As coisas, ao que tudo parece indicar e contrariando as expectativas iniciais, não mudaram muito, havendo mesmo a registar alguns sinais mais preocupantes desta vez, pois os descontentes falam da existência de uma relação humana e profissional nada saudável na redacção, a traduzir um défice de valores muito dificil de aceitar nos tempos que correm.
Este défice tem a ver, nomeadamente, com a recusa de JR em dar um tratamento igual aos diferentes editores e sub-editores, com a utilização de critérios discricionários que não convencem minimamente os descontentes por falta de consistência.
Os critérios chocam com a dignidade dos descontentes, por serem, em algumas situações, manifestamente discriminatórios e mesmo abusivos, ao ponto de já terem visto textos serem retirados sem qualquer explicação.
Uma das soluções equacionadas para "travar" o "Manribas" e com o propósito de democratizar e dignificar a vida na redacção do JA, passaria pela eleição do Conselho de Redacção (CR), previsto na Lei de Imprensa.
Este Conselho, note-se, não tem nada a ver com o actual "Gabinete Editorial" constituído ao sabor das conveniências de JR.
Uma das competências do CR é pronunciar-se sobre os diferendos de ordem ética e deontológica que oponham jornalistas e a chefia de redacção em relação ao alinhamento, valorização e critérios do material publicado ou a publicar.
* Pode parecer piada mas não é. Com uma redacção composta por mais de cem pessoas, o Jornal de Angola é, provavelmente, um dos jornais mais importantes do mundo. Para além de ser integralmente financiado pelo Estado angolano, o JA não tem qualquer tipo de concorrência, o que signfica dizer que Angola só tem um jornal diário.