sexta-feira, 6 de abril de 2012

Paz:Dez anos depois/dois países diferentes...


MPLA:
O processo de reconciliação nacional, que continua a decorrer de forma cada vez mais consolidada, permite que os angolanos acreditem num futuro tranquilo, viabilizando a paulatina melhoria das suas condições de vida, augurando um amanhã risonho para todos e para cada um.
Com a conquista da paz definitiva, Angola regista um progresso notável na construção e reconstrução de infra-estruturas, que vão alicerçar o desenvolvimento do país e na reorganização da sua economia, que, nos dias de hoje, está no grupo das que mais crescem em todo o Mundo.



UNITA:
A Paz em vigor continua ainda a ser apenas a paz militar.
Continuam por se materializar os objectivos políticos preconizados no âmbito da democratização e da reconciliação nacional. Por exemplo:
a)- As reformas exaradas nos vários Acordos de Paz, com vista a edificação de bases sólidas de sustentabilidade de um verdadeiro Estado de Direito Democrático em Angola e ao estabelecimento de um sistema de governo realmente democrático, apenas conheceram passos muito tímidos.



MPLA:
A reabilitação e crescimento das três principais vias de caminhos-de-ferro, o restauro e a construção de estradas, escolas, hospitais e centros de saúde, o desenvolvimento de diferentes projectos agro-pecuários e o nascimento de novas indústrias, que começam a surgir um pouco por todo o país, o despertar dos municípios para o desenvolvimento, levando os serviços básicos cada vez mais próximos da população, são, apenas, alguns dos muitos exemplos dos benefícios conseguidos com a conquista da paz.



UNITA:
As liberdades fundamentais dos angolanos, constitucionalmente consagradas, continuam coarctadas com a intensificação, nos últimos tempos, de actos de intolerância politica praticados em quase todo o país, de forma coordenada, por elementos afectos ao partido no Poder que, perante o silêncio conivente das autoridades do País, destroem propriedades, símbolos partidários e causam desaparecimentos, ferimentos e perca de vidas humanas entre militantes e membros de partidos na oposição, sobretudo os da UNITA.


MPLA:
Desde sempre, a conquista e consolidação da paz, a reconciliação do nosso Povo e a reconstrução nacional foram premissas fundamentais defendidas pelo MPLA, que pugna pela garantia da segurança interna e externa do país e que repudia, energicamente, todas as tentativas ou acções que visam desencadear situações adversas à irmandade entre os angolanos, ou, de algum modo, atentatórias aos mais elementares direitos dos cidadãos e contra as regras de convivência pacífica.



UNITA:
O processo de desmobilização e de reinserção social dos ex-militares continua inconclusivo, criando enormes dificuldades sociais aos ex-militares e suas famílias, espalhadas por todo o país.
Verifica-se o aumento de múltiplas assimetrias sociais no seio da sociedade angolana, produto de injustiças sociais, resultantes de más politicas e da má distribuição da riqueza, da corrupção e da falta de transparência dos actos de governação. Os recursos naturais estratégicos de Angola apenas beneficiam uma minoria de angolanos, em detrimento de uma maioria que continua a viver com menos de um dólar por dia. Aprofunda-se, assim, cada vez mais o fosso entre ricos e pobres, o que se pode transformar num factor de tensão social com consequências nefastas para a estabilidade nacional.



MPLA:
O 4 de Abril, pela sua importância histórica e pelo muito que representa, constitui uma das conquistas mais valiosas do Povo angolano, que deve preservá-la a qualquer custo, com a convicção de que o passado ficará apenas para a história, pois os angolanos vão continuar unidos na diversidade e juntos para o fortalecimento da democracia e o desenvolvimento do país, para que Angola ocupe um lugar de destaque no concerto das nações. 



UNITA:
O conflito de Cabinda continua sem solução e permanece sob forma de uma guerra de baixa intensidade entre o Governo de Angola e a FLEC, com interminável cortejo de mortes, desaparecimentos e detenções.
Apesar disso, verifica-se o aumento da consciência política dos angolanos. O povo tem sede de justiça e quer exercer o poder que a Constituição lhe confere de modo livre, justo e pacífico.
Perante esta realidade e consciente das suas responsabilidades históricas resultantes de 46 anos de luta por Angola, a UNITA entende que a paz militar deve evoluir para a paz social, através do aprofundamento da democracia bem como através da prática da justiça económica e social.



MPLA:
Pela passagem desta efeméride, o Bureau Político do MPLA exorta todo o Povo angolano a transformar as comemorações do “DIA DA PAZ E DA RECOCILIAÇÃO NACIONAL” numa jornada de reflexão sobre tudo quanto foi feito nestes 10 anos de paz e o que ainda temos por fazer, para que Angola seja um bom país para se viver. Os jovens, em particular, são convidados a juntarem-se neste grande esforço para fazer Angola crescer e florir.
O Bureau Político do MPLA manifesta a sua total disponibilidade de continuar a orientar e apoiar o Executivo nas acções inerentes ao reforço da democracia, da reconstrução e do desenvolvimento do país, defendendo a soberania e a integridade territorial, as nossas opções políticas e económicas e a nossa identidade, como Nação angolana, una e indivisível
.


UNITA:
A UNITA exorta todos os angolanos mas sobretudo o Executivo angolano a empenhar-se verdadeiramente na transformação desta paz militar em paz social que se traduza em bem estar, com mais saúde, mais e melhor educação, mais habitação, mais segurança, mais tolerância e inclusão entre os angolanos, independentemente das convicções políticas de cada um.
Como este desiderato só se consegue com a valorização e a dignificação do homem angolano em primeiro lugar, a UNITA exorta o Executivo Angolano a criar condições com vista à implementação de uma política de inclusão social digna para os antigos combatentes e veteranos da Pátria, de forma a reconciliar de facto os angolanos e permitir assim a realização plena da paz social.