terça-feira, 6 de março de 2012

"É (a nossa) Luanda"...

Comecei a ouvir o disco que o André, antes de nos deixar, nos deixou para sempre.
"É Luanda", assim se chama. É bom demais. Só dá mesmo vontade de chorar, mas agora de alegria pelo André nos ter feito o favor de ser angolano e de cantar tão bem.
O André está mais vivo do que nunca..
Com este "É Luanda" de André Mingas, temos a música angolana de referência no seu melhor, com os olhos postos na alta roda internacional do show business.
Este "É Luanda" bem promovido vende bem em qualquer parte do mundo, começando pelos USA.
Em tempos escrevi aqui que AM muito dificilmente poderia ultrapassar o seu primeiro e fabuloso"Coisas da Vida", que considerei ser a obra prima da nossa música.
Acho que me enganei redondamente e ainda bem para todos e para a qualidade da música angola que nos últimos tempos tem sido violentamente atacada por todos os lados com "coisas parecidas/poluição sonora", verdadeiros atentados ao pudor (que resta) dos nossos ouvidos.
Sem apagar o "Coisas da Vida" da nossa memória, AM conseguiu superar-se elevando a música angolana para um outro patamar que agora, por razões óbvias, ele já não conseguirá mais ultrapassar.
"É Luanda", é mesmo, Luanda tão maltratada/vilipendiada musicalmente, estava a precisar deste bálsamo, estava a precisar de uma coisa assim.



  • Julio Sousa E Silva Uma lição eloquente de como escrever letras, cantá-las, compor, arranjar e tocar. A ficha técnica inclui expoentes internacionais de varios géneros musicais e as grvações ocorreram em estúdios europeus, norte-americanos e sul-americanos. Os angolanos que insistem em cantar banalidades, letras mal escritas e violentando a lingua devem ouvir bem este disco e melhorar ...
    Ontem às 10:32 ·  ·  1

    • Victor Fortes O André deixou-nos o melhor de si, o melhor do Semba-Jazz. Bom seria que ele permanecesse aqui connosco para certificar-se do quanto valorizamos a sua obra, o seu legado. Lá onde estás meu amigo André Mingas, estás feliz e abençoado. Paz à tua alma
      Ontem às 13:49 ·  ·  1

      • Paulo Silva Verdadeira obra prima...
        "Kalunga barco negreiro nome que veio do mar; foi o escravo bagageiro que foi de barco pra lá; trouxe palavras novas Kianda virou Iemanjá, calulú virou moqueca, funge virou vatapá; kimbambanda que é pai-de-santo nosso santo que lá é ançã, crioulo no Rio é preto, candonga é muamba lá, O show da Baía (é Luanda); Gilberto Gil (é Luanda); O ilé-a-lé até Olodum"...
        In: É Luanda