"As acções de efeitos mais dilatados no tempo – educação, habitação e serviços comunitários – mereceram apenas 4% do PIB (4,6% em 2006), em termos de alocação de verbas orçamentais.
Não obstante todas as movimentações registadas, uma solução mais duradoura só pode ser dada pela aliança entre crescimento económico e boas políticas de distribuição do rendimento, para lá das clássicas, a montante ou a jusante.
Por isso mesmo é que a Universidade Católica tem insistido na necessidade de políticas mais inclusivas e de maior envolvimento e responsabilização social para a mitigação das situações de injustiça.
O Relatório Económico volta a sugerir um conjunto de acções de inclusão social que o Governo poderia pôr em prática:
*atribuição generalizada de bolsas de estudo aos estudantes do ensino primário, para que o quantitativo de crianças fora do sistema escolar continue a diminuir e se consiga, no futuro, gerações de força de trabalho competentes;
*generalização da merenda escolar, melhorando, qualitativamente, o seu conteúdo proteico e energético; esta é uma forma indirecta de aumentar o rendimento disponível das famílias mais pobres;
*aumento do valor unitário das reformas e das pensões;
*distribuição duma cesta básica de alimentos às famílias mais pobres, o que aumentará o seu rendimento disponível para aplicá-lo noutras áreas valorizadoras do seu trabalho na sociedade;
*levar a efeito um programa extenso de construção de habitação social condigna e ajustada aos padrões culturais médios da população;
*promoção dum programa de construção habitacional de custo mais democrático para defesa da classe média, em riscos de pauperização;
*aprofundamento, intensificação e generalização dos programas de formação e reciclagem profissional;
*criação dum Observatório sobre a Pobreza em Angola, através do qual se possa monitorar o comportamento do fenómeno e actuar em conformidade".
In Relatório Económico de Angola 2007 do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN)