terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Só a verdade nos libertará!

A manchete da última edição do F8, onde fomos retirar esta ilustração, é mais uma notícia que nos tira do sério, embora não nos tenha surpreendido minimamente. Afinal de contas, estamos em Angola, um país onde se aplica perfeitamente o principio (de Murphi) segundo o qual, nada está tão mal que não possa ficar ainda pior. A fazer fé nesta matéria, o "nosso" esquadrão da morte existe efectivamente e chama-se "brigada de baixa visibilidade" em relação à qual Quim Ribeiro se negou a prestar qualquer esclarecimento ao Tribunal pois se "o fizer, não sei se o país vai acordar amanha". 
Para um país que já dorme e acorda cheio de pesadelos, embora o maior (a guerra) felizmente já tenha desaparecido do mapa, acho que não ia haver problemas de maior. É a minha impressão, pois antes de mais, neste particular estou perfeitamente de acordo com a Bíblia. 
Só mesmo a verdade nos libertará! 
Quim Ribeiro disse mais, disse que a sua desgraça se ficou a dever ao seu envolvimento no combate ao narcotráfico, pois até lá "era um bom rapaz, disciplinado, obediente e humilde". Isto só não é o fim da picada, porque o pior ainda pode estar para vir...
PS- Nos últimos dias ao participar num debate no mural de Aníbal João Melo (facebook) sobre a maka da Grécia fiz o seguinte comentário: (...) Angola tem cada vez mais "gregos" que todos os dias nascem de uma miséria que se acumula nas cidades, sendo Luanda um caso emblemático desta realidade que o governo quer combater construindo mais "mercados" e distribuindo na TV doses massivas de propaganda. 
Os nossos "gregos" ainda não deram tudo que têm para dar, isto é, a taxa de criminalidade vai continuar a subir, a subir, com a particularidade de termos dois tipos de criminalidade. 
A descamisada, que não tem colarinho é, sem dúvida, a mais benigna, porque a outra, a engravatada,  a do colarinho com todas as cores, já é profundamente maligna e está a corroer os fundamentos do próprio Estado como pessoa de bem em progressão acelerada.
Angola pode não estar a caminhar para uma situação de Estado falhado, mas por este andar da carruagem, o Estado vai ter de fazer um esforço muito grande, ao nível da transparência e da moralização, para recuperar a confiança do cidadão comum. 
Não acredito que haja vontade política para tal, pelo menos enquanto prevalecer a actual conjuntura.