O GPL diz que não há vítimas a lamentar, apesar das medidas repressivas que foram tomadas. Quero desesperadamente acreditar que sim, que é verdade, que o sangue do angolano não voltou a ensopar o asfalto, mas as informações que nos chegam do outro lado não são concordantes.
Alguém viu por aí o contraditório? Alguém foi aos hospitais?
Quero acreditar que só há vítimas do abandono, do desprezo, do egoísmo e dos desvios permanentes dos fundos públicos, dos milhões e milhões que desaparecem de todas as caixas e institutos, diante da apatia do Tribunal de Contas e da PGR que olham para o lado e ignoram as notícias e as denuncias que se repetem.
Vinte anos depois começaram a ser pagos os últimos subsídios de desmobilização e voltou a falar-se em reinserção social dos desmobilizados ou no seu enquadramento nos esquemas de pensões existentes.
Oiço na rádio um oficial das FAA com a voz pausada a dizer que está tudo bem, que está tudo a correr normalmente, que os subsídios estão a ser pagos sem problemas e que a etapa seguinte é a reinserção social havendo apenas um pequeno problema neste âmbito pois a maior parte dos desmobilizados já tem mais de cinquenta anos.
Depois oiço o novo "bombeiro" da companhia, que atende pelo nome de Bento Kangamba, a puxar as orelhas aos seus antigos companheiros dizendo-lhes que não tinham necessidade nenhuma de irem fazer confusão em frente à embaixada dos EUA.
"Um desmobilizado não tem nada que ir na embaixada"- aconselhou o general na reserva que agora virou cabo eleitoral e já tem lugar a espera no parlamento.
Ainda vou ouvir alguém dizer que toda esta fome que anda por aí , não passa de uma manobra da oposição e que os objectivos são outros.
Ainda vou ouvir alguém dizer que vinte anos, feitas bem as contas, afinal nem é assim tanto tempo, para quê tanto nervosismo, fiquem calmos que o nosso Governo vai resolver tudo. É preciso é tempo. Não se pode pagar todos no mesmo dia. São muitos e chatos...
De facto se não houvesse manifestações, podiam passar-se mais vinte anos que ninguém ouvia nada, que ninguém dava conta de nada, para além das vítimas do esquecimento, as suas famílias, os que estão a engordar com os desvios e... os cemitérios.
Vinte anos depois começaram a ser pagos os últimos subsídios de desmobilização e voltou a falar-se em reinserção social dos desmobilizados ou no seu enquadramento nos esquemas de pensões existentes.
Oiço na rádio um oficial das FAA com a voz pausada a dizer que está tudo bem, que está tudo a correr normalmente, que os subsídios estão a ser pagos sem problemas e que a etapa seguinte é a reinserção social havendo apenas um pequeno problema neste âmbito pois a maior parte dos desmobilizados já tem mais de cinquenta anos.
Depois oiço o novo "bombeiro" da companhia, que atende pelo nome de Bento Kangamba, a puxar as orelhas aos seus antigos companheiros dizendo-lhes que não tinham necessidade nenhuma de irem fazer confusão em frente à embaixada dos EUA.
"Um desmobilizado não tem nada que ir na embaixada"- aconselhou o general na reserva que agora virou cabo eleitoral e já tem lugar a espera no parlamento.
Ainda vou ouvir alguém dizer que toda esta fome que anda por aí , não passa de uma manobra da oposição e que os objectivos são outros.
Ainda vou ouvir alguém dizer que vinte anos, feitas bem as contas, afinal nem é assim tanto tempo, para quê tanto nervosismo, fiquem calmos que o nosso Governo vai resolver tudo. É preciso é tempo. Não se pode pagar todos no mesmo dia. São muitos e chatos...
De facto se não houvesse manifestações, podiam passar-se mais vinte anos que ninguém ouvia nada, que ninguém dava conta de nada, para além das vítimas do esquecimento, as suas famílias, os que estão a engordar com os desvios e... os cemitérios.