Acontece que a dinâmica política portuguesa ultrapassou todas as expectativas, tendo rapidamente a anterior maioria conquistada nas urnas, sido substituída no quotidiano por uma contestação anti-governamental sem precedentes que se espalhou pela ruas e não só.
O "olímpico" Sócrates sai deste mandato com uma nova maioria popular recheada de muito descontentamento e bastante desemprego, enquanto aguarda com o coração nas mãos pelos resultados do próximo domingo, sem qualquer certeza, para quem há quatro anos havia cilindrado de forma tão convincente o seu principal adversário, o PSD do "trapalhão" Santana Lopes.
Portugal é hoje na visão de um dos mais influentes membros do mínusculo e conservador CDS-PP, um país europeu atípico, em virtude de, nas suas contas, mais de 20% do seu eleitorado se preparar para votar à esquerda.
Nas suas contas o PS não faz parte dessa esquerda que tanto o preocupa.
Tem toda a razão.
O PS é um caso de estudo a fazer lembrar-nos bastante o "nosso" MPLA.
Ele estava certamente a referir-se aos votos que serão destinados aos comunistas, aos bloquistas e tutiquanti se movimenta por aquelas bandas mais canhotas onde a identificação com a herança do velho Marx continua a ser o denominador comum.
PS- Tirei a fotografia do cartaz com a cara daquela que poderá vir a ser a nova Primeira Ministra de Portugal na cidade do Porto. O nariz de palhaço não faz parte da versão original do poster, tendo-lhe sido aplicado por algum brincalhão que anda por aí a fazer campanha paralela.