quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Paulo Catarro: O jornalista que virou notícia (pelas piores razões)

Nos últimos dias duas publicações, o Novo Jornal (NJ) e o África Monitor (AM) de Xavier de Figueiredo, referiram-se à pessoa e ao trabalho desenvolvido pelo correspondente da RTP em Luanda, o jornalista Paulo Catarro (PC), em termos nada elogiosos.
Não é a primeira vez que Catarro chama a atenção dos observadores, tendo como referência a cobertura que vem efectuando das manifestações realizadas em Luanda.
De facto é o pior que pode acontecer a um jornalista, quando ele vira notícia por razões que chocam com a ética/deontologia profissional, que é o que parece estar a acontecer com o correspondente português.
Na edição da passada sexta-feira o NJ conta-nos uma história rocambolesca e nada simpática para a sua imagem ao ponto de o "misturar" com Gonçalves Inhajika (GI), o conhecido reporter presidencial da TPA.
A presença de GI na cobertura da manifestação do passado dia 25 de Setembro, onde PC foi alvo de uma estranha agressão por um dos manifestantes, também chamou a atenção, particularmente pela anormalmente extensa matéria que depois dedicou ao assunto com o claro propósito de dar a conhecer que os manifestantes eram violentos e numericamente pouco expressivos.
De acordo com o NJ, o tal "manifestante" que agrediu PC era um provocador infiltrado pela Polícia que nada fez para o deter. Antes pelo contrário, pois segundo reza a história do NJ, "um dos agentes chegou mesmo a dar as chaves de uma viatura para que os agressores fugissem". Alguns manifestantes, ainda segundo o NJ, "disseram que os agentes da polícia conheciam os inflitrados e tinham estado momentos antes a conversar".
Na matéria que despachou para Lisboa Paulo Catarro ignorou os acontecimentos mais sensíveis por ele vividos naquele dia, de acordo com jornalistas citados pelo NJ que acharam a reportagem de PC pouco informativa.
Por seu lado o Africa Monitor descreve PC como sendo um "antigo jornalista de desporto da RTP, aparentemente pouco conhecedor das realidades de Angola e sem a sensibilidade indispensável para as interpretar."
O AM refere-se depois ao desempenho "cinzento" de PC no programa Espaço Público da TPA do último domingo que contou com a presença do Ministro do Interior, Sebastião Martins, a nova estrela do Executivo angolano.
 Segundo o AM, o correspondente da RTP foi convidado a participar no programa "a pretexto de ter sido um dos jornalistas presentes na manifestação de 25.Set. A sua prestação deve ter contribuído para piorar a sua reputação – ainda que a sua condição de estrangeiro o obrigue a deveres de contenção em actos e palavras. Os jornalistas angolanos convidados para o programa bateram em ousadia e pertinência as perguntas que o correspondente da RTP fez ao ministro do Interior."