segunda-feira, 18 de maio de 2009

5ª Edição do Almoço Evocativo do 27 de Maio (actualizado)

Com os ingredientes de sempre, o encontro com a memória e com a amizade terá lugar no próximo dia 25 de Maio pelas 14 horas no jango da Chá de Caxinde, na baixa de Luanda. É Dia de África, é feriado e calha numa segunda-feira. Quatro mil kwanzas mais uma bebida ao gosto de cada um, será este ano o custo do reencontro. Para mais informações sobre as inscrições estão disponíveis os contactos 912506443/912501144 O recado de sempre aos patrocinadores que têm sabido corresponder ao nosso apelo sobretudo com molhados (bebidas). No seu género, este almoço acaba por ser uma referência solitária na nossa desértica paisagem política onde tem sabido sobreviver à voragem do tempo e à conspiração do silêncio, depois de todo o barulho que já foi feito em relação à data, quando neste país só se ouvia uma voz e só se contava uma versão dos factos. O género é o da preservação da memória e da homenagem a toda uma geração que foi sacrificada no altar da violência e da intolerância do estado, que foram de facto e de jure os valores mais intrínsecos e estruturantes que fizeram morada entre nós ao longo de toda a primeira república popular. Vivemos num país onde a história ainda é ministrada nas nossas escolas como uma disciplina de formação e condicionamento político-ideológico dos nossos jovens. Em relação ao 27 de Maio o que se consome actualmente é uma historiografia oficial, a também conhecida "história dos vencedores", que a honestidade intelectual deveria aconselhar-nos a saber colocar na respectiva prateleira, que sem ser bem a do esquecimento, também já não está em condições de asfixiar pela via da intimidação (aberta ou velada) as outras parceiras da mesma empreitada. A história que por si só já é considerada uma “disciplina fundamentalmente ambígua”, encontra no passado angolano um território onde as areias são demasiado movediças, pelo que não será tão cedo que iremos ter entre nós a história de todas as histórias que andam por aí à solta. Para já vamos mesmo ter de investir o máximo na recolha da memória viva que todos os dias se perde um bocado com a morte dos protagonistas. Depois em função do andar da carruagem, logo se verá. Continua a estar tudo em aberto!