O Semana em Actualidade (SA) não foi transmitido este domingo pela TPA por alegadas razões operacionais, depois de ter sido gravado sexta-feira de manhã.
Apesar de não estar em Luanda, custa-me engolir, de muito longe onde me encontro, esta “explicação”, porque já não tenho idade para acreditar em certos shows que se fazem com recurso à magia.
O Semana em Actualidade é recordista em “problemas técnicos”, sendo tal performance o resultado do imenso “carinho” que lhe é dedicado no seio da estação pública.
"Carinho" e... muito "apoio", a projectar uma situação do tipo "nonsense", mas que de facto, conhecendo nós como conhecemos os cantos casa, qual vassoura velha, faz todo sentido e mais algum...
Este, note-se, foi apenas mais um “incidente”, entre os muitos que o programa tem vindo a coleccionar ao longo dos seus últimos anos de existência, numa altura em que a direcção da televisão se prepara para o “liquidar”, informação que já tivémos a oportunidade de partilhar aqui neste morro.
O problema não é propriamente o desaparecimento do SA da grelha da programação da TPA, onde será, provavelmente, o programa decano, isto é, o mais antigo de todos, nesta altura.
O problema é a eliminação do seu espírito, um espírito que tem atormentado a cabecinha de muito boa gente dentro da própria TPA, onde figuram conhecidas raposas velhas da estação, algumas das quais têm com o jornalismo e a comunicação a mesma relação que o vendedor de banha da cobra mantém com o megafone.
Outras, de não inúteis, já nem esta relação conseguem estabelecer…
Isto, a par de outras guerrilhas mais pessoais na área dos ciúmes e da intriga palaciana, que se vão fazendo pelos seus viciados corredores com pontes para o exterior, para só ficarmos por aqui.
Fora da TPA as “tormentas” são ainda maiores, embora já haja um interessante debate ao nível da própria cúpula do sistema sobre a utilidade do espírito do SA para a própria estratégia do maioritário, que permanentemente tem a sua imagem (mal) colada ao controlo político/manipulação dos médias estatais.
Não é a primeira vez que o espírito do SA está a ser ameaçado de morte, confirmada que parece estar a eliminação física da sua letra.
Vamos ver o que acontecerá desta vez, pois também já vivemos num país onde nada é definitivo e tudo pode mesmo acontecer, ao sabor da conjuntura, como confirma a aparatosa queda de José Maria dos Santos do GPL, cerca de seis meses depois ter sido nomeado, com toda aquela fanfarra política, de que ainda estamos bem recordados.
Dois valiosos terrenos foram suficientes para retirar o jovem activista do baralho do sistema…