Nos idos de 70, na cartilha do MPLA aprendi uma coisa.
Em política nada se consegue sem luta.
Talvez esteja aí a explicação para a sua lendária palavra de ordem "A Luta Continua!"
Vem este "recuerdo" a propósito de tudo e de mais alguma, na sequência dos últimos acontecimentos que povoaram a nossa crónica.
A ideia desta reflexão é muito mais abrangente e não se esgota com este ou aquele protagonista. Os países também têm o seu património político que é feito de várias heranças quer pela contribuição dos partidos quer dos cidadãos.
Parece-me ser importante valorizar este património e tirar dele o melhor partido em prol do desenvolvimento multifacetado do país.
Do lado da UNITA e muito particularmente do seu fundador também vamos encontrar contribuições muito interessantes para o enriquecimento deste património.
A palavra de ordem "Primeiro os angolanos..." é apenas um exemplo desta contribuição para a afirmação da nossa própria angolanidade...
Em relação a "Luta Continua" e já na perspectiva da referida palavra de ordem ser parte integrante de um património que a todos pertence, enquanto angolanos, ela hoje está a ser muito mais utilizada (em termos práticos) por pessoas que não são afectas ao MPLA, tendo em conta a actual conjuntura.
Tem sido graças a esta luta contínua que o próprio processo de democratização tem avançado com todos os problemas que se conhecem.
É "normal" que os partidos (lideranças) quando se assumem o poder se transformem em forças de bloqueio, enquanto os que se mantêm na oposição adoptam posturas mais dinâmicas do ponto de vista das necessidades das transformações sociais que nunca estão completas.
Em Angola, como se sabe, o processo de democratização da sociedade, é como a procissão que ainda vai no adro.
Afinal de contas só agora vamos realizar as segundas eleições gerais (sem contar com as de 92) numa história que já tem mais de 35 anos de país independente.
As eleições para o poder local ainda estão no horizonte…