
      O Provedor "é quem analisa as queixas e sugestões enviadas pelos leitores e chama a atenção dos jornalistas para os seus deveres para com a sociedade e necessidade de humildade e atenção perante os leitores e suas críticas".(Gabriel Ferreira)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Angola já tem a sua capital da censura

A última edição (03/02/2012) do semanário "ACapital" dirigido por Tandala Francisco não chegou às mãos dos leitores, porque a administração da MEDIVISION SA, nova proprietária do jornal fundado pelo Américo Gonçalves, decidiu que a mesma não tinha "qualidade" para ser consumida pelo público. Na origem de mais esta grave violação da Constituição está um dossier elaborado pelo semanário sobre a última remodelação de JES, com base na avaliação feita por vários jornalistas e analistas. Eu fui um deles, tendo para o efeito respondido ao seguinte questionário:

1. Há tendência da Sonangolização do Governo, ou seja, uma boa parte dos Ministros de proa do Actual Executivo passaram pela Sonangol. O que lhe parece esse critério? Será que há um défice de quadros no seio do MPLA noutras esferas de actividade?
Reginaldo Silva (RS)- Numa primeira avaliação e sem dispor de outros elementos mais estatísticos, percebe-se que JES sempre teve na Sonangol a sua reserva estratégica de quadros, o que não passa necessariamente pela sua presença maioritária no Executivo em cargos ministeriais.
No actual Executivo e para além do novo Ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Vicente, provenientes da Sonangol temos apenas o Ministro da Construção e Urbanismo, Fernando da Fonseca.
Os outros dois, da Geologia e Industria (Joaquim David) e dos Petróleos (Botelho de Vasconcelos) já tinham deixado a petrolífera há vários anos, não devendo por isso figurar nesta contabilidade.
A denominada “sonangolização” do governo/país tem outras nuances menos visíveis, mas não menos importantes e estruturantes, que tem passado pela transferência para a gestão da petrolífera nacional de outros sectores de actividade que não têm nada a ver com o seu “core business” original, como são os recentes investimentos públicos feitos na indústria (zona económica especial do Icolo e Bengo) e do imobiliário (novas centralidades).
O destaque desta “sonangolização” vai, entretanto, para a transformação da empresa numa espécie de fundo soberano, sendo esta intervenção da Sonangol virada para o exterior do país, onde os biliões do erário público têm vindo a ser movimentados em condições/critérios desconhecidos da esmagadora maioria dos angolanos, o que tem alimentado as mais diferentes especulações sobre o seu real paradeiro.
A exigência da transparência só agora, com o acordo Stand By assinado com o FMI, começou a produzir os seus primeiros, mas ainda muito tímidos resultados. Ainda só se está a ver a ponta do iceberg.
2 . A indicação de Manuel Vicente para o cargo de Ministro de Estado para Coordenação Económica, numa altura em que existem Ministros da Economia e das Finanças não cria um "engarrafamento" de competências para um e um vazio de competências para outros outros? Ou, no contexto actual há necessidade para tal?
RS- A indicação de Manuel Vicente (MV) para este cargo, parece corresponder mais a agenda política pessoal de JES, do que a outras motivações, embora ela, aparentemente, esteja, de acordo com a justificação oficial, relacionada com a necessidade de imprimir uma nova dinâmica ao funcionamento do Executivo. Cansado de ouvir falar em novas dinâmicas neste país já nem reparo no pormenor.
Como se sabe este cargo de Ministro de Estado e da Coordenação Económica, não é tão novo quanto isso, tendo sido extinto a não muito tempo, depois do seu anterior titular, Manuel Nunes Junior, ter sido demitido para ser atirado para uma outra “prateleira”, em mais uma movimentação que poucos entenderam.
JES tem finalmente o Executivo com que sempre sonhou?
Não me atrevo a responder a esta questão, porque já desisti de fazer alguma futurologia em torno dos seus "insondáveis desígnios".
O que é facto é que MV entrou finalmente na alta-roda da política angolana, onde sempre esteve, embora de forma pouco "institucionalizada", mesmo depois de ter franqueado as portas do BP do MPLA.
Nos poucos meses que já nos restam para a realização das próximas eleições gerais e enquanto se aguarda pela aprovação da lista do MPLA, com as atenções voltadas para a indicação do nº2, MV vai fazer um rápido tirocínio no cargo de "primeiro-ministro em exercício para todos os efeitos", deixado vago por Carlos Feijó.
A Sonangol deixará de ter o poder anterior, que sairá com MV para o Fundo Petrolífero e para a eventual criação de uma agência concessionária do petróleo angolano.
Estas instituições passarão a funcionar na esfera da nova coordenação económica ora criada para acomodar este “salto de cavalo” de Manuel Vicente em direcção ao futuro, que só pode ter a ver com o futuro do próprio país, com ou sem JES.
No Executivo as remodelações/reestruturações/adaptações/ já não me merecem grande atenção, pois acho que nada é definitivo, tudo é instrumental, não adiantando por isso estar aqui a tentar ver qualquer pensamento mais estratégico do ponto de vista da resolução dos reais problemas (estruturais) com que o país está confrontado.
O que hoje parece ser definitivo, amanhã pode já ter sido atirado para o caixote do lixo.
3. Há ou não há diminuição de funções a Carlos Feijó, com o surgimento de Manuel Vicente?RS- Claramente Carlos Feijó desaparece de cena onde foi até agora a “estrela mais brilhante da companhia”, sendo da sua autoria, ao que julgo saber, o modelo do novo Executivo que entrou em funções com a nova Constituição.
As razões deste prematuro ocaso estão a ser objecto das mais diferentes especulações, sendo mais ou menos claro que ele vai voltar a fazer mais uma travessia pelo deserto, caso não se venha a demitir.
A colocação de CF, enquanto Chefe da Casa Civil do Presidente da República, a “controlar” o Vice-Presidente é que é, quanto a mim, a mais surpreendente do ponto de vista institucional.
Tendo a função de Vice-Presidente da República respaldo e dignidade constitucional, fica difícil de perceber a razão que leva JES a fazer deslocar CF para as proximidades do gabinete de Nandó, que já está preenchido com os auxiliares que ele precisa para desempenhar as suas funções na área social.
4. No caso específico de Luanda, existe uma comissão administrativa e existe o governo provincial. Isso, no vosso entender, não vai criar um "choque" na atribuição e assunção de tarefas?
RS- O governo, com base na nova lei da divisão administrativa e, acho, na perspectiva já da consagração do poder local com a prevista (?!) realização das eleições autárquicas, está a ensaiar em Luanda este modelo que passará pela coabitação ao nível das províncias entre um representante do poder central e a gestão descentralizada ao nível municipal.
Os choques institucionais em Angola são a regra, mesmo quando as coisas já estão suficientemente clarificadas, o que não é, certamente, o caso de Luanda com esta novel divisão administrativa.
Em Luanda e tendo até em conta os perfis dos novos titulares, com destaque para Bento Bento e do General Tavares, esta coabitação dificilmente será pacífica, pelo que, admito, as coisas vão-se complicar nos próximos tempos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"Pinto de caras"....

Depois de nos ter oferecido um "Pinto de costas", JA efectua "correcção de tiro", brindando-nos esta quinta-feira com um "Pinto de caras"..

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

"Descostas"...

Nesta fotografia com que o JA ilustrou esta quarta-feira a sua principal matéria há algo de muito grave contra o próprio jornalismo, a pessoa do ilustre visitante e os leitores do matutino. Publicar uma fotografia de alguém de costas é algo que não lembra o diabo, sobretudo quando esta pessoa é o protagonista da notícia.
A única explicação que encontro para esta desastrosa escolha tem a ver com o facto do Presidente de São Tomé e Príncipe se chamar Costa.
Ou será que os dois presidentes são assim tão parecidos um com o outro, que já não valia a pena mostrar os dois rostos?