sábado, 31 de março de 2012

O país onde a culpa (das autoridades) morre quase sempre solteira...




  • Nelson Cunha ‎... importante se pensar em mapear as rotas +frenquentes utilizadas pela aviacao; para serem facilitados questoes ligadas com este tipo de emergencias; diria mesmo que 'e preciso existir uma entidade "bombeiros/exercito" disponivel para este tipo de situacoes... Lamento imenso a morte do Magico; espero apenas que se utilize esta fatalidade para se construir a consciencia da prevencao. Que a alma do Magico descanse em Paz.


    Fatima Sousa Quando num país, assistimos ao apogeu de uma economia política que de forma insípida continuada, não respeita a memória léxica dos direitos humanos, planeado uma lógica de economia política que penaliza os direitos humanos, como é que podemos ter serviços e meios logísticos eficazes de socorrimento das populações? Como!!!




    Teixeira Cândido Cândido Malta, acabei de visitar Alexandre Cose e Sérgio Bravo, que se encontram sobre os cuidados médicos no Hospital Militar Central. Cose agradece a corrente de oração, e pede que transmita a sua crença de que tudo vai correr bem.
    Não sei também o que dizer sobre o atrasado resgate, quando houve comunicação antecipada dos colegas. Se calhar, em situações mais complicada não teríamos sobreviventes, passo exagero.


    Dedaldino Conceicao Quem faz jornalismo sabe em que condicoes trabalhamos. Quem vive em Angola sabe que apesar do esforco e do " show off " das entidades afins, as novas tecnologias nao existem em Angola. O Cose so deu o alerta porque ate tinha um " sim card" interrnacional. Se fosse da Unitel ou da movicel a esta hora ainda estariamos a procura-los e mais mortes surgiriam. O facebook muitas vezes criticado salvou os meus camaradas.Os radares nos nossos aeroportos nao funcionam, os helicopteros nao fazem manutencao. Sera que aquele aparelho tinha capacidade para tanta gente? Ha coisas que podemos evitar, os jornalistas sao muitas vezes tratados como militares, trabalham sem condicoes nenhumas. E so nestes infaustos acontecimentos e que se destapa o veu. Temos que orar muito para que os sobreviventes recuperem o mais rapido possivel e possam contribuir para o sustento das suas familias.


    Pequeno Soba Desde quando que as vidas foram valorizadas em Angola, morres como um cão, isto é óbvio, estes helicópteros começaram a cair a bastante tempo, quantos bons pilotos formados na Ex-URSS têm morridos em acidentes similares, hoje virou grande notícia porque esteve presente jornalistas da TPA e os meios de difusão em massa estenderam-se para além do convencional, as vezes acho piada o drama...
    Pelo menos o tal acontecimento teve tempo de antena na própria TPA, quando ouvi alguém a dizer que estavam para resgatar no mesmo dia, só que o sol estava quase a entrar, por isso esperaram pela luz do sol nutro dia, eu dentro de mim, disse, prontos, a história se está a repetir, mas desta vez com grande audiência do público...
    Isso para mim não é um drama, é uma comédia que o "próprio" pessoal da TPA viveu na "própria" pele...existem muitas coisas que por cá, passaram do drama a comédia, porque vivemos numa sociedade dos (a)normais que só se preocupam quando os problemas acontecem, nem se quer lutam para minimizar os riscos...e quando chamas atenção em determinados assuntos és visto como arruaceiro e conotado...


    Amorozo Miguel Uma comedia com vitimas mortais, e ninguem fala dos pilotos da FAN nem nada. Angola deve investir nas vias de acesso, 220 km em menos de 3 horas faz de carro. É verdade que estamos a dramatizar, pois mesmo neste momento a gentes a morrer nos hospitais de luanda pela falta de assistência medica e a TPA não informa o Publico, enquanto a voz do povo é confundida com dos arruaceiros, que a natureza e falhas da tecnologia que sirva de alerta. " Ninguem pode fugir da morte, mas amor pode evitar mortes ".






    Kayosso Pinto da Cunha Temos que nós organizar melhor como nação, não podemos perder cidadãos angolanos por negligência nossa ou por falta de meio, se queremos ser um país do futuro temos que resolver esses problemas, se não for assim, não vamos longe...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Declaração do Sindicato dos Jornalistas Angolanos por ocasião do 20º Aniversário da sua fundação




Foi a 28 de Março de 1992 que no Anfiteatro da Faculdade de Arquitectura em Luanda, um alargado grupo de jornalistas nacionais de distintas proveniências e experiências se reuniu em assembleia para proclamar a constituição do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA).
Era o corolário de uma aposta iniciada meses antes por um grupo mais restrito de profissionais, que se podiam contar com os dedos das duas mãos e que na penumbra de uma das salas da Liga Nacional Africana abraçou a ideia do sindicato independente e decidiu ir para frente com ela.
Nascia assim há 20 anos e 17 anos depois de Angola se ter tornado independente, bem no inicio do processo de pacificação e de abertura política ao multipartidarismo, a primeira organização sindical livre e independente do sistema que então vigorava e que era enquadrado exclusivamente por uma única central sindical que se subdividia em sindicatos nacionais repartidos por dez ramos de actividade.
O Sindicato dos Jornalistas Angolanos entrou deste modo pela porta grande da história e da trajectória da luta dos trabalhadores deste país, com o estandarte da liberdade, da independência, da coragem e da determinação bem levantado. 
Só quem viveu a época pode valorizar devidamente a iniciativa que foi a constituição do SJA, tendo em conta o clima de grande hostilidade e intolerância que então prevalecia e que se agravou com a eclosão do conflito pós-eleitoral.
Nesses 20 anos de existência do SJA, não tem sido nada fácil a sua afirmação como uma organização representativa e reivindicativa da classe, numa evolução contraditória com os propósitos políticos que têm vindo a ser afirmados. 
Mais difícil foi sem dúvida a sua primeira década que transcorreu sob o signo da ameaça velada, da intimidação permanente e do ostracismo a que foi votado.
A própria liberdade da actividade sindical já, entretanto, consagrada constitucionalmente foi negada aos membros do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, com todas as consequências drásticas daí resultantes para a implantação das suas estruturas nos locais de trabalho.
Foi uma década onde a luta pela liberdade sindical e pela liberdade de imprensa se confundiram numa só, tendo neste contexto o Sindicato assumido e esgrimido de forma quase solitária, a bandeira das duas batalhas, com todos os resultados positivos que hoje se conhecem ao nível do processo democratização.
Vinte anos depois, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos é uma realidade viva e actuante, com todos os constrangimentos que ainda se verificam e condicionam um melhor desempenho da sua parte, sendo hoje a principal referência do associativismo de uma classe, cujos profissionais, de uma forma geral, continua a ser mal pagos ao mesmo tempo que são sujeitos a pressões políticas inaceitáveis.
Em função dessa remuneração inaceitável para o contexto social em que vivemos, o SJA deve iniciar nos próximos meses a discussão em torno do acordo colectivo de trabalho, que terá por sua vez duas vertentes: uma pública e outra privada.
Neste ano em que possivelmente serão aprovados os primeiros diplomas complementares e reguladores da Lei de Imprensa em vigor desde 2006, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos não pode deixar de se manifestar preocupado com algumas tendências mais musculadas e repressivas por parte de certos sectores do poder estabelecido, incluindo o judicial, que continuam a encarar de forma ambígua o exercício da liberdade de imprensa.
O SJA está convencido que a melhor defesa da classe contra todos os ataques e pressões é a aposta séria no profissionalismo com o consequente respeito pelos princípios éticos e estruturantes da actividade jornalística que em circunstância deverão ser hipotecados em nome de outros interesses bem conhecidos relacionados de uma forma geral com uma perspectiva mais sensacionalista do jornalismo. 
No pacote já submetido à consulta pública, o SJA está particularmente expectante em relação à aprovação e entrada em vigor do Estatuto do Jornalista, que criará as condições para o surgimento da Comissão da Carteira e Ética, como a primeira instituição da auto-regulação da classe.
O SJA está igualmente preocupado com a progressiva concentração dos órgãos privados de imprensa nas mãos de sociedades, cujos titulares são pessoas afectas a uma só sensibilidade político-partidária, pelas consequências restritivas óbvias, que tal tendência terá no exercício livre e independente da actividade dos jornalistas.
Neste âmbito, o SJA recorda que apesar da Lei de Imprensa possuir uma cláusula anti-monopolista, não há depois no ordenamento jurídico nenhuma instituição com a necessária capacidade e poder para verificar e salvaguardar o princípio da livre concorrência.
O SJA gostaria de recordar também a importância das quotas para o seu engrandecimento como órgão de defesa dos interesses dos seus filiados.



Luanda, 28 de Março de 2012

A Secretária Geral
Luísa Rogério

quarta-feira, 28 de março de 2012

E os professores?


Já estamos razoavelmente bem servidos em matéria de notícias sobre a construção de novas escolas em todo o país.
O que me está a preocupar agora é a ausência de noticias sobre a formação de professores, com destaque para o ensino primário... 
Esta "dika" é especialmente dirigida aos jornalistas que vivem "pendurados" na cobertura da agenda governamental, ignorando muitas vezes o verdadeiro interesse público, pois nem sempre o que vem do Executivo coincide com o que o país realmente precisa para resolver os seus problemas mais importantes e urgentes.
De facto pouco adiantará termos mais salas de aulas, mais carteiras e mais alunos a serem absorvidos pelo sistema, se a oferta dos professores em quantidade e qualidade não estiver a altura da procura.
Qual é a relação nesta altura entre a procura e a oferta de professores?
Falo de PROFESSORES mesmo e não de "sucedâneos", coisas parecidas, do tipo dá para desenrascar...
A ideia que tenho, espero estar muito enganado, é que as coisas não andam nada bem nesta praia e podem ficar muito piores...

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Fatima Sousa São as zonas perigosas do executivo angolano, privilegia a quantidade sem controlo em vez da qualidade controlada e sustentável dos projectos sociais. Todavia, a sociedade civil angolana, cada vez mais é exigente e vai deixar de andar acabrunhada pela opressão ditatorial.


Hermenio Baquila Concordo consigo grande Reginaldo mas, é para dizer que não vale apenas pensar em formação dos professores enquanto estivermos na governação do Cabelo Branco (entende-se JES) porque a governação dele é de um sistema de governo ideotizado que tem como principio: a má qualidade de formação, sistema de saúde totalmente envenenado e...


Nguvulu Makatuka SUBSCREVO, INTEGRALMENTE. Eu até já estudei por baixo de árvores, mas tinha bons professores. Escandaliza-me o modo como se anda a falsear o ensino público. E ninguém venha dizer que estou a ser do contra. Tenho todo o interesse em defender o sistema público de ensino. A ele devo toda a minha formação. Não terá sido má. Lamento que as próximas gerações já não usufruam dele. Ainda consegui exigir que a minha primogénita ( de 16 anos) estudasse até agora em escolas públicas, mas já não sei se hei de arriscar com as outras. Ao ritmo em que anda, de sistema terá cada vez menos. Quanto muito, há de ser o esquema de ensino público. E sou alérgico a esquemas, sejam eles de que natureza forem.


Reginaldo Silva Aqui não há ninguém do contra. Aqui somos todos a favor de uma Angola melhor...



Nguvulu Makatuka Claro que sim, companheiro. Pena é que grande parte de nós ainda não percebe que identificar os erros é a única maneira de os corrigirmos. Preferem fingir que está tudo bem. Isso lembra-me uma dica da Lauryn HILL num show acústico: "FANTASIA É O QUE AS PESSOAS QUEREM. REALIDADE É O QUE AS PESSOAS PRECISAM". Ainda carecemos de muitos banhos de realidade e mergulhos no mar de realidades preocupantes para nos darmos conta que há tanta coisa ainda por fazer que não me parece que se deva gastar tanto tempo e esforço em demonstrar o que foi feito. É verdade que muita da mossa malta nada reconhece, mas essa é outra crónica



Horacio Sousa Reis O Reginaldo acaba de tocar na ferida: professores.
Pois a realidade e trágica: um professor da aulas numa turma com cerca de 60 alunos. Agora é obrigado a dar 24 tempos. Como é que ele pode oferecer um trabalho de qualidade? Com uma turma de 60 alunos, anti-pedagógico naturalmente,esse professor esta a fazer trabalho de 3 se tivermos em conta que o ideal seriam turmas de 20 alunos. Não bastava já a fraca qualidade da maioria dos professores ainda se tem que lutar com esta situação. Depois é preciso corrigir provas de turmas de 60 alunos e de 24 tempos dia. Os tugas que venham dar aulas nesta selva em que reina a educação. E ainda fazem sacanagem contra alguns professores competentes, só porque estes falam. Algo vai mal no reino da Dinamarca meus amigos; muita parra e pouca uva! Muitas salas, que não chegam, mas mesmo assim não se investe na formação de professores ue seria fundamental. Estuda-se numa sala de aula com carteira nova, quadro, pouco giz, mas pouco se aprende nestas circunstancias.
E preciso realmente por o dedo na ferida e a educação e uma ferida acreditem,...



Ady Jackson isso faz-me lembrar os aparelhos sofisticados que alguns hospitais na city possuem, mas que não estão a ser usados porque não existem pessoas qualificadas para manusea-las!



Paulo Aires Silva Domingos assim coragem o mais importante é falar de imagem escolar do mato ou dacity, onde salario no bengo atrasa dois anos e o professor vai a lavra ,lavrar.....esta dika é boa


Siona Junior Siona O Centro de Alfabetização Kudilonga, localizado no distrito do sambizanga, Comuna do Ngola Kiluange, Bairro Campismo, beneficiou do apoio do fórum de mulheres jornalistas pela igualdade no género, e já tem uma instrutura nova com boas condições ambientais.
Hoje 28 de Março de 2012 as 9 horas vai ser inaugurado a instrutura nova do Centro de Alfabetização Kudilonga.
E já tem como padrinho do projecto: Irmão Nguito Panda
No centro de alfabetização kudilonga, tem mais de 50 senhoras (mulheres) aprender a ler e a escrever, este projecto é uma iniciativa de dois jovens do Bairro campismo.(ensino gratuito para mulheres é objetivo principal)



Valter Diego Faro enquanto se continuar com o crime educacional que é a mono-docência no primeiro ciclo,um professor para muitos alunos e varias disciplinas dentro de uma jaula,uma autentica fabrica de idiotas,teremos sempre o futuro adiado e inseguro,não adianta ter muitas escolas e se quartear conhecimento aos homens,precisa-se urgente que se ministre conhecimento aos angolanos,para que os angolanos se libertem,e isso tem de ser feito de pequeno...

segunda-feira, 26 de março de 2012

"Pergunta-Quando diz que os interesses coíbem a liberdade de expressão, a que interesses se refere? Isso quer dizer que o MPLA se transformou num partido clientelista?Pepetela- Em certa medida e em relação a uns tantos membros, o MPLA parece clientelista, pois eles se aproveitam do facto de serem militantes para obterem benefícios. Não falo da grande massa de militantes e simpatizantes que pouco ganham com o facto de o serem. Mas a nível de responsáveis, muitos têm negócios que só prosperam por causa da sua posição política. E ostentam as riquezas de forma pornográfica, por isso não há como enganar." 
In Novo Jornal.
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Pornografia para mim tem a ver com sexo explícito para o público ver.
No caso concreto e tratando-se de linguagem figurada/metafórica, as pessoas referidas deviam ser, na opinião de Pepetela, mais recatadas para não chocar tanto, considerando que a riqueza que exibem não é legítima.
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sexta-feira, 23 de março de 2012

Manifestações e "contra-manifestações":Ainda a posição do deputado João Melo

Terei sido a primeira pessoa a criticar o texto que Aníbal João Melo escreveu a semana passada no Novo Jornal Semanário, antes de mais por achar que uma pessoa com as suas actuais e elevadas responsabilidades políticas (legislador/fiscalizador/ já lá vão cerca de 20 anos), não deveria nunca pactuar com a ideia da "contra-manifestação", apenas porque em todo o lado há exemplos deste tipo de exercício. 
Pelo que consta, a "contra-manifestação" é, sobretudo, um recurso das ditaduras, seja elas mais moles ou mais duras.  
Angola pode ser diferente sim, se todos estivermos interessados que assim seja, o que está longe de ser uma realidade entre nós, se a aposta for nos melhores padrões éticos. 
No resto, estamos a conseguir ser diferentes e até já somos mesmo considerados "especiais". 
O que cada nacional deve fazer/lutar no seu respectivo país, seja ele qual for, é que ele seja diferente para melhor e nunca o contrário, nivelando-o por baixo, apenas porque nos outros países também acontecem coisas menos boas. 
Se todos assim pensássemos e em conformidade agíssemos como tal, é fácil de concluir onde a generalidade dos países hoje estaria em termos civilizacionais.
Felizmente, o bom senso ainda vai prevalecendo na maior parte dos países que hoje integram a grande família das Nações Unidas, que deste modo se mantém do lado da civilização contra a barbárie. 
O seu actual "contra- texto" publicado esta semana no mesmo local, isto é, no Novo Jornal(http://www.facebook.com/notes/anibal-jo%C3%A3o-melo/esclarecendo-as-coisas/234950663270241), está menos ambíguo mas continua a não estar suficientemente claro, pois João Melo não se demarcou e muito menos condenou a violência homicida registada a 10 de Março, pois é disso mesmo que se tratou, conforme atesta o miserável estado em que ficou o pobre esqueleto do F. Vieira Lopes. 
Não há maior e mais sinistro radicalismo que a violência homicida. 
Fruto da sua dolorosa experiência histórica, os angolanos sabem bem até onde este radicalismo pode chegar, quando ele é organizado, teorizado e estimulado...
Como é evidente, os intelectuais, sejam os mais tradicionais ou os mais "orgânicos", não podem, nem devem ficar indiferentes ao fenómeno da violência política em qualquer parte do país ou do mundo.
Tal como fez JM, também eu não tenho qualquer problema em subscrever a posição que a CEAST acaba de adoptar em relação ao "dossier das manifestações/contra-manifestações".
Na argumentação apresentada durante a conferência de imprensa que foi transmitida em directo pela Emissora Católica de Angola, D. Filomeno Vieira Dias fez questão de salientar que quem exerce o poder "tem mais responsabilidades. Tem mais compromissos. Por isso, as pessoas serem agredidas na presença de agentes da ordem pública é uma coisa errada, como foi dito, mas é sobretudo condenável" (...) "Temos que ter confiança nos órgãos de ordem pública”(...)
“Eu tenho que me sentir seguro perante um agente da ordem pública".

quinta-feira, 22 de março de 2012

Debate: A qualidade dos materiais importados (cimento/ferro)

Em entrevista esta semana a TPA, José Severino da AIA mostrou-se muito preocupado com a qualidade do cimento e do ferro (importados) que estão a ser utilizados no "canteiro de obras", alertando o país para as eventuais consequências (menos simpáticas para os nossos esqueletos) daí resultantes, daqui a mais uns anos.
Para quem ainda não sabe, o cimento e o ferro são materiais considerados estruturantes.
Como o homem normalmente diz o que pensa e sabe do que fala, a única solução, como também defendeu, é o relançamento urgente do Laboratório de Engenharia de Angola (LEA). A solução é antiga.
Alguém viu por aí o LEA?
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Hermenegildo Van-Dúnem Esse cota é um intelectual de primeira. Gosto muito de ouvi-lo falar. Essa coisa de importarem material da CHINA sem controlo absoluto na ânsia de se erguer as obras muito rápidamente vai dar um dia em desastre total. Os resultados das estradas que esses amarelos construíram já estão à vista. Como o aço e o cimento são um pouco mais resistentes que o material das estradas, dá para tapar o sol com a peneira.

Reginaldo Silva A lei tem de obrigar o LEA a fazer estes testes. Será que o LEA estará em condições de responder a estas solicitações?

Hermenegildo Van-Dúnem Está, sim cota. Se faltar alguma coisa em termos de equipamento, que acredito que podem estar até obsoletos, mas chegam sim para se fazer testes de resistência quer ao betão e ao próprio aço. O problema talvez resida na disponibilidade dos técnicos, que acredito também, procuram outros locais de trabalho face as condições salariais daquela instituição.

Hermenegildo Teotónio Teotónio Como sempre, em Angola temos muita coisa boa, temos novas intra-estruturas (estradas, hospitais, escolas) mas vamos sempre buscar pessoas de fora para trabalharem com as infras estruturas. Lá está o problema de sempre, que muitos apontam como problemas, mas apara determinadas pessoas deste país, nao interessa tais críticas par ao bem comum. Por isso, a caravana passa e os cães ladram.


Edson Filipe Não é de hoje que se fala da qualidade do material chines, ou melhor falta de qualidade, vejamos um país que se debate com a falta de matéria prima como é que consegue exportar tanto para Angola. se o o que está em jogo é o interesse nacional e não o interesse do governo ou parte do governo, que seja relançada a industria nacional


Joaquim Ngoma Kumbu Um amigo engenheiro tem sempre alertado:"esses Sao futuros cemiterios" Falando dos predios ao lado da filda que parece que não levam cinturas. .


Hermenegildo Van-Dúnem Joaquim Ngoma Kumbu, os prédios ao pé da Filda não levam pilares em alguns lados e vigas porque é o método construtivo adoptado. adopta-se esse método construtivo porque ele possui vantagens do ponto de vista económico, material e mão de obra. Ele consiste em Blocos de betão altamente resistentes. Com um bom cálculo de estrtural, chegam a atingir até 12 andares. Agora, é importante que a estrutura seja bem calculada pelo engenheiro de estruturas para não haver descalabro. Este tipo de construção chama-se ALVENARIA ESTRUTURAL.

Joaquim Ngoma Kumbu Muito obrigado pela explicacao.deste me a impressao de conhecedor desta materia mas temos que estar sempre atentos porque o barato custa Caro.

Hermenegildo Van-Dúnem Isso mesmo Joaquim Ngoma, o sistema é eficaz, agora com as aldrabices temos sempre de contar com elas

Mutu Angolano é material barato,acelera obras para inaugurações e o povão encher o olho;é chinês e ñ tem k se pagar ja.ANGOLA FAZ,afinal das contas ESTAMOS A SUBIR.


Antonio Mutaleno Amigos, esse país é dos jeito, não esqueçam o discurso do próprio PR. a quando da visita a lunda-norte, dizendo: "Angolanos têm que ter jeito de sustentar-se a si e a sua família e não esperar só pelo governo", disse o pr.



Manuel Fernandes O Severino sabe bem do que fala,não fala é tudo que sabe, está a levantar a questão porque infelizmente quem o devia fazer está calado a ver a banda passar.Ligado à Industria produtiva desde jovem, não ignora que a não existência de controlo sobre a normalização e controlo de qualidade pode ser desastre a médio prazo.No ramo alimentar então é gritante e muito perigoso.Produtos congelados e descongelados várias vezes,falta e condições de higiene,prazos de validade dos alimentos,rótulos de acordo com o produto etc etc.

Paulo Silva ‎... Não só é preocupante o cimento e o aço (ferro) hoje usado no "canteiro de obras", ainda mais preocupante é sem sombras de dúvidas os Regulamentos / Normas que "proliferam"... Desde REBAP, EROCODIGO, ABNT, ASTM, Norma Espanhola, Norma Chinesa, em fim... toda uma sorte de males. Não existe nenhuma instituição que definitivamente ponha ordem nesta "selva de betão" ou melhor até existe - mas não faz!
Amigo Reginaldo Silva o LEA continua lá onde sempre esteve no - Bairro Kassenda, Av. Sagrada Esperança (se calhar já idosas). Pelo andar da carruagem, correm sérios riscos os nosso filhos, netos e bisnetos de sucumbirem com a derrocada de edifícios que hoje estão a ser construídos com este "simento e acho" .

terça-feira, 20 de março de 2012

Um merecido cartão vermelho...


há algum tempo que não via a nossa imprensa aplicar um cartão vermelho com tanta propriedade e justiça. 
De facto Ernesto Bartolomeu esforçou-se até ao limite por merecer esta "distinção", que lhe acaba de ser entregue pelo Novo Jornal "através" da sua última edição.
"O jornalismo é uma profissão que merece ser tratada com dignidade, nobreza  e que apenas compactua com a verdade e não com a manipulação. O jornalismo deve ser feito com elevação e não com militantismo. Só isso revela bem a atitude que a TPA , cuja área de informação é agora liderada pelo pivot  ERNESTO BARTOLOMEU, uma antítese de si mesmo, porque sempre criticou a actuação dos anteriores directores e está a agora a fazer igual ou pior, ao promover um pseudo senhor “Vento”. 
Dar propaganda a malfeitores é coisa que nunca vimos. Não noticiar os factos é contra o jornalismo, ainda mais quando se trate de violação aos direitos humanos e constitucionais.".
(Novo Jornal/Sobe e Desce)
Conhecedores que já somos dos bastidores deste país, sabemos que mesmo que se opusesse a este tipo de tratamento, EB  tinha muito poucas possibilidades de fazer valer a sua posição, sendo nestes casos a demissão a única porta de saída, o que também não acreditamos que fosse uma solução a ser abraçada pelo "nossso Bartolas", tendo em conta a actual "conjuntura/colete de forças" e a sua própria "volatilidade", apesar de alguns "arrufos" do passado, que não passaram disso mesmo.
Fomos, possivelmente, os únicos a manifestar publicamente a nossa satisfação pela escolha de EB para integrar o primeiro Conselho de Administração da TPA. 
Na altura, já lá vai mais de um ano, aqui neste morro escrevíamos o seguinte: Sinceramente gostamos de ver o Ernesto Bartolomeu fazer parte deste primeiro CA da TPA, um verdadeiro balde de água fria e quente para muita gente daquela estação, mas não só. O Ernesto tem potencial para, nos limites sempre apertados da navegação que é permitida pelo Big Brother, introduzir algum ar fresco na programação do canal estatal. (http://morrodamaianga.blogspot.com/2010/11/os-novos-conselhos-de-administracao.html)
Não estamos arrependidos de termos feito este elogio (que foi mais um incentivo), mas depois do que temos vindo a observar da sua trajectória "administrativa", onde se inclui a sua grande falta de lealdade para com a equipa do extinto Semana em Actualidade, como é evidente não repeteriamos a dose.
Pelo andar da carruagem, tudo leva a crer que esta passagem de EB pelo CA da TPA, não vai ficar na história do nosso jornalismo pelas melhores razões. 
Definitivamente...

Tonet receia (mais uma vez) pela sua vida

Como tem acontecido há mais de 17 anos, o semanário Folha 8 (o folhinha para os mais íntimos) voltou no último fim-de-semana a circular, depois de se terem alimentado alguns fundados receios em relação ao seu futuro na sequência do "raide" policial que foi alvo na passada segunda-feira (12/3) e que resultou na captura de todos os seus computadores.
É caso para dizer que o "folhinha" é gato, apesar do seu Director estar a recear pelo seu iminente assassinato, de acordo com o que escreveu e denunciou nesta edição.
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William Tonet confessa-se:
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"Reconheço que, por minha parte, posso pecar por excesso, como qualquer um dos mortais, mas creio que nunca os meus excessos causaram ferimentos indeléveis, feridas profundas e muito menos miséria, fome, mal-estar e morte.
Sou um homem pacífico e gosto de viver, mas hoje acredito que a minha vida está a correr sérios riscos e que a eminência de um assassinato está cada vez mais próxima. Tudo face às minhas ideias".

segunda-feira, 19 de março de 2012

A hipótese B e o futuro de Angola


Com base em três hipóteses, no inicio deste mês, o Ismael Mateus (IM) convidou-nos no facebook a fazer alguma futurologia em torno da crise politico-eleitoral que se instalou no país.
(Felizmente já lá vão os tempos das crises politico-militares...)
[Acabo de ver a reacção da UNITA ao comunicado do conselho da magistratura. Diz que a UNITA que não irá recuar. Aparentemente o MPLA também. A UNITA não conseguiu fazer passar a discussão para o campo politico. Mantém-se no plano jurídico. O que vai acontecer? 
Hipótese A: O MPLA ou a UNITA um deles recua. 
Hipótese B: ninguém recua e a UNITA não participa nas eleições. 
Hipótese C: encontra-se uma alternativa que politicamente deixe os dois partidos com cara limpa como manter a presidente mas fazer outras concessões. 
O que voce acha que vai acontecer?- IM]
O tempo está a passar mas as coisas continuam mais ou menos na mesma, no que toca ao surgimento de uma luz no fundo do túnel. Como contributo para esta tentativa de prever o futuro que é já amanha vou aqui desenvolver (engordar) a hipótese B avançada pelo IM.
Nesta hipótese todos os partidos que hoje estão em "greve" mais os seus aliados extra-parlamentares decidem não participar nas eleições, optando pelo boicote aberto e fazendo um apelo generalizado a abstenção/voto em branco dos seus potenciais eleitores.
Ao abraçar esta hipótese, a Oposição pretende obviamente esvaziar a legitimidade da mais do que provável vitória do MPLA, ao mesmo tempo que se protege do fantasma da extinção, por causa da clausula 0,5%.
As eleições são convocadas e realizadas.
O MPLA e o seu candidato natural ganham o pleito com mais de 90% dos escrutínios, mas a taxa de abstenção/votos em branco ultrapassa os 50%, aguardando sentada pelo pós-eduardismo, tendo como provável que esta será a última eleição em que JES participa, o que pode, entretanto, não se confirmar.
Em mais de 32 anos de consulado iniciado em Setembro de 1979, JES em 2012 é pela primeira vez eleito Presidente de todos os angolanos, mas a vitória pode saber-lhe a muito pouco ou a quase nada...

sábado, 17 de março de 2012

O "direito da contra-manifestação"...

"Como considerar “crime”, portanto, que aqueles que apoiam o governo também se organizem para promover contra-manifestações?"- Anibal João Melo/ Novo Jornal Semanário

Não sei se é "crime", mas tenho a certeza absoluta que a Constituição que o deputado João Melo aprovou há dois anos, adoptou apenas a manifestação como sendo direito fundamental dos cidadãos.
Não vi ( e procurei com a lupa) em nenhum recanto do texto qualquer referência à contra-manifestação como direito.
A existir este direito, como é evidente, o primeiro deixaria de fazer qualquer sentido.
Pelo que julgo saber em qualquer estado democrático que se preze a polícia protege os manifestantes e cuida da via pública no sentido da actividade decorrer sem perturbar a ordem estabelecida.
A violação de um direito constitucional é muito mais que um "crime", por isso é que a Constituição responsabiliza o Estado e outras pessoas colectivas públicas por acções ou omissões "de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para o titular destes ou para terceiros".
PS-‎"Durante séculos os únicos cortejos organizados para além dos oficiais, foram as procissões religiosas e alguns desfiles como o carnaval, conforme as tradições locais"- Jean Rivero in "Les Libertés Publiques".

sexta-feira, 16 de março de 2012

Reencontro com a história


Pela primeira vez desde que o país ascendeu à independência, o 15 de Março é assinalado como uma data oficial.
Consta agora da lista das celebrações da República com a designação de "Dia de Expansão da Luta Armada de Libertação Nacional".
Foram precisos mais de 36 anos para o 15 de Março ganhar estatuto oficial, 51 anos depois da UPA ter dado no inicio no norte de Angola a sua campanha militar contra a presença portuguesa.
A primeira celebração oficial do 15 de Março contou com apenas com a presença de um Vice-ministro e do líder de uma das facções da FNLA (Lucas Ngonda) que é a herdeira da UPA...



Margarida Paredes ‎"Dia de Expansão da Luta Armada de Libertação Nacional". A história tornou-se um campo de luta política. Um dia o 15 de Março será feriado nacional.



Reginaldo Silva Ainda não temos história. O que vamos tendo são apenas "estórias" da história. O que prevalece para já é a historiografia dos vencedores.


António Setas Mais uma vergonha a juntar a tantas outras. Nem vale a pena comentar. Embora admita que a violência selvagem do acontecimento, não seja abonatória para nós, angolanos.



Margarida Paredes António Setas essa da "violência selvagem" deve estar a referir-se à repressão que os angolanos, sobretudo os protestantes, fiéis, catequistas e pastores, sofreram após o 15 de Março por parte das autoridades coloniais e colonos.