38 anos depois, o 25 de Abril de 1974 continua a ser uma data maior da história da liberdade e da libertação que diz respeito tanto aos portugueses, como a todos nós, angolanos, moçambicanos, guineenses, sãotomenses e caboverdeanos.
Sou das pessoas que acredita que antes de mais foi graças ao 25 de Abril de 74 que foi possível a proclamação da República Popular a 11 de Novembro de 1975, sem descurar o impacto decisivo da luta anti-colonial na mobilização política dos jovens oficiais do Movimento das Forças Armadas(MFA).
Sem o golpe de estado em Lisboa dos Capitães do MFA, nada teria sido possível, nomeadamente, em Angola, numa altura em que os movimentos de libertação estavam praticamente acantonados e quase já estratégicamente derrotados pelo Exército Português.
Só faltava mesmo o quase, que o 25 de Abril não permitiu que acontecesse.
Se eu mandasse em Angola, não sei muito bem como iria celebrar esta data, mas de certeza que não iria ignorá-la como se tivesse vergonha de reconhecer a importância, a precedência e o relacionamento dos factos históricos entre povos que tiveram os seus destinos amarrados durante vários séculos, numa trajectória que apenas terminou há cerca de 40 anos.