A ideia com que fiquei depois de, a "olhometro" ter feito a minha avaliação no terreno dos factos, tendo em conta a dragagem que está em curso, visando o aumento de terra firme para a construção de projectos imobiliários de luxo, é que a nossa mundialmente famosa Baía de Luanda está a ficar com cada vez menos água.
Por este andar da dragagem, a Baía de Luanda está a correr o sério risco de virar um miserável canal.
Não sei o que é que ficou definido no projecto aprovado após todas as revisões feitas, mas que a nossa Baía está a desaparecer lentamente, disto não tenho a menor dúvida...
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2-Depois de recentemente ter publicado aqui algumas fotografias sobre a Baía de Luanda com as minhas preocupações sobre o que julgo ser uma redução excessiva do seu "espaço vital", recebi da parte de fontes próximas ao empreiteiro uma reacção positiva.
Foi-me dito que o projecto tem permanentemente as portas abertas para prestar todos os esclarecimentos sobre todas as questões que eventualmente possam preocupar opinião pública/publicada.
Antes de mais era bom que ficasse claro que eu não tenho nada contra o Projecto propriamente dito, pois fui uma das pessoas que até emprestei a minha voz tendo em vista a realização do primeiro video promocional desta aposta na revitalização do casco urbano da nossa capital.
Foi a primeira vez na minha carreira que saí da minha "zona de conforto", depois de me terem tirado algumas dúvidas sobre os impactos sociais e ambientais do projecto. Devo confessar que me arrependi profundamente de o ter feito, pois acho que a minha condição de jornalista no activo me impede do ponto de vista ético/deontológico de me envolver em actividades do género, isto é, relacionadas com o marketing/publicidade/propaganda/campanhas/muitas outras coisas que põem em causa a independência e o distanciamento crítico que um jornalista deve sempre observar/salvaguardar/defender em nome do que deve ser a postura mais recomendável para alguém que escolheu o jornalismo como profissão.
Mas como o arrependimento não cura, nem resolve os problemas criados, só tenho que me lamentar por esta postura bem intencionada, mas totalmente equivocada, que assumi a dada altura no meu relacionamento com o Projecto Baía. Dito isto, devo agora(voltar) esclarecer que as minhas actuais preocupações com o Projecto estão apenas relacionadas com os espaços (super-valiosos) dos terrenos que do outro lado da Baía foram concedidos pelo Estado ao investidor a título de compensação/pagamento pela realização da obra pública que está a ser feita e que de acordo com as primeiras contas rondava os 200 milhões de dólares.
Fiquei com a impressão que até agora não foi disponibilizada a informação necessária sobre este acordo de compensação, que terá, certamente, discriminada a superfície exacta dos terrenos outorgados pelo Estado ao investidor.
Terrenos estes que estão actualmente a ser conquistados à Baía de Luanda pela via da dragagem. Para além da zona que fica em frente ao Panorama, sei que a outra área de intervenção das dragas é na Floresta.