domingo, 21 de dezembro de 2008

Quem faz do mundo gato-sapato...

George Bush sem nunca ter ouvido falar de nós, acabou por seguir o nosso conselho aqui formulado muito recentemente quando lhe sugerimos que deveria começar em Bagdad o seu périplo do perdão. Nada melhor do que recordar a mensagem que lhe enviamos a partir destas colunas já lá vão duas semanas. Sugerimos a Barack Obama que convidasse George Bush (GB) a ocupar uma nova pasta a criar (outra sugestão da nossa lavra) e que seria o Departamento do Perdão.À frente deste novo pelouro, o trabalho de GB seria andar, durante os próximos quatro anos, por todas as capitais do mundo (sem nunca regressar a Washington) a pedir perdão e desculpas por todas as maldades internacionais que os Estados Unidos cometeram durante a sua administração e do seu pai, mas não só.Nesta peregrina função, a primeira capital que George Bush deveria visitar seria Bagdad, no Iraque.Ele sabe muito bem onde é que fica. Até sabia onde é que o enforcado do Saddam Hussein tinha escondido as tais armas de destruição massiva, que nunca foram encontradas, mas que serviram de pretexto para justificar uma das mais vergonhosas e destruidoras invasões que já fomos testemunhas nos dois séculos em que temos estado a viver. De algum modo GB antecipou-se e decidiu pedir desculpas aos iraquianos ainda como Presidente dos EUA. O resultado já todos conhecem. Uma nova fase da contestação política teve início com o incidente dos sapatos protagonizado por um jornalista iraquiano que decidiu não mais respeitar o princípio do distanciamento tão caro ao nosso métier. Os seus dois sapatos voaram em direcção ao texano que mostrou ter os seus reflexos fisicos em dia. A partir de agora vai ser à sapatada que a opinião pública e publicada deverá reagir contra todos aqueles que acham que podem fazer deste mundo gato- sapato. Sem sermos adeptos do novo “género jornalístico”, achamos que Bush mereceu por inteiro o “mimo” vindo de alguém que só pode ter chegado aquele extremo por uma razão. Ninguém gosta de ver a sua casa partida. Ninguém gosta de ver a sua casa feita em cacos. Foi o que GB fez no Iraque.