quarta-feira, 11 de março de 2009

Uma boa causa: "EM DEFESA DO QUE RESTA DE LUANDA"

O abaixo-assinado pode ser subscrito: Na UNAP, Associação Chá de Caxinde e sede da Ordem dos Arquitectos de Angola. O documento será endereçado ao PR, com conhecimento à Governadora, Ministra da Cultura, Comissão da Cultura da Assembleia e representação da UNESCO em Luanda. Já foram recolhidas trezentas assinaturas. São precisas muitas mais. Nós, abaixo assinados, cidadãos nascidos ou residentes em Luanda, ACREDITANDO que o que torna uma cidade singular é o seu património histórico e cultural, traduzido pelos hábitos das suas gentes, mas igualmente pelas pedras, construções, espaços e edifícios que foram sendo introduzidos ao longo dos séculos da sua génese. TENDO tomado conhecimento que se continua a autorizar a destruição de património público, entre prédios classificados como foi o Palácio de Dona Ana Joaquina, ou por classificar, como o Mercado do Kinaxixe, este último considerado internacionalmente uma das obras arquitectónicas mais importantes do Movimento Moderno, e proposta por Óscar Niemeyer para ser considerado Património da Humanidade pela UNESCO. PREOCUPADOS com as destruições quase diárias, e reconstruções arbitrárias, a que a cidade vem assistindo e que atentam contra a história, as tradições, a evolução e a identidade dos luandenses. NÃO ENTENDENDO igualmente a total ausência de zonas verdes, jardins e parques, impedindo-a de ter os pulmões necessários à absorção da poluição alarmante que sofremos. CONVENCIDOS que o aumento do tráfego, a indisciplina, a falta de campanhas insistentes de educação cívica e moral, estão a desembocar numa situação quase impossível de ser revertida. CONSTATANDO a existência de espaços imensos fora do centro da cidade, susceptíveis de serem utilizados e aproveitados para a construção de prédios altos, em zonas perfeitamente urbanizadas e com a infra-estrutura adequada, com parques de estacionamento e os acessos necessários para que as mesmas permitissem o crescimento, descongestionando o casco urbano existente, sem o descaracterizar. TEMENDO que os novos projectos megalómanos, que descaracterizam Luanda, não tenham acautelado com a profundidade exigível sequer as necessidades em infra-estrutura para o seu adequado funcionamento, e menos ainda questões essenciais, entre as quais ressaltam a ambiental, a ecológica, a cultural, a geofísica e a socio-cultural, E PORQUE OS FACTOS NOS INDUZEM A CRER de que a vontade não é de, com rigor e sentido humanista, levar as pessoas e serviços a desconcentrarem-se, mantendo a ideia de refazer a cidade, mas se continua a centralizar edifícios que poderiam perfeitamente ficar situados na periferia, como é o exemplo flagrante da sede da SONANGOL, DEFENDENDO QUE todas as cidades têm a sua História, e a nossa não é diferente das outras, E PORQUE há que defender a História e o Património de Luanda, mesmo admitindo que já é um pouco tarde, mas ainda assim convencidos que um País sem memória física é um País à deriva, sem identidade, E PORQUE pela dimensão de alguns dos projectos que estão a ser implementados, parece-nos ser legitimamente exigível os estudos ambientais e a mais ampla discussão e auscultação públicas, num acto de verdadeiro respeito pela democracia, REQUEREM a suspensão das acções em curso, e uma análise exaustiva na procura de locais alternativos para o desenvolvimento de todos os projectos que não tenham em consideração a preservação da componente histórica da cidade, do que resta do nosso valioso património arquitectónico, que não é só a cidade dos séculos XVII a XIX, mas também dos edifícios mais significativos do Movimento Moderno. Assídua disse... Iniciativa louvável. É preciso "não deixar calar os bons". Será possível disponibilizar o abaixo assinado Online? Assim os "diasporenses" seriam também incluídos. Já basta deixarem-nos de fora nas questões políticas... 11 de Março de 2009 7:40 Gil Gonçalves disse... Sim! On-line bate bem. 11 de Março de 2009 10:26 Anónimo disse... Excelente iniciativa. Se tiverem a petição online, nós assinamos, com tanto de identificação e e-mail, se necesário. Agora, para quando uma forte campanha de esclarecimento públicda, de que o cidadão José Eduardo dos Santos, conforme a Lei Constitucional Angolana, já não se pode candidatar á presidência da República? Não acham que seria um grande favor para todo o povo angolano, incluindo nós, os militantes do MPLA? 11 de Março de 2009 12:13