"(...)Relacionar de imediato qualquer acção/intervenção do poder judicial sempre que ela não nos agrade ou ponha em causa os nossos interesses particulares ou de grupo, com a existência de uma conspiração política já faz parte da cartilha de algumas sensibilidades políticas/mediáticas angolanas.
E percebo que assim seja, tendo em conta a própria história do aparelho judicial angolano, que só na última década começou a emitir alguns tímidos sinais que apontam para a sua efectiva existência enquanto poder independente e consequentemente como um dos três pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito.
Este Estado só existe como tal quando de facto a separação dos três poderes é uma realidade em que todos acreditam sem grandes dificuldades, o que ainda não é o caso de Angola, onde o omnipresente e omnipotente poder político continua a ser é que mais ordena e tudo controla.
Para as tais sensibilidades não é muito fácil admitir que o poder judicial tenha uma lógica e uma agenda próprias que é muitas vezes conflituante com os interesses do poder político, que efectivamente nas democracias mais consolidadas já não pode meter a foice em seara alheia".
À beira de um ataque de nervos - Morro da Maianga