sábado, 28 de abril de 2012

Os salários e a felicidade dos trabalhadores...

Soube que neste seminário o especialista Amândio Vaz Velho fez uma prelecção que foi muito aplaudida pelos "trabalhadores felizes". As razões de tanto aplauso parecem estar relacionadas com algumas verdades "menos felizes" que o orador teve a frontalidade de abordar com a necessária profundidade e mestria.
Soube também que no Ministério dos Transportes um técnico médio de 3ª aufere um salário de 33.000.00 Kz, enquanto o seu colega do escalão superior de 2ª é lhe pago um valor muito próximo dos 130.000.00.
A felicidade do trabalhador e o sucesso das empresas dependem em muito desta variável chamada salário.
O empresário/milionário alemão Boch disse um dia que ele não pagava bons salários porque tinha muito dinheiro, mas que conseguiu ter muito dinheiro porque sempre pagou bons salários...
E esta, Afonso?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Samakuva em pré-campanha nos States

Samakuva está em "pré-campanha" nos Estados Unidos, numa altura em que a direcção da UNITA ainda não deu luz verde para a tomada de posse dos seus comissários na Comissão Nacional Eleitoral, sendo neste momento a única formação que continua a boicotar aquele órgão.
Agora, só na segunda quinzena de Maio tal empossamento será possível, tendo em conta a data prevista da realização da próxima plenária da Assembleia Nacional.
Críticos da actual gestão que Samakuva tem estado a fazer da UNITA, destacam o facto nada positivo de ele se ter preocupado muito pouco com a mobilização das falanges do Galo Negro tendo em vista o seu registo eleitoral.
Adiantam a mesmas fontes que a direcção da UNITA não percebeu ou não quis perceber as razões estratégicas que levaram o MPLA a apostar tanto na mobilização popular para o registo/actualização eleitoral.
Entre estas razões sobressai, de acordo com esta análise, a necessidade do MPLA registar o máximo de militantes/simpatizantes, o que lhe permite ter desde logo algumas certezas antecipadas, embora por si só o registo não garanta o voto seguro.
Seja como for é sempre melhor ter as pessoas registadas para os devidos efeitos, do que não ter. Por isso é que diz que o MPLA fez do registo eleitoral a maior referência da sua pré-campanha que continua em curso, perante a apatia dos restantes concorrentes.
Em parte concordo com esta maneira de ver as coisas em nome da objectividade e do pragmatismo.

Presidência da República melhora comunicação, mas...

O website oficial da Presidência da República (http://www.casacivilpr.ao/) está quase "bala". 
E só não está mesmo totalmente "bala", porque lhe falta em matéria de substância, algum "molho", sobretudo em relação ao conteúdo dos decretos presidenciais que vão sendo exarados.
Como se sabe, agora, nesta 3ª República, governa-se por decreto, no âmbito dos reforçados poderes que foram atribuídos ao PR.
No site apenas se faz referência à existência dos decretos, remetendo-se depois os interessados para a consulta do respectivo Diário da República.
A manter-se esta passada, não vemos grande utilidade neste tipo de informação pública, porque como todos sabemos o acesso ao Diário da República há muito que deixou de ser um "direito fundamental/universal", quer por razões de preço, quer por outras.
Reparamos também que há vários links relacionados com a legislação/regulamentação já publicada, que não nos levam a nada, isto é, onde o texto desapareceu "misteriosamente".
Aos responsáveis deste importante site queremos desejar votos de bom trabalho, no sentido de melhorarem o que é possível, pois estamos convencidos que a utilização da Internet ajuda resolver muitos problemas, sobretudo com todos aqueles, onde se incluem os jornalistas, que estão sempre a dizer ( mas nem sempre com razão) que não sabem muito bem como é que se governa em Angola.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sem 25 de Abril, a história seria diferente...

38 anos depois, o 25 de Abril de 1974 continua a ser uma data maior da história da liberdade e da libertação que diz respeito tanto aos portugueses, como a todos nós, angolanos, moçambicanos, guineenses, sãotomenses e caboverdeanos.
Sou das pessoas que acredita que antes de mais foi graças ao 25 de Abril de 74 que foi possível a proclamação da República Popular a 11 de Novembro de 1975, sem descurar o impacto decisivo da luta anti-colonial na mobilização política dos jovens oficiais do Movimento das Forças Armadas(MFA).
Sem o golpe de estado em Lisboa dos Capitães do MFA, nada teria sido possível, nomeadamente, em Angola, numa altura em que os movimentos de libertação estavam praticamente acantonados e quase já estratégicamente derrotados pelo Exército Português.
Só faltava mesmo o quase, que o 25 de Abril não permitiu que acontecesse.
Se eu mandasse em Angola, não sei muito bem como iria celebrar esta data, mas de certeza que não iria ignorá-la como se tivesse vergonha de reconhecer a importância, a precedência e o relacionamento dos factos históricos entre povos que tiveram os seus destinos amarrados durante vários séculos, numa trajectória que apenas terminou há cerca de 40 anos.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

3 de Maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa 2012/Mensagem da ONU (em castelhano)



Mensaje conjunto
del Sr. Ban Ki-moon, Secretario General de las Naciones Unidas
y de la Sra. Irina Bokova, Directora General de la UNESCO,
con motivo del Día Mundial de la Libertad de Prensa

3 de mayo de 2012
La libertad de expresión es uno de nuestros más valiosos derechos. Constituye la
base de todas las demás libertades y es el fundamento de la dignidad humana.
La existencia de medios de comunicación libres, pluralistas e independientes es
esencial para poder ejercer ese derecho.
Ése es el mensaje del Día Mundial de la Libertad de Prensa. La libertad de los
medios de comunicación supone la libertad de opinión y entraña el derecho de
investigar y recibir informaciones y opiniones, y el de difundirlas, sin limitación de
fronteras, por cualquier medio de expresión, como se enuncia en el Artículo 19 de
la Declaración Universal de Derechos Humanos. Esta libertad es esencial para la
existencia de sociedades sanas y dinámicas.
Los cambios ocurridos en el mundo árabe han puesto de manifiesto el poder de las
aspiraciones a los derechos cuando se combinan los antiguos y los nuevos medios
de comunicación. La libertad de los medios de comunicación recién descubierta
augura una transformación de las sociedades gracias a una mayor transparencia y
rendición de cuentas. Está estableciendo nuevas maneras de comunicar y de
intercambiar información y conocimientos. Se están alzando nuevas voces
enérgicas -especialmente las de los jóvenes- allí donde antes callaban. Por esta
razón el Día Mundial de la Libertad de Prensa de este año está centrado en el
tema "Nuevas voces: la libertad de los medios de comunicación ayuda a
transformar las sociedades".
La libertad de los medios de comunicación se topa también con fuertes presiones 
en todo el mundo. El año pasado, la UNESCO condenó el asesinato de
62 periodistas que murieron por ejercer su profesión. Estos periodistas no deben
ser olvidados y esos crímenes no deben quedar impunes. A medida que aumenta
el número de medios de comunicación en línea, aumenta también el número de
periodistas en línea, incluidos los blogueros, que son acosados, agredidos y
asesinados por su labor. Éstos deben recibir la misma protección que los
trabajadores de los medios de comunicación tradicionales.
Los días 13 y 14 de septiembre de 2011 se celebró en la UNESCO la primera
reunión interinstitucional de las Naciones Unidas en torno a la seguridad de los
periodistas y la cuestión de la impunidad. Elaboramos un plan de acción de todo el
sistema de las Naciones Unidas con el fin de crear un entorno más libre y seguro
para los periodistas y los trabajadores de los medios de comunicación de todo el
mundo. Al mismo tiempo, seguiremos reforzando las bases jurídicas de medios de
comunicación libres, pluralistas e independientes, especialmente en países que se
están transformando o reconstruyendo después de un conflicto. En una época en que
hay un exceso de información, debemos ayudar en especial a los jóvenes a adquirir
un mayor sentido crítico y competencias básicas en materia de medios de
comunicación.
El Día Mundial de la Libertad de Prensa nos brinda la oportunidad de izar la
bandera de la lucha en defensa de la libertad de los medios de comunicación.
Hacemos un llamamiento a los Estados, los profesionales de los medios de
comunicación y las organizaciones no gubernamentales de todo el mundo para que
unan fuerzas con las Naciones Unidas a fin de promover la libertad de expresión
en Internet y en otros medios, de conformidad con los principios internacionalmente
acordados. Es el puntal de los derechos individuales, la base de sociedades sanas
y una fuerza de transformación social.
Ban Ki-moon
Irina Bokova

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Bety está a ver bilhas?

A reportagem que o Novo Jornal publicou na sua última edição é um exemplo de bom jornalismo ao serviço da sociedade/comunidade. A situação da criminalidade nunca esteve boa, nem pouco mais ou menos, mas agora está a conhecer um novo pico. O mais grave é que a resposta não parece estar a altura do desafio. Também nunca esteve, mas agora o défice pode-se estar a agravar, pois do lado da "oferta" há claramente uma melhoria muito substancial a pôr em causa todos os impactos sociais mais positivos das políticas públicas na estabilização macroeconómica (controlo efectivo da inflação), combate à pobreza e na promoção do emprego de qualidade. Os projectos megalómanos e os desvio dos dinheiros públicos pela via da corrupção também podem ser notificados para responderem a este "processo" sem barras...
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Artur Graça Cussendala Para acabar ou diminuir com a criminalidade dever-se-ia destruir todas as cadeias e no seu lugar criarem-se cemitérios e o lema seria criminoso pego é criminoso morto...


Reginaldo Silva Solução final, Artur?



Artur Graça Cussendala RS, veja como está a Singapura, td criminoso emigrou e o país é hoje uma maravilha.

Reginaldo Silva Se tudo fosse assim tão "singapurado", o planeta hoje seria um paraíso..
Quarta-feira às 11:10 · Gosto · 2


Artur Graça Cussendala Claro que sim mas com activismo para tudo até o bandido se sente protegido. Recuemos no tempo mesmo aqui em Angola, na época em que quem fosse pego roubando era queimado com pneus a bandidagem tinha diminuído ou mesmo quando a divisão de baixa visibilidade (esquadrão da morte), actuava as claras os "batuqueiros" tinha optado por outras profissões menos arriscadas. Então porque não "singapurar" o país também?



Fernando Oliveira Seria até interessante fazermos esse exercício:imaginemos que todos os países do mundo pudessem "exportar" os seus criminosos para uma ilha ou para um sítio qualquer,em suma verem-se livres deles...era capaz de ser giro...


Luis Fernando Mandem já o Artur Graça Cussendala para a chefia da Polícia Nacional. É claro que não é por aí amigo, por muito que detestemos os criminosos e por muito que nos coloquem a vida em risco. A solução final de Hitler deu no que deu, o "Holocausto" que só disseminou na Alemanha e regimes cúmplices o ódio pelos judeus mas que nada resolveu, bem pelo contrário, deixou uma mácula insanável na imagem da Deutschland . E connosco seria a mesma coisa, o fuzilamento dos bandidos a um nível de "tolerância zero" criava a maior confusão que se pode imaginar, pois nada me garante que o mais impoluto dos cidadãos não fosse, ele também, acusado de criminoso e passado pelas armas. Num mundo dominado pela justiça, pela honra e pela verdade, acredito que isso fosse possível. Mas esse mundo existe Artur? Comecemos por aí...


Artur Graça Cussendala Obrigado Sr.@Luis Fernando pela exemplo do holocausto mas a tolerância zero a bandidagem não é exactamente uma luta contra as minorias sejam elas étnicas, raciais ou religiosas mas somente contra elementos que persistem na contra mão da lei. E citei o exemplo de Singapura exactamente para ilustrar que é possível criarem-se sociedades com níveis baixos de criminalidade. Porque num país em um individuo tira a vida a outrem por um misero telemóvel e recebe como bonificação uma vida de descanso num cela presidiaria a custa dos outros e passado um terço da pena está livre e pronto para outro assassinato, cria a ideia de que afinal o crime compensa.



Luis Fernando Compreendo-te amigo Artur Graça, compreendo-te. Mas a vida já demonstrou que os excessos não resolvem. A lei de Talião baseada no princípio do "dente por dente, olho por olho", se valesse para alguma coisa, estaria em aplicação em todos os países do mundo. Andamos todos furiosíssimos com a praga de bandidos que nos acossam, eu próprio ja fui vítima de dois assaltos à mão armada para roubarem-me dois míseros telemóveis, mas não acho que a solução seja bandido capturado/bandido morto. A minha preocupação é com a a aplicação criteriosa e justa dessa medida. O que aconteceria se um digno chefão desses esquadrões disser que fuzilem o cidadão Artur Graça Cussendala pk é criminoso e os carrascos (que podem vir a ser os profissionais mais eficientes do pedaço, pois para a maldade há sempre talento de sobra) passam à acção sem mais contemplações? No fundo o que quero dizer é que instituir esse tipo de resposta para travar a espiral da criminalidade pode vir a mostrar-se um grande perigo, pela própria maldade que não é pouca numa sociedade cheia de bandidos. Parece um jogo de palavras mas é, tão só, o retrato do que somos e do que temos.



Artur Graça Cussendala Enquanto os corruptos, os assassinos, gatunos, violadores e pedófilos e outros marginais continuarem a serem protegidos em nome do humanismo, o mundo continuará a ser o que é. Meu amigo (desculpe trata-lo assim) Luis Fernando, todas as revoluções têm os seus mártires fruto dos excessos que se comtem pelos detentores do poder e nesta minha "purga" ao banditismo, com certeza alguns inocentes levariam de tabela e não há como evita-lo. Alias gente há que cumpre pena de prisão simplesmente por estar na hora e no lugar errado naquele fatídico dia do crime.



Juliano Da Silva Rodrigues Diz-se que toda sociedade tem os criminosos que ela merece e a nossa não foge a regra. A maior parte dos jovens criminosos nunca tiveram oportunidades de ensino e emprego no nosso país. O que se espera quando as oportunidades são sempre para os mesmos? Enquanto a situação social em Angola não melhorar, os índices de criminalidade não baixarão!



Maurilio Luiele Luis Fernando é também uma questão de lei. A pena de morte foi removida do nosso código. Por outro lado essa eliminação sumária de bandidos que, embora não se admita oficialmente, é uma prática recorrente entre nós em períodos críticos de delinquência, é totalmente ineficaz e desaconselhável. São infelizmente vários os relatos em Luanda de jovens inocentes assassinados pela polícia porque confundidos com bandidos documentados.Isto significa que este não é de modo nenhum o caminho a seguir.


Artur Graça Cussendala ‎@Juliano, os marginais devem roubar ou matar os"outros" que lhes roubam as oportunidades e não um desgraçado como ele. O bandido também deve ter a ética de não espoliar o espoliado.


Juliano Da Silva Rodrigues ‎@ Artur o mundo em que os criminosos vivem é como uma selva aonde os fortes sobrevivem (segundo Herbert Spencer 'Survival of the fittest' interpretando a teoria de evolução de Darwin). Então é lógico que os criminosos assaltam os mais fracos e não os mais fortes como os membros do executivo que deslocam-se escoltados.


Reginaldo Silva Gostei desta Artur Graça Cussendala: "O bandido também deve ter ética..." Espero que o teu apelo seja suficientemente democrático e abrangente para ser ouvido por todos os bandidos deste país, sem excepção...



Jose Vieira (...) Quanto ao Artur Cussendala de quem geralmente leio os comentários, eu compreendo a posição neste assunto, mas é das tais posições insustentáveis! Isso seria o mesmo que admitir que a ditadura também tem lugar! Há teorias que não servem na prática e práticas que não têm sustentabilidade teórica! Ex.: o comunismo em teoria é bom mas na prática revelou-se inexecutável! O fuzilamento dos bandidos seria uma prática com resultados bons, mas não tem sustentabilidade teórica porque é inaceitável a resolução de qualquer questão pela eliminação física!



Artur Graça Cussendala Neste prisma o @José Vieira tens razão mas as vezes as ditaduras são bem vindas para arrumar o desarrumado. Estaline levantou a Russia mesmo com uma baixa de 25 milhões de cidadãos e o país em escombros. Singapura tem sido consistentemente avaliada como o país menos corrupto da Ásia e entre os dez mais livres de corrupção do mundo, de acordo com Transparência Internacional, graças a passagem por aquele país de um ditador que colocou todo mundo de sentido. Aqui mesmo Angola, Savimbi manteve a rédea curta do seu movimento graça a ditadura que implantou nas ditas “terras livres” e para mostrar que não estava de brincadeiras até a inquisições recorreu. A China é hoje uma potência porque o país é regido com punhos de ferro. É claro que não há regras sem excepção ou melhor nem todos se deram bem nas suas ditaduras assim com não foi fácil interpretar na prática o comunismo.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Novas universidades ou mais (graves) problemas sem solução...

"No âmbito do seu papel como entidade reguladora do ensino superior, o Executivo autorizou a criação de 15 novas instituições privadas de ensino superior, localizadas nas províncias de Luanda, Benguela, Cabinda, Huíla, Huambo, Uíge, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul, Bengo e Bié, dando assim a possibilidade de acesso a este nível de ensino em 2012 a cerca de 19 mil novos estudantes."- In Comunicado do Governo.
A minha pergunta é:Onde é que vão buscar os novos professores para estas novas instituições, tendo em conta o défice (quantitativo/qualitativo) já existente?
A decisão tomada ontem pelo Executivo de autorizar a criação de mais 15 instituições do ensino superior, cheira-me a choque de competências e a total desautorização da titular da pasta.
Em Janeiro deste ano a Ministra Cândida Teixeira disse que a enorme procura de cursos de formação superior que se regista em todo país tem levado à abertura de “novas unidades orgânicas e de cursos que nem sempre obedecem aos critérios mínimos de qualidade exigidos internacionalmente”.
"Cabe ao Ministério do Ensino Superior e da Ciência e Tecnologia propor a criação e o encerramento de instituições de ensino superior públicas, bem como a autorização de criação e de encerramento de instituições de ensino superior privadas e público-privadas. Cabe ainda aprovar a criação e o encerramento de cursos superiores".
Debate
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Jesse Lufendo Boa perguna!...talves vehnam siar mesmo dos super mercados de vendas de notas e certificado como considera Domingos da Cruz, quando se referia a qualidade de ensino que muitas universidade em angola teem, o mais curioso também que fiquei a saber que quase nehum dos filhos até mesmo de decanos estaudam nas universidades que dirigem, quer diquer nem mesmo os decanos aceitam que seus filhos sejam formato nesses cugumelos que o executivo chma de universidades, sem condicoes nenhuma. agora uma pergunta...como é que uma professora universitária copia por completo um exercio na internet e depois dá aos alunos para resolver? é que nada mas nada mesmo ele criou, todinhas perguntas siaram de um blog, publicado em abril de 2010 por aluno da universidade do Brasil, só mesmo tristesa em termos de ensino



Ana Mathaya A ferida é mais profunda, enfermo está não somente o Ensino universitário, mas o ensino em geral, basta ver a qualidade dos alunos que recebemos na Universidade, despedidos de maturidade, despedidos de conhecimentos de base, pouco amigos da leitura e do conhecimento - ah se alguem pudesse presentea-los com um Diploma!!!-, a duras penas são estes que 4 ou 5 anos depois são licenciados e tornam-se nos novos professores universitários!! é caso de se dizer "QUO VADIS ANGOLA? Where are we going?"



Artur Graça Cussendala Boa pergunta!... Acho que devemos importar alguns professores. Com a crise na Europa, acredito que muitos Professores portugueses ou Espanhóis aceitariam de bom grado e sem muitas exigências as vagas.



José Neto Creio pessoalmente, que o governo precisa de uma estrategia mais eficiente, mas gostaria ver algumas das instituições a serem encerradas devido a falta de qualidade em muitos sentidos. Existe um sistema de avaliação das instituições quanto a qualidade e produção cientifica no verdadeiro sentido da palavra?????



Ulanga Gaspar Martins Eu pergunto-me onde vai sair tanto emprego para tantos licenciados quando o proprio estado esta a priviligiar a promocao das micro pequnas e medio empresas que seguramente que nao precisam de licenciados para o seu funcionamento...



Manuel Ngunza Mais politica eleitoral, sem pensar-se nas consequencias, ca vamos nos com o nossos pais em canbalhotas.



Celso MalavolonekeReginaldo Silva, as instituições privadas de ensino superior vão buscar professores expatriados, brasileiros e cubanos essencialmente. Agora, há quem seja suspeito para emitir opiniões abalizadas sobre isso...



António Moisés O défice não se relaciona apenas com a qualidade e quantidade de professores, mas também com as infraestruturas. Estive há dias no Uíge e vi as instalações onde funciona a Universidade Kimpa Vita. Aquilo mais parece uma creche...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Uma preciosa base de apoio à estratégia eleitoral


Paulo Inglês respondeu no facebook ao meu desafio relacionado com a elaboração de uma análise dos resultados do recentemente terminado período de actualização do registo eleitoral.
"Acho que, através da base de dados, o MPLA sabe bem onde as pessoas supostamente vão votar, sabe também onde se localiza o maior número de eleitores e até por distribuição em idade e género. Pode ter, por isso, uma maior geografia eleitoral e, portanto, sabe exactamente qual é o “target group” da sua campanha eleitoral…. Em certo sentido a campanha do MPLA já começou com a actualização do registo eleitoral."
(...)
"O curioso é que em 2008 o MPLA ganhou com cerca de 81% do total de votos depositados, quer dizer (se todos os registados tivessem votado) seriam, pelo menos, mais de seis milhões de votos. Claro que isso é, no mínimo, esquisito!"
Saiba mais em relação ao que pensa Paulo Inglês sobre o perfil eleitoral de Angola lendo a sua análise In https://www.facebook.com/notes/reginaldo-silva/galeria-an%C3%A1lise-dos-resultados-do-registo-eleitoralpor-paulo-ingl%C3%AAs/10150653229530940

Os músicos em tempo de campanha...

Sexta-feira última almocei com o Waldemar Bastos e o Chico Rasgado, tb conhecido na sua bwala benguelense por Chico Babalada, o homem do Jazz e do Chela Press que é neste momento o único semanário independente que vai aparecendo fora do cerco luandense, depois de ter andado algum tempo meio desaparecido mergulhado em dificuldades várias.
O Waldemar e o Chico são duas pessoas cuja amizade prezo imenso, numa trajectória que já leva décadas de persistência e afirmação, em nome de valores que têm sabido sobreviver aos interesses da conjuntura, que ontem e hoje falam mais alto e engolem tudo quanto não tenha o sabor dos cifrões, dos esquemas, dos compadrios e das fidelidades.
Com o Waldemar como era quase inevitável, a conversa derivou para a música angolana que se faz, para os músicos que temos e para o ambiente que vivemos em ano de eleições, onde como se sabe a maior parte das produtoras de shows da nossa praça têm uma orientação política clara.
Eleições para os músicos para além de mais oportunidades de trabalho/facturação, também quer dizer campanha, quer dizer propaganda, quer dizer engajamento partidário, havendo para o efeito muito mais disponibilidade financeira de quem os contrata, como é fácil de concluir.
Mesmo com esta maior generosidade, nem todos os músicos angolanos gostam, entretanto, de fazer campanha, preferindo manter a sua independência e o seu distanciamento da disputa politico-partidária, o que não lhes impede de aceitarem as mais diferentes propostas e convites.
Esta independência e este distanciamento nem sempre são bem vistos pelos produtores, que deste modo votam ao ostracismo todos aqueles que não alinham com determinada opção, não por serem contra ela, mas apenas porque a sua maneira de estar na profissão que abraçaram é outra.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Até que a voz nos doa...

Assinala-se hoje, 16 de Abril, o Dia da Voz, que é único "instrumento musical" que o ser humano aprendeu a tocar, sem ter necessidade de frequentar uma escola ou de aturar um mestre qualquer.
Angola dos nossos dias pode já não ser bem o país dos sem Voz ou onde apenas se ouve a "Voz do dono", mas também ainda não é o país em que a maior parte das pessoa pensa livremente em Voz alta, mesmo aquelas que, aparentemente, o fazem com a utilização de megafones ou tentando abafar a voz do outros com a utilização de gritos ameaçadores do âmbito do vale tudo.
Efectivamente a Voz em Angola ainda não está (directamente) ligada, em sistema de altifalante, aos sentimentos mais profundos dos seus habitantes, embora os angolanos sejam conhecidos por serem pessoas sem modos, porque normalmente falam muito alto ou têm a mania que falam grosso.
Em ano de eleições, os políticos costumam dar mais atenção às Vozes dos cidadãos, pelo que é de aproveitar para pormos todos a Voz em dia neste 2012, dizendo exactamente o que pensamos de quem nos governa, mas não só e agindo depois em conformidade, quando chegar o dia D. 
Caso não o façamos acabaremos por ouvir apenas a Voz deles e das suas promessas.
O problema está em como e onde dizer, porque para já nos espaços mediáticos destinados a um tal exercício, ainda só se vai ouvindo a "Voz do Dono"...
(http://www.nutricia.pt/novidades/dia-mundial-da-voz)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Em Angola no esbanjamento é que está o ganho...

A pré-campanha eleitoral do Eme e do seu candidato está ao rubro. 
Mais de 130 milhões de dólares do dinheiro que é de todos nós, vão ser "enterrados" em Luanda no apoio a "projectos empresariais", no âmbito de um envelope de 220 milhões de dólares. O resto é para o outro do país, que existe para além da capital. Até agora a minha impressão tem sido a pior em relação a todos os fundos públicos já criados. Só tenho mesmo uma impressão, porque não tenho conhecimento da necessária informação que deveria resultar da prestação de contas (devidamente auditadas) por parte dos responsáveis que geriram os fundos criados até agora. Em abono da verdade e enquanto não me convencerem do contrário, estamos diante de uma longa história sem fundo...
Muito dinheiro e muitas energias se gastam com estas "iniciativas", para nada. É pura burocracia e pouco mais.
O que a economia angolana precisa com urgência é de água, energia eléctrica e das comunicações/acessos (vias secundárias e terciárias) a funcionarem em pleno.
Enquanto o Estado não conseguir garantir estes bens essenciais, de nada adianta criar fundos e dar/emprestar dinheiro barato.
Mais do que dinheiro barato, a economia produtiva precisa de água e energia baratas e de redução dos impostos. É só isso.
Todo este dinheiro que anda por aí nas promessas eleitoralistas vai uma vez mais cair em saco roto, porque muito dificilmente ele será rentabilizado nos tais "projectos empresariais".
Já vimos como é que o Projecto Aldeia Nova foi a falência por causa dos elevados custos da energia/geradores.
Mas pelos vistos, queremos ver mais fracassos e mais falências, pois em Angola e contrariamente ao que acontece noutros países, o ganho não está na poupança, está no esbanjamento.
O ganho de uma minoria que tão tem parado de enriquecer.
A propósito desta  e de outras makas conexas, convido-vos a ler seguidamente um extracto do texto que o Engenheiro Fernando Pacheco publicou recentemente no Novo Jornal.
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"Apesar de não o conhecer em detalhe, o que foi divulgado sobre o novo empreendimento de Cacanda, onde serão investidos 29 milhões de dólares para produzir vegetais, ovos e carne de vaca, indicia um novo insucesso.
Desde logo, uma vez mais foram ignoradas a realidade local, as lições da história e estudos e experiências anteriores. Depois, a abordagem é idêntica à do Projecto Aldeia Nova (PAN) e de outros que entraram em
colapso, pois o acento é novamente colocado em infra-estruturas caras e exigentes em logística. Se uma das justificações para o que aconteceu ao PAN foi o problema do combustível, como será em Cacanda, a cerca de 1.500 quilómetros de Luanda, quase um terço dos quais em estrada muito degradada?
Como justificar o matadouro inaugurado com capacidade de abater 10 animais por hora, o que significa que, para produzir as 80 toneladas de carne anuais previstas bastaria trabalhar 40 (!) horas, ou seja, oito
dias a uma média moderada de cinco horas por dia, pois um bovino dá, no mínimo, 200 quilos de carne?
Argumentar-se-á que agora será diferente.
Tenho fortes dúvidas e motivos para isso. Quando se anunciou que haveria apoio às micro e pequenas empresas da província, omitiu-se que a Lunda Norte foi a única (sublinho este aspecto) que não conseguiu
implementar o crédito de campanha para a agricultura. Será que alguém perguntou porquê? Porque a comunicação social omite esse facto, ou, o que é igualmente grave, não o conhece?
Claro que assim não se vai lá. E ainda menos se for verdadeira a ideia absurda veiculada pelo Governo da Província de recuperar a produção de borracha na região, um século depois do seu colapso (imagino o que pensarão os historiadores que estudaram a Lunda ao saberem disso). 
Não será mais simples e útil, para não dizer outra coisa, recuperaras produções de arroz e mandioca com mais dignidade?"
Fernando Pacheco In Novo Jornal (16/Março/ 2012)



quinta-feira, 12 de abril de 2012

Depois do registo, segue-se a publicação dos cadernos eleitorais...

Fiz ontem à tarde (quarta-feira), na maior das calmas, numa tenda localizada no parque de estacionamento do meu antigo Império, hoje Cinema Atlântico, a famosa actualização do registo eleitoral, operação que me roubou pouco mais de 60 segundos, sem bicha, nem qualquer tipo de espera.
Foi chegar, sentar, entregar o cartão e responder as perguntas da brigadista. Continua a viver no município tal. Sim. Tem alguma escola ou colégio perto da sua residência. Sim. Então é lá que vai votar.
Estava feita a actualização.
Já sei onde vou votar, se houver eleições sem as incríveis confusões de 2008, onde de repente os cadernos eleitorais desapareceram e todos começaram a votar onde bem quisessem, tendo apenas como mecanismo de controlo a tinta indelével.
Foi assim profundamente atingida a principal garantia de segurança/transparência de todo o processo, que é a deposição obrigatória do voto na circunscrição pré-definida, onde o nosso nome consta do respectivo caderno eleitoral.
Só em circunstâncias excepcionais é permitido o voto numa outra circunscrição, como por exemplo estar de viagem numa outra província no dia do escrutínio.
Para o efeito existem as urnas especiais, onde os votos dos eleitores não pertencentes à região são depositados para depois serem enviados a procedência e entregues as circunscrições de origem para serem conferidos com o respectivo caderno, afim de se confirmar a sua condição de eleitor.
Não sei se houve alguma alteração de fundo na nova legislação eleitoral.
É urgente, pois, a publicação de uma nova brochura com o pacote legislativo eleitoral revisto.
Ao ouvir hoje o Ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa (BS), retive algo que me deixou ligeiramente confuso.
BS disse que as pessoas que não fizerem a actualização do registo vão ter depois dificuldades em localizar a sua assembleia de voto para exercer o seu direito.
Pelo que julgo saber, tendo em conta a legislação anterior, após a conclusão das operações de registo e num prazo determinado, os cadernos eleitorais deverão ser elaborados e publicados, seguindo-se uma fase de reclamação para a correcção de eventuais erros/lacunas/omissões.
Por outro lado o sistema informático, permite on line (internet) que, com base no numero do nosso cartão, possamos rapidamente saber onde é que o sistema colocou todos aqueles que por qualquer motivo não procederam a actualização do registo.
É ponto assente que sistema só pode descarregar/anular os registos das pessoas em relação às quais há confirmação de morte pela via do registo civil.
Todas as outras têm de ser colocadas numa determinada Assembleia, tendo naturalmente como indicação o local onde votaram em 2008. Isto para dizer que alguém que votou em Luanda, não pode aparecer depois inscrito numa assembleia de voto localizada no Moxico.
Caso não seja bem assim, agradeço que me corrijam, tendo em vista o correcto esclarecimento da opinião pública nacional por esta via, que cada vez é mais importante, enquanto meio de comunicação social.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Não vale tudo!

Sobre o (não) vale tudo, estou totalmente de acordo com o que JES disse no Lwena. 
Na política não pode valer tudo. 
Definitivamente. 
Caso contrário a paz que já fez dez anos vai deixar de fazer qualquer sentido, para ficar reduzida ao calar das armas convencionais e pouco mais, porque nos bastidores a guerra vai continuar. 
Uma guerra ainda mais pérfida, porque silenciosa e selectiva. 
Na política não se podem agredir os adversários nem com difamações e muito menos com barras de ferro. 
Na política não se pode insultar a mãe e a mulher do outro, nem se podem partir braços e amolgar cabeças. Na política as ameaças de morte tão em voga entre nós, não podem continuar a ser usadas como tem acontecido até agora por conhecidos agentes da nossa praça, que de facto têm alguma capacidade de executarem tais propósitos. 
Sinceramente não acredito que alguém fique com medo de mim se por acaso ouvir da minha boca uma tal ameaça, porque sabe que eu não tenho qualquer poder. 
As ameaças que realmente atemorizam e intimidam são aquelas que são pronunciadas por pessoas que têm poder ou estão perto dele. 
Se hoje alguém da oposição me ameaçar de morte ainda sou capaz de me rir e de o mandar dar uma volta ao bilhar grande, mas se a mesma ameaça for feita por alguém ligado ao partido no poder de certeza que não acharei tanta piada e sou capaz de passar a noite a pensar no assunto. 
O problema das agressões na política, entre as verbais e físicas, não é tão simples quanto isso quando se trata de fazer a sua triagem. 
Em relação às físicas há poucas dúvidas, já no tocante às verbais as coisas são mais complexas, porque na política também existe a liberdade de expressão/crítica e o direito de fazer oposição, que JES hoje no Lwena destacou, sem entrar no seu âmago. 
É muito difícil fazer oposição mandando rosas vermelhas ao Governo, por isso quem está no poder tem de estar preparado para ouvir certas "verdades", quer goste, quer não goste delas.

domingo, 8 de abril de 2012

Ser ou não ser...



As duas declarações políticas produzidas pelo MPLA e a UNITA para assinalar o 10º aniversário da paz definitiva apenas são convergentes na constatação de que o país vive há dez anos sem guerra e mesmo assim o Galo Negro diverge ao considerar que em Cabinda existe "uma guerra de baixa intensidade entre o Governo de Angola e a FLEC, com interminável cortejo de mortes, desaparecimentos e detenções".
Ao ler-se os dois textos, a sensação com que se fica é que existem duas Angolas distintas que coabitam no mesmo espaço geográfico, com velocidades completamente desiguais.
Será possível termos um país assim, tão tão diferente e tão contraditório?
Será possível fazerem-se leituras da mesma realidade tão antagónicas, mesmo entre adversários políticos de longa data que já se odiaram de morte e agora detestam-se visceralmente?
Mesmo admitindo que na política os discursos da situação e da oposição são sempre conflituantes por razões de estratégia, estas duas declarações falam de facto e de jure de países diferentes, o que nos deixa, enquanto jornalistas, sem saber bem por onde ir e o que dizer.
Ser ou não ser (verdade), eis a questão?
No famoso poema de Shakespeare, Hammlet interroga-se: "Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre/ Em nosso espírito sofrer pedras e setas/Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,/Ou insurgir-nos contra um mar de provocações/ E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais;"
Mesmo estando nós em ano de eleições, a verdade mantém-se um objectivo a alcançar na agenda da honestidade intelectual, que é um valor inalterável que mesmo a política não devia prescindir.
Se alguém que não conhecesse a realidade angolana, lhe fosse dado a ler os dois textos suprimindo-lhe as referências a Angola, a pessoa em causa não teria muitas dúvidas em chegar a conclusão que uma coisa não tem nada a ver com a outra e que, portanto, são alusões feitas a dois países diferentes.
Para "facilitar" as coisas diríamos que nas duas declarações há verdades que nos aproximam de um país real chamado Angola, ficando, contudo, muito difícil fazer um país juntando as duas partes.
Então o que teremos assim, se o país continua a existir com as duas partes juntas?
Restará saber como é que os angolanos encaram o país, o que em política/democracias representativas, com todas as grandes limitações deste exercício, só é possível saber "através" das eleições, se elas forem realmente livres, justas e transparentes, para quem ainda acredita nesta possibilidade nas condições concretas de Angola.
Como já tive em 2008, mantenho as minhas, muitas, dúvidas a este respeito, pois não é possível atingir um tal desiderato se desde logo a pré-campanha eleitoral é feita apenas pelo partido da situação e o seu candidato.
Tenho muitas dúvidas se desde logo mais de 90% da média existente no país só veicula a posição de um dos contendores e recusa abrir os seus espaços ao debate contraditório de ideias.
Tenho muitas dúvidas se vivemos num país onde a televisão que é de todos nós está há mais de seis anos sem entrevistar o líder da maior partido da oposição e nunca fez até agora uma única entrevista de fundo com o Presidente que nos governa há mais de 32 anos. Disse, sublinho, uma entrevista de fundo.
Tenho muitas dúvidas a respeito de muito mais coisas o que só prova uma coisa que ninguém me pode desmentir quer (não) concorde comigo ou "sem-migo": Vivo em Angola, e é de Angola que falo, dez anos depois das armas se terem calado...

sábado, 7 de abril de 2012

Uma ausência difícil de entender... (audio)

Comentário para a VOA sobre a ausência da UNITA (não editado)
Sou das pessoas que acha que o 4 de Abril devia ser comemorado por todos os angolanos, como uma espécie de segundo 11 de Novembro, já que sem paz a independência de pouco ou nada serve, conforme atesta a nossa própria experiência histórica.
Este ano, no décimo aniversário da assinatura dos acordos de paz, a efeméride foi completamente absorvida pelo regime, tendo todas as celebrações sido enquadradas na pré-campanha eleitoral do MPLA e do seu candidato...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Comentário na LAC sobre o discurso de JES no Dia da Paz-4/04/12 (Lwena)

Comentário na LAC sobre o discurso de JES no Dia da Paz-4/04/12 (Lwena)

Paz:Dez anos depois/dois países diferentes...


MPLA:
O processo de reconciliação nacional, que continua a decorrer de forma cada vez mais consolidada, permite que os angolanos acreditem num futuro tranquilo, viabilizando a paulatina melhoria das suas condições de vida, augurando um amanhã risonho para todos e para cada um.
Com a conquista da paz definitiva, Angola regista um progresso notável na construção e reconstrução de infra-estruturas, que vão alicerçar o desenvolvimento do país e na reorganização da sua economia, que, nos dias de hoje, está no grupo das que mais crescem em todo o Mundo.



UNITA:
A Paz em vigor continua ainda a ser apenas a paz militar.
Continuam por se materializar os objectivos políticos preconizados no âmbito da democratização e da reconciliação nacional. Por exemplo:
a)- As reformas exaradas nos vários Acordos de Paz, com vista a edificação de bases sólidas de sustentabilidade de um verdadeiro Estado de Direito Democrático em Angola e ao estabelecimento de um sistema de governo realmente democrático, apenas conheceram passos muito tímidos.



MPLA:
A reabilitação e crescimento das três principais vias de caminhos-de-ferro, o restauro e a construção de estradas, escolas, hospitais e centros de saúde, o desenvolvimento de diferentes projectos agro-pecuários e o nascimento de novas indústrias, que começam a surgir um pouco por todo o país, o despertar dos municípios para o desenvolvimento, levando os serviços básicos cada vez mais próximos da população, são, apenas, alguns dos muitos exemplos dos benefícios conseguidos com a conquista da paz.



UNITA:
As liberdades fundamentais dos angolanos, constitucionalmente consagradas, continuam coarctadas com a intensificação, nos últimos tempos, de actos de intolerância politica praticados em quase todo o país, de forma coordenada, por elementos afectos ao partido no Poder que, perante o silêncio conivente das autoridades do País, destroem propriedades, símbolos partidários e causam desaparecimentos, ferimentos e perca de vidas humanas entre militantes e membros de partidos na oposição, sobretudo os da UNITA.


MPLA:
Desde sempre, a conquista e consolidação da paz, a reconciliação do nosso Povo e a reconstrução nacional foram premissas fundamentais defendidas pelo MPLA, que pugna pela garantia da segurança interna e externa do país e que repudia, energicamente, todas as tentativas ou acções que visam desencadear situações adversas à irmandade entre os angolanos, ou, de algum modo, atentatórias aos mais elementares direitos dos cidadãos e contra as regras de convivência pacífica.



UNITA:
O processo de desmobilização e de reinserção social dos ex-militares continua inconclusivo, criando enormes dificuldades sociais aos ex-militares e suas famílias, espalhadas por todo o país.
Verifica-se o aumento de múltiplas assimetrias sociais no seio da sociedade angolana, produto de injustiças sociais, resultantes de más politicas e da má distribuição da riqueza, da corrupção e da falta de transparência dos actos de governação. Os recursos naturais estratégicos de Angola apenas beneficiam uma minoria de angolanos, em detrimento de uma maioria que continua a viver com menos de um dólar por dia. Aprofunda-se, assim, cada vez mais o fosso entre ricos e pobres, o que se pode transformar num factor de tensão social com consequências nefastas para a estabilidade nacional.



MPLA:
O 4 de Abril, pela sua importância histórica e pelo muito que representa, constitui uma das conquistas mais valiosas do Povo angolano, que deve preservá-la a qualquer custo, com a convicção de que o passado ficará apenas para a história, pois os angolanos vão continuar unidos na diversidade e juntos para o fortalecimento da democracia e o desenvolvimento do país, para que Angola ocupe um lugar de destaque no concerto das nações. 



UNITA:
O conflito de Cabinda continua sem solução e permanece sob forma de uma guerra de baixa intensidade entre o Governo de Angola e a FLEC, com interminável cortejo de mortes, desaparecimentos e detenções.
Apesar disso, verifica-se o aumento da consciência política dos angolanos. O povo tem sede de justiça e quer exercer o poder que a Constituição lhe confere de modo livre, justo e pacífico.
Perante esta realidade e consciente das suas responsabilidades históricas resultantes de 46 anos de luta por Angola, a UNITA entende que a paz militar deve evoluir para a paz social, através do aprofundamento da democracia bem como através da prática da justiça económica e social.



MPLA:
Pela passagem desta efeméride, o Bureau Político do MPLA exorta todo o Povo angolano a transformar as comemorações do “DIA DA PAZ E DA RECOCILIAÇÃO NACIONAL” numa jornada de reflexão sobre tudo quanto foi feito nestes 10 anos de paz e o que ainda temos por fazer, para que Angola seja um bom país para se viver. Os jovens, em particular, são convidados a juntarem-se neste grande esforço para fazer Angola crescer e florir.
O Bureau Político do MPLA manifesta a sua total disponibilidade de continuar a orientar e apoiar o Executivo nas acções inerentes ao reforço da democracia, da reconstrução e do desenvolvimento do país, defendendo a soberania e a integridade territorial, as nossas opções políticas e económicas e a nossa identidade, como Nação angolana, una e indivisível
.


UNITA:
A UNITA exorta todos os angolanos mas sobretudo o Executivo angolano a empenhar-se verdadeiramente na transformação desta paz militar em paz social que se traduza em bem estar, com mais saúde, mais e melhor educação, mais habitação, mais segurança, mais tolerância e inclusão entre os angolanos, independentemente das convicções políticas de cada um.
Como este desiderato só se consegue com a valorização e a dignificação do homem angolano em primeiro lugar, a UNITA exorta o Executivo Angolano a criar condições com vista à implementação de uma política de inclusão social digna para os antigos combatentes e veteranos da Pátria, de forma a reconciliar de facto os angolanos e permitir assim a realização plena da paz social.