terça-feira, 9 de novembro de 2010

Curto-circuito no relacionamento entre Luanda e Washington

Pelos vistos, não está nada fácil a resolução da maka dos 50 milhões de dólares do BNA, que é o montante de uma milionária transferência para os EUA que desde 2002 tem vindo a ser sucessivamente bloqueada pelas autoridades norte-americanas.
A última tentativa de fazer chegar o referido montante aos EUA passou pela conta da embaixada angolana em Washington, o que também parece não ter resultado diante do novo bloqueio imposto pelo Departamento de Tesouro.
As informações mais recentes sobre o dossier dão-nos conta de uma aparente subida de tom no relacionamento diplomático entre as duas capitais, com o Ministro das Relações Exteriores a convocar o encarregado de negócios norte-americano em Luanda a fim de lhe pedir explicações oficiais sobre o que se está a passar em terras do Tio Sam com os 50 milhões de dólares.
Para já pouco mais se sabe, uma vez que o encarregado convocado não estava em condições de esclarecer as autoridades angolanas sobre o ponto da situação do milionário dossier.
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1 comentários: Baia-Azul disse... Há uma questão que é fundamental dominar nesta área dos mercados financeiros e das transferências financeiras oficiais; a questão não está no volume de dinheiro a transferir, mas no destino que é dado a este dinheiro. Estou ligado ao mercado financeiro e todos os dias existem estas chamadas "wire transference" ou "cable transference" e enganam-se os que pensam que uma vez transferido, o dinheiro pode ser usado como a gente quer. Não é bem assim. Por isso é que é fundamental usar o dinheiro electrônico, os pagamentos feitos em "money orders", cheques e outros instrumentos que permitem identificar os beneficiários e o tipo de pagamentos contra os serviços que são prestados. Quando isso acontece até se podem efectuar outras tantas transferências de 50 milhões de dólares. Mas este dinheiro é usado, por exemplo, para alimentar vaidades, pagamentos duvidosos e a entidades obscuras que não o justificam então nem que a transferência fôr de 300 mil dólares é imediatamente bloqueada. Para perceber como funcionam estas instituições onde existe uma sensibilidade aos factores de corrupção precisamos perceber as suas leis e as ligações com o mercado. Só o facto de sermos um estado soberano e independente não nos dá o direito de fazermos transferências ausentes da essência de "good faith" para outro país. 10 de Novembro de 2010 01:38