quarta-feira, 20 de junho de 2012

TPA/RNA: Tudo na mesma (editorial)


A ter em devida conta todas as informações a que tive acesso nas últimas horas já não haverá qualquer alteração nos CAs da TPA e da RNA, conforme apontavam todos os sinais anteriores.
Nestas informações inclui-se uma reunião de alto nível que teve lugar ontem a noite e que juntou na mesma sala algumas das principais figuras ligadas à gestão do sector.
Fica assim sem outras consequências de maior todo o burburinho que se gerou em torno da possibilidade de estar iminente a queda das administrações da Rádio e da Televisão, sendo certo que desta vez o fumo teve bastante fogo, que por pouco não ia incendiando a pradaria, caso a “operação restauro” fosse para frente.
Restará saber quem esteve na origem de toda esta fumaraça, o que iremos tentar apurar nos próximos dias, pois desta vez os factos estão aí para provar que efectivamente houve muito mais que o simples “mujimbupress” ou o diz-que-diz.
São factos tão evidentes que só podem apontar numa direcção, por mais que agora se tente desdramatizar os acontecimentos das últimas 24 horas, onde está incluída uma altercação violenta na TPA ao mais alto nível, que por pouco não terá chegado a vias de facto.
Da parte que me cabe e por ter estado de algum modo no centro deste pequeno “furacão”, devo comunicar aos meus detractores de serviço (que são sempre os mesmos utilizando máscaras/pseudónimos diferentes) que de nada adianta tentarem conotar-me com este ou aquele protagonista, procurando envolver-me em campanhas que desconheço.
Para quem ainda não sabe, a única campanha a que estou associado neste país é a favor da cidadania plena dos angolanos, nomeadamente contra a miséria, a injustiça social e a censura.
Acredito que só com o sucesso efectivo desta campanha faremos de Angola um país bom para se viver. De outra forma vamos continuar a ter este país ideal apenas na televisão e na propaganda dos “grecias/grecimas”, com o desvio de preciosas verbas que o desenvolvimento humano precisa urgentemente para outros efeitos menos virtuais.
De nada adianta pois tentarem a minha desqualificação moral com a disseminação de tamanhas patetices que só os próprios têm a exacta dimensão das mesmas, por razões que eu adivinho estarem relacionadas com conhecidos défices e outros tantos “trungungus” que estão a levar este país para o abismo da confrontação social entre uma minoria possidente/gananciosa e uma maioria de descamisados/desesperados que já ocupa as ruas das nossas cidades a procura do seu sustento diário.
Volto a destacar aqui que este blog é de um jornalista e de mais ninguém. De um jornalista que nunca mudou de profissão. De um jornalista que está na estrada há mais de 35 anos. De um jornalista que gosta de fazer jornalismo. De um jornalista que por razões óbvias se interessa particularmente por todas as movimentações que acontecem na nossa paisagem mediática, incluindo as menos visíveis, pois também sabemos que é nos bastidores que se faz o teatro.


Continuaremos assim a estar atentos e na medida do possível a estas movimentações, com a certeza de que não é possível estarmos ao corrente de todas, nem pouco mais ou menos.
Com efeito não temos “equipas de reportagem” suficientes para cobrir todas as agendas que andam por aí, sobretudo aquelas, as mais esconsas, que não são do conhecimento da opinião pública e publicada, mas que acabam por determinar o rumo dos acontecimentos e as próprias políticas públicas, levantando sérias dúvidas em relação à sua consistência e coerência em nome do interesse público.
No meio de toda esta “maka” o que mais me complicou o sentido do olfacto foram as ameaças abertas (mais uns insultos) contra a minha integridade física lançadas por alguém que disparou a partir do CK.
Não é, contudo a primeira vez que tal acontece, sendo curioso verificar que este tipo de incidente se tem registado sempre (das raras vezes) que escrevi sobre o Manuel Rabelais (MR).
Não quero com esta associação, que resulta de uma observação estatística, estabelecer qualquer nexo de casualidade e levantar outras suspeitas, mas não me posso esquecer de aplicar a teoria das probabilidades. Habituei-me a usar a liberdade de expressão sem pedir autorização a ninguém e é o que vou continuar a fazer, pois de outra forma estaria a negar essa mesma liberdade que o país recuperou com as eleições de 1992. 
Estaria a não acreditar que este país é possível e acessível a todos nós, embora nesta altura ainda haja de facto muitas barreiras a condicionarem demasiado o exercício das liberdades fundamentais, contra as quais temos naturalmente de lutar, porque sabemos que elas têm mais a ver com a defesa de interesses particulares do que com a salvaguarda do bem comum.
 Quando erro aceito as críticas, porque não abdico da minha condição de humano, mas sei ver bem onde as mesmas terminam e começa o puro rancor e a agressão estúpida, sobretudo quando os seus autores têm necessidade de utilizar a máscara.
A liberdade de expressão é por principio aversa aos tabús, particularmente quando estamos no domínio da coisa pública e da governação.
Para mim escrever sobre o GRECIMA é absolutamente normal e não vejo onde é que possa estar a borbulha. 
Que fique pois claro que as minhas motivações não têm nada a ver com este ou aquele cidadão, seja ele quem for, mas já podem ter, quando este cidadão assume responsabilidades públicas e tem de prestar contas.