Este diário tem uma particularidade.
É um jornal que vive do dinheiro que é de todos nós, por isso enquadra-se na chamada comunicação social pública.
O JA tem assim responsabilidades acrescidas no tratamento da vida nacional em obediência à própria Constituição que no seu artigo 17 diz expressamente que os partidos políticos têm direito "a um tratamento imparcial da imprensa pública".
"Serviço público cumprido" foi o pomposo título que JR deu à "Palavra do Director" publicada na edição deste domingo do "nosso Pravda", como muito carinhosamente gostamos de nos referir a este jornal, de onde fomos forçados a sair a 28 de Maio de 1977 rumo a uma cadeia da DISA, por delito de opinião.
Não podia estar mais em desacordo com este "cumprimento", a não ser que JR confunda "serviço público" com uma outra empreitada ou campanha qualquer.
Para não maçar muito quem me dá alguma atenção lendo o que vou escrevendo por estas e outras bandas, não vou aqui fazer qualquer tipo de contabilidade para tirar conclusões que me parecem demasiado evidentes, para quem tem dois dedos de testa, sem ter necessidade de ser um grande especialista nestas águas turvas da desinformação e da manipulação.
É inacreditável ter de ler coisas como "este jornal está a fazer uma cobertura da campanha eleitoral que deve merecer o respeito de todos os actores do processo eleitoral".
Utilizando a filosofia da "cenoura e do bastão", o JA cumpriu até ao momento de forma milimétrica e até à exaustão uma estratégia de destruição sistemática da mensagem da Oposição, através dos seus grandes e pequenos editoriais (textos de opinião), mas não só.
Para além das sucessivas manchetes dedicadas ao candidato JES/MPLA,até na escolha dos títulos para as notícias relacionadas com a actividade da Oposição sentiu-se a mão desta demolidora estratégia, que só pode estar a favorecer a campanha do maioritário.
No texto que assinou JR falou apenas da "cenoura", com um exagero a todos os títulos preocupante e visível (mas já recorrente) nas referências à publicação de "milhares de notícias e reportagens" e dos "dias em que tivemos 100 jornalistas no terreno".
Do "bastão" que assumiu por inteiro pouco ou quase nada disse, tendo-se limitado a questionar a "imparcialidade e o rigor", com uma estranha alusão ao facto dos dois princípios não serem "valores que matem a personalidade dos profissionais do jornalismo" (sic).
De facto até agora temos de concluir que tivémos muito pouca "cenoura" para tanto "bastão", para tanta manipulação, para tanta agressividade contra algumas campanhas eleitorais da Oposição.
Uma "cenoura" que, note-se, apresentou-se várias vezes imprópria para consumo, tendo como referência o conteúdo de algumas das notícias que o JA fez sobre a Oposição, onde a desinformação era tão evidente que até as pessoas mais distraídas deram conta.
Do muito que há para dizer, é para já o que nos ocorre avançar em relação ao desempenho do JA que devia estar apenas ao serviço do jornalismo, mas não está, nem tem estado, como o próprio JR reconheceu, ao proclamar do alto da sua militância que "não há jornalismo neutro" ou que "o papel dos jornalistas não é passivo e muito menos neutro" ou ainda "que cada jornalista é uma mulher ou um homem com escolhas e sentimentos".
Sinceramente e diante deste atentado à nossa inteligência, apetece-me perguntar ao JR o que é que uma coisa tem a ver com a outra.
JR "esqueceu-se" uma vez mais que a lei em Angola diz-nos que em tempo de campanha eleitoral "é proibido a qualquer órgão de comunicação social posicionar-se a favor de qualquer partido político, coligação de partidos ou candidatos concorrentes nas matérias que publicar".
O JA violou de forma sistemática o Código de Conduta Eleitoral, tendo neste âmbito sido particularmente visível a forma como mobilizou o eleitorado contra a Oposição, através da divulgação de um número incontável de mensagens incitando ao ódio contra todos aqueles que não estão com o MPLA/JES.
O Jornal de Angola assumiu todo o protagonismo que deveria competir a um partido, tendo efectivamente vestido por inteiro o papel de patrocinador oficial da campanha MPLA/JES .
"Serviço público cumprido" foi o pomposo título que JR deu à "Palavra do Director" publicada na edição deste domingo do "nosso Pravda", como muito carinhosamente gostamos de nos referir a este jornal, de onde fomos forçados a sair a 28 de Maio de 1977 rumo a uma cadeia da DISA, por delito de opinião.
Não podia estar mais em desacordo com este "cumprimento", a não ser que JR confunda "serviço público" com uma outra empreitada ou campanha qualquer.
Para não maçar muito quem me dá alguma atenção lendo o que vou escrevendo por estas e outras bandas, não vou aqui fazer qualquer tipo de contabilidade para tirar conclusões que me parecem demasiado evidentes, para quem tem dois dedos de testa, sem ter necessidade de ser um grande especialista nestas águas turvas da desinformação e da manipulação.
É inacreditável ter de ler coisas como "este jornal está a fazer uma cobertura da campanha eleitoral que deve merecer o respeito de todos os actores do processo eleitoral".
Utilizando a filosofia da "cenoura e do bastão", o JA cumpriu até ao momento de forma milimétrica e até à exaustão uma estratégia de destruição sistemática da mensagem da Oposição, através dos seus grandes e pequenos editoriais (textos de opinião), mas não só.
Para além das sucessivas manchetes dedicadas ao candidato JES/MPLA,até na escolha dos títulos para as notícias relacionadas com a actividade da Oposição sentiu-se a mão desta demolidora estratégia, que só pode estar a favorecer a campanha do maioritário.
No texto que assinou JR falou apenas da "cenoura", com um exagero a todos os títulos preocupante e visível (mas já recorrente) nas referências à publicação de "milhares de notícias e reportagens" e dos "dias em que tivemos 100 jornalistas no terreno".
Do "bastão" que assumiu por inteiro pouco ou quase nada disse, tendo-se limitado a questionar a "imparcialidade e o rigor", com uma estranha alusão ao facto dos dois princípios não serem "valores que matem a personalidade dos profissionais do jornalismo" (sic).
De facto até agora temos de concluir que tivémos muito pouca "cenoura" para tanto "bastão", para tanta manipulação, para tanta agressividade contra algumas campanhas eleitorais da Oposição.
Uma "cenoura" que, note-se, apresentou-se várias vezes imprópria para consumo, tendo como referência o conteúdo de algumas das notícias que o JA fez sobre a Oposição, onde a desinformação era tão evidente que até as pessoas mais distraídas deram conta.
Do muito que há para dizer, é para já o que nos ocorre avançar em relação ao desempenho do JA que devia estar apenas ao serviço do jornalismo, mas não está, nem tem estado, como o próprio JR reconheceu, ao proclamar do alto da sua militância que "não há jornalismo neutro" ou que "o papel dos jornalistas não é passivo e muito menos neutro" ou ainda "que cada jornalista é uma mulher ou um homem com escolhas e sentimentos".
Sinceramente e diante deste atentado à nossa inteligência, apetece-me perguntar ao JR o que é que uma coisa tem a ver com a outra.
JR "esqueceu-se" uma vez mais que a lei em Angola diz-nos que em tempo de campanha eleitoral "é proibido a qualquer órgão de comunicação social posicionar-se a favor de qualquer partido político, coligação de partidos ou candidatos concorrentes nas matérias que publicar".
O JA violou de forma sistemática o Código de Conduta Eleitoral, tendo neste âmbito sido particularmente visível a forma como mobilizou o eleitorado contra a Oposição, através da divulgação de um número incontável de mensagens incitando ao ódio contra todos aqueles que não estão com o MPLA/JES.
O Jornal de Angola assumiu todo o protagonismo que deveria competir a um partido, tendo efectivamente vestido por inteiro o papel de patrocinador oficial da campanha MPLA/JES .