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“Para mim, a definição de quem é angolano é única e estritamente juridico-legal. A nossa lei diz que todo o filho de pai ou mãe angolano é automaticamente angolano, onde quer que tenha nascido. Não interessa, pois, onde ele mora, o que faz ou o que pensa. Dizer que angolano é somente aquele que tem «pensamento angolano» (o que é isso?) é, insisto, misturar cidadania com ideologia. O país já passou por isso. Não queiramos reeditar essa fase, embora mudando de alvos"-João Melo
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"A nacionalidade e identidade sempre estiveram ligados. Não é possível pretender que pessoas que não tenham uma mesma identidade partilhem a mesma nacionalidade. É algo superficial e condenado ao fracasso. Por mais que se pretenda defender os angolanos de ocasião, a ausência de pontos identitários com o resto dos angolanos faz deles, de facto, uns estrangeiros com BI angolano. O que identifica uma sociedade é a sua cultura"- Ismael Mateus
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“Na minha opinião, a maneira como certos fazedores de opinião têm abordado o regresso dos angolanos emigrados durante a guerra, em especial em Portugal, contribui, ainda que involuntariamente, para alimentar esse tipo de teses restritivas e discriminatórias”- João Melo
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“Os angolanos de ocasião quando muito são angolanos de nacionalidade adquirida e, nessa condição, devem ter naturalmente limitações. Não é inovador do nosso país e nem nada que não esteja já previsto nesta e na anterior constituição”- Ismael Mateus
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"Os angolanos emigrados que agora começam a regressar ao país devem ser acolhidos fraternalmente, como é apanágio do espírito profundo do nosso povo. Os representantes das elites devem estar à altura desse espírito e não alimentar, deliberadamente ou não, ressentimentos perigosos”- João Melo
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“Do nosso ponto de vista, o maioritário deveria até ser mais ousado estabelecendo o requisito da nacionalidade de origem e a não aceitação da dupla nacionalidade para o provimento de outros cargos públicos de soberania e representação do Estado”- Ismael Mateus
comentários:
Anónimo disse...
Nao sou adepto da escrita do Joao Melo, a quem como intelectual respeito bastante. Alias, nao sou contemporaneo dele e acho que as ligacoes dele a algumas historias deste pais, desde a independencia, deixam-no numa situacao bastante fragil quando se trata de defender principios politicos.Nunca ouvi o Joao Melo a defender a verdadeira reconciliacao nacional neste pais. Aquela reconciliacao de pessoas que estiveram envolvidas na guerra e que depois de 2002 foram obrigadas a viver na mesma comunidade. Para ele, esta deve ser a reconciciliacao de angolanos de terceira. Mas quando se trata desta reconciliacao com pessoas que respiram o mesmo ar dele, que tem os mesmos tracos culturais, a mesma identidade epidermica, o Joao Melo e um atroz defensor. Nao concordo com o Ismael neste aspecto, mas discordo dos argumentos do Joao Melo para contrapor o Ismael Mateus.
26 de Agosto de 2009 23:47
Gil Gonçalves disse...
Bom! O João Melo quer queira quer não é das indirectas atípicas, o mano Ismael Mateus não. Portanto vinculo-me totalmente e incondicionalmente ao mano Ismael Mateus.
27 de Agosto de 2009 11:15
Anónimo disse...
angolano é toda pessoa que tenha nascido em angola PRIMEIRO depois angolano é toda a pessoa que além de ter nascido em angola assimila a cultura angolana e entende oscostumes de angola
27 de Agosto de 2009 17:00
Anónimo disse...
Se a proposta absurda do Sr. Ismael Mateus, em impedir que detentores de dupla nacionalidade ocupassem cargos públicos, fosse por um mero acaso de loucura temporária levado a cabo, practicamente todos os actuais ocupantes dos mais altos cargos públicos nacionais teriam de ser demitidos. Ou o Sr. Mateus é o único a desconhecer as múltiplas nacionalidades dos nossos governantes ou então está a fazer demagogia barata tentando apelar a um direito "de origem" que confere genuinidade e precedência sabendo muito bem ser este um argumento falacioso e impraticável.
30 de Agosto de 2009 23:56
Anónimo disse...
Sr. Ismael Mateus: Como é que é possível ostentar uma opinião que roça a xenofobia e os piores preconceitos há muito rejeitados pelas pessoas de bem e de bom senso? A Angolanidade como nacionalidade está bem definida pela lei, e,como identidade é de quem a quiser abraçar, independentemente até do passaporte, ou passaportes que carrega. As suas ideias são perigosas porque se afastam do critério legal e permitem que já agora qualquer um, venha a decidir aleatória e discricionariamente, os critérios com que "decidir" se alguém é ou não Angolano! Qualquer dia quem não gostar de funge não tem direito à nacionalide, com os precedentes que o Sr. pretende querer abrir no seu artigo! Felizmente que a maioria dos países que acolheram e acolhem os Angolanos e seus filhos no exterior não aprtilham dos seus ideais, de outra forma não teriam alargado as suas nacionalidades e os incontáveis benefícios que estas conferem, a tantos filhos da nossa Angola.
31 de Agosto de 2009 0:03