quinta-feira, 28 de abril de 2011

"Mãos Limpas" arrasa Huambo e Huíla. Luanda será a próxima paragem?

No Huambo e na Huíla, a PGR parece estar de facto e de jure empenhada numa operação do tipo das "Mãos Limpas", que na Itália nos anos 90 catapultou o Juíz Di Pietro para as luzes da ribalta nacional e internacional.
Curiosamente, o PGR, João Maria de Sousa, no discurso que fez esta quarta-feira na cidade do Lubango, por ocasião da passagem de mais aniversário do Ministério Público, referiu-se às ameaças mafiosas que pairam sobre Angola.
Com a sua permissão eu diria mais, eu diria que já existe mesmo um estado mafioso que coabita com o estado saudavel que ainda vai tendo alguma capacidade de não aceitar que a corrupção institucionalizada seja o nosso destino rumo à proclamção de mais uma República das Bananas.
Os titulares de cargos públicos que nas províncias do Huambo e da Huíla já foram detidos ou estão a ser investigados pela PGR e os expresssivos montantes envolvidos nas diferentes maracutaias por eles protagonizadas, falam bem do estado calamitoso em se encontra a República de Angola do ponto de vista da credibildade/seriedade das suas instituições.
Corrupção há de facto em todo o lado, em todos os países, mas o que nos tem que preocupar é a nossa.
Os discursos que apontam para a banalização deste fenómeno, com o argumento de que ele ultrapassa as fronteiras nacionais, só nos podem deixar preocupados.
Ainda mais preocupados ficamos quando estes discursos vêm do topo da pirâmide, porque aí ficamos sem saber qual é a orientação efectiva que está a ser dada aos servidores públicos, começando pelo ministro e acabando no chefe de repartição da mais remota comuna afecta à administração municipal de Camacupa.