A oportunidade perdida seria a entrega este ano, a título póstumo, do Prémio Nacional da Cultura (PNC), conforme decisão inicial do juri, ao poeta Viriato da Cruz, o homem que em 1956 elaborou o célebre manifesto que daria origem ao surgimento do "amplo Movimento Popular de Libertação de Angola", do qual viria a ser o seu primeiro Secretário-Geral até a crise ter estalado com Agostinho Neto em 1962.
Confrontado pela ministra da tutela com esta possibilidade, apesar do regulamento do PNC não obrigar a um tal procedimento (excesso de zelo?), a mais alta hierarquia dos camaradas disse que não, que o prémio não deveria ser atribuído a VC e, ponto final... arranjem outro.
A segunda opção foi João Melo (JM) que aguardava a sua vez na bicha com João Maiomona.
De João Melo espera-se agora um gesto de recusa que, muito dificilmente, o autor de "O Dia em que o Pato Donaldo comeu pela primeira vez a Margarida" deverá adoptar.
Caso estejemos enganados em relação ao JM, aqui ficam lavrados os nossos encómios antecipados por uma tal atitude, que faria certamente a diferença pela vertical.