segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Para quando a eleição da nossa Diva da Zunga? (actualizado)

Estão abertas as inscrições para o efeito neste e noutros blogs da especialidade, que, eventualmente, venham a aderir a esta iniciativa de caracter humanitário, estético e ecológico. Desde já, aqui fica o convite para promoverem a nova "marca registada" da nossa exclusão social que não tem parado de se agravar a cada dia que passa, por mais que o discurso oficial e os seus megafones de serviço se esforcem por nos convencer do contrário. Bem que gostaríamos... O projecto "Diva da Zunga" destina-se a proteger esta bela e sofrida espécie humana, cem por cento angolana, da nossa turbulenta e altamente explosiva fauna urbana. Em causa está o perigo existente quanto à possibilidade da sua extinção imediata, de acordo com os planos de contingência dos nossos implacáveis fiscais já tornados públicos, em apoio à estratégia governamental de combate à pobreza, ou melhor, de combate aos pobres. Tais planos podem ser facilmente comprovados no dia-a-dia da nossa cidade capital, com a nova versão da guerra do kwata-kwata. O caracter ecológico desta iniciativa tem a ver com o facto da extinção da espécie zungueira, nos moldes em que foi programada, poder vir a ter um impacto devastador no seu eco-sistema da miséria. Como se sabe, as zungueiras são neste momento o único garante de subsistência dos seus numerosos e esfomeados filhos, sendo por esta razão fácil de avaliar o impacto ambiental que o seu desaparecimento provocaria na nossa paisagem urbana. Em nome da futura Diva da Zunga e todas as suas actuais companheiras de sofrimento, agradecemos desde já todos os apoios que lhes forem enviados pelas suas colegas de ofício, quer as nomeadas quer as recentemente eleitas. Consta, entretanto, por aí que as nossas zungueiras se estão a preparar para elaborar um abaixo-assinado dirigido a todos quantos fazem parte do grupo dos 30% que compra produtos de luxo em Portugal. A ideia desta movimentação é convencer os membros do distinto grupo a gastarem com elas e com os seus produtos, uma percentagem ínfima (ainda não calculada) dos milhões que transferem para o mercado português. Elas estão esperançadas no sucesso desta iniciativa, pois tiveram conhecimento que, no passado, muitos dos membros do referido grupo também foram pobres como elas e também zungaram pelas ruas da capital, vendendo, nomeadamente, diólo (metais como o cobre) mas não só. Outros vendiam roupas usadas nas obras e ainda havia outros que a sua especialidade era vender garrafas de vidro.