No primeiro dia da minha terceira deslocação aos Estados Unidos (onde me encontro actualmente a convite do Departamento de Estado), a segunda depois do 11 de Setembro, visitei na mundialmente famosa Pensilvânia Avenue o NEWSEUM.
É um museu dedicado aos médias norte-americanos, mas não só. Considerado como sendo a nível internacional o mais interactivo dos museus, o NEWSEUM é uma das centenas (ou mesmo milhares) de estruturas do género que povoam a paisagem cultural dos EUA e muito particularmente da sua capital, a cidade de Washington DC.
No NEWSEUM encontrei Angola, por sinal muito mal representada, para não variar.
Encontrei Angola nos nomes de vários jornalistas assassinados no nosso país, por razões até hoje não esclarecidas. Ricardo de Mello é um destes jornalistas que representa pelas piores razões Angola no NEWSEUM.
Alberto Chacussanga da Rádio Despertar, assassinado mais recentemente, é outro rosto que fala da violência em Angola contra os jornalistas. Dos assassinados, Chacussanga é o único dos angolanos que tem “direito” a fotografia no mural dos profissionais desaparecidos ou feitos desaparecer em todo o mundo.
Encontrei ainda Angola representada no mapa mundial da liberdade de imprensa num continente onde o Mali, Gahana, Cabo-Verde e Mauricias, pintados a verde são únicos considerados países livres.
Depois existem mais alguns poucos pintados a amarelo, onde a liberdade é relativa. Angola faz parte do grande mapa africano pintado a vermelho onde não existe liberdade de imprensa. Esta secção do mapa é integrada pela maioria dos países do nosso continente.
É esta a imagem que o nosso país continua a vender no exterior…