Com Agostinho Neto foi introduzido no diccionário político angolano o conceito de "imortalidade", tendo lhe sido atribuído pelos seus companheiros do partido/estado o pesado e eterno cargo de "Guia Imortal da Revolução Angolana".
Nos primeiros tempos da "revolução" ainda pensaram em conservá-lo "vivo/embalsamado", seguindo a tradição da Praça Vermelha/Lénine.
Depois esqueceram-se completamente dele, até que a sua esposa/viúva começou a reclamar que era preciso falar um pouco mais de Neto para além do 17 de Setembro. Foi parcialmente atendida. Agora já tem uma fundação.
O necessário e tímido "eduardismo", apesar de ser "impossível" a substituição, já se tinha, entretanto, instalado, como era prevísivel e com todas as suas armas e bagagens, processo que tem inicio a partir de 1982 depois da fracassada "intentona" da peça e do quadro.
Agostinho Neto legou-nos uma bandeira que precisa urgentemente de substituir a catana e a roda dentada por outros símbolos mais actuais e mais de acordo com o galopante crescimento do PIB, como o livro de cheques/cartão de crédito(gold) e o Tubarão, que traduzem bem a forma desigual, injusta e escandalosa como o rendimento nacional tem vindo a ser distribuído.
PS- O Tubarão é o Range-Rover topo de gama.
As cores de fundo podem manter-se, mas teremos, possívelmente, de encontrar uma outra justificação para as mesmas, sobretudo para o vermelho, para acrescentarmos todo o sangue que foi derramado pelos angolanos já depois da dipanda, com destaque para aquele que copiosamente correu na sequência das brutalidades que se seguiram ao 27 de Maio de 1977, sob o olhar silencioso do "Manguxi", depois de ter soltado todas as feras do regime com o seu famoso e arbitrário "não vamos utilizar o processo habitual, que não seria justo. Nós vamos ditar uma sentença!"
A "sentença" ficou na história como tendo dado origem a um dos maiores massacres políticos já registado em África no seio da mesma família partidária.