quarta-feira, 11 de abril de 2012

Não vale tudo!

Sobre o (não) vale tudo, estou totalmente de acordo com o que JES disse no Lwena. 
Na política não pode valer tudo. 
Definitivamente. 
Caso contrário a paz que já fez dez anos vai deixar de fazer qualquer sentido, para ficar reduzida ao calar das armas convencionais e pouco mais, porque nos bastidores a guerra vai continuar. 
Uma guerra ainda mais pérfida, porque silenciosa e selectiva. 
Na política não se podem agredir os adversários nem com difamações e muito menos com barras de ferro. 
Na política não se pode insultar a mãe e a mulher do outro, nem se podem partir braços e amolgar cabeças. Na política as ameaças de morte tão em voga entre nós, não podem continuar a ser usadas como tem acontecido até agora por conhecidos agentes da nossa praça, que de facto têm alguma capacidade de executarem tais propósitos. 
Sinceramente não acredito que alguém fique com medo de mim se por acaso ouvir da minha boca uma tal ameaça, porque sabe que eu não tenho qualquer poder. 
As ameaças que realmente atemorizam e intimidam são aquelas que são pronunciadas por pessoas que têm poder ou estão perto dele. 
Se hoje alguém da oposição me ameaçar de morte ainda sou capaz de me rir e de o mandar dar uma volta ao bilhar grande, mas se a mesma ameaça for feita por alguém ligado ao partido no poder de certeza que não acharei tanta piada e sou capaz de passar a noite a pensar no assunto. 
O problema das agressões na política, entre as verbais e físicas, não é tão simples quanto isso quando se trata de fazer a sua triagem. 
Em relação às físicas há poucas dúvidas, já no tocante às verbais as coisas são mais complexas, porque na política também existe a liberdade de expressão/crítica e o direito de fazer oposição, que JES hoje no Lwena destacou, sem entrar no seu âmago. 
É muito difícil fazer oposição mandando rosas vermelhas ao Governo, por isso quem está no poder tem de estar preparado para ouvir certas "verdades", quer goste, quer não goste delas.