terça-feira, 1 de julho de 2008

Prédio da DNIC pode ter tido um "súbito ataque cardíaco"



O “ressuscitado” Laboratório de Engenharia de Angola (LEA) “descobriu” o que todos nós já sabíamos, aliás, estávamos carecas de saber.
Terá de haver agora um segundo inquérito, talvez já na 3ª República, para apurar se era possível ou não, diante de todos os sinais anteriores emitidos pelo antigo prédio (que foram mais do que muitos), evitar a tragédia, evacuando-se em tempo oportuno o edifício.
Pelo que se sabe o próprio LEA foi posto ao corrente da situação em diversos momentos do anunciado colapso, sendo absolutamente justificavel que neste caso se utilize, para ilustrar o que se passou, a já estafada referência ao livro "Crónica de uma morte anunciada" de Gabriel Garcia Marquez.
De facto todo o mundo sabia que aquilo ia acontecer, só ninguém, ninguém mesmo, sabia era exactamente quando e como.
Pelo que se sabe esta situação de pré-derrocada prolongou-se por bastante tempo.
Com o que foi tornado público deste inquérito, a opinião pública ficou, entretanto, com a impressão que o colapso aconteceu de repente, subitamente, como se tivesse tratado de um fulminante ataque cardíaco, que tem levado muitos de nós a ajustar as contas finais, lá em cima ou cá em baixo, sem estar minimamente preparado para o efeito,levando muitas vezes consigo para a tumba fria preciosos segredos, com destaque para os códigos bancários de milionárias contas localizadas nos off-shores do nosso planeta.
O que se recomenda a partir deste Morro da Maianga, que por acaso até fica bem perto do LEA, é que depois deste inquérito “estrutural” se faça seguidamente um mais “pessoal”, sem ser confidencial, porque este último já deve ter sido feito e arquivado na volumosa pasta amarela do monumental esquecimento institucional.
Até lá, a culpa em Angola, envolvendo os escalões mais elevados da hierarquia, vai continuar a morrer solteirona e... boa rapariga.