quarta-feira, 15 de julho de 2009

Homenagem a Júlio Guerra com um recado a um cafajeste

É com algum atraso (cerca de um mês depois) que escrevo (publico) estas linhas de pesar e de homenagem para o Júlio Guerra de quem, nos idos de 77, fui subordinado no Jornal de Angola, quando ainda engatinhava nesta profissão. Contrariamente ao que aconteceu com a maior parte dos seus contemporâneos, alguns dos quais estão a regressar agora, mais de trinta anos depois, o Júlio Guerra foi dos poucos jornalistas brancos que ficou em Angola e nos ajudou a percorrer os primeiros e íngremes tempos do pós-independência com o seu conhecimento e com a sua experiência. O Júlio Guerra merece da minha parte este preito sincero, pelo grande e desinteressado contributo prático que soube dar ao jornalismo angolano, numa altura em que todos comíamos carapaus fritos, bebíamos bandejas de finos e não havia contratos chorudos para ninguém. O recado dos "contratos chorudos" é particularmente dirigido a um deles, por sinal o mais atrevido e mediático dos regressados e aquele que mais se tem destacado pela arrogância e o boçalismo com que se tem vindo a relacionar com alguns dos nossos colegas que têm a suprema infelicidade de trabalhar com ele no mesmo jornal, onde ele faz e desfaz, imbuído de um estranho complexo de superioridade, que, para além de traduzir um ego descomunal, parece reflectir algo mais grave e patológico relacionado com as taras raciais que herdou do seu próprio passado colonial, que começou nas terras do Negage onde terá acontecido o seu primeiro contacto com a banda, vindo não se sabe bem de onde. Como é possível um cafajeste destes, continuar por aqui a fazer das suas e depois de todas as patifarias, ordinarices e patetices que já protagonizou, é que é a questão mais preocupante. Um verdadeiro enigma. Mas como isto é Angola, é bem possível que ainda venha a ser nomeado Director do tal jornal, que é público, onde anda a infernizar a vida de meio mundo com a suas sabedorias saloias. Não se esqueçam que o seu plano incial (2006) de recolonização da nossa paisagem mediática, antes de ser corrido a pontapé da Média Nova, de acordo com o que o próprio linguarudo fez questão de tornar público no "Público", era trazer para Angola mais de 30 profissionais de Portugal... Os jornalistas angolanos seriam, obviamente, "promovidos" a categoria de contínuos, como é seu desejo antigo, já manifestado (reiterado) aquando da briga que manteve com o pobre do VS o ano passado. O seu complexo de colonizador não lhe permite até hoje reconhecer que já existem em Angola jornalistas angolanos que não têm nada a ver com o seu passado colonial e muito menos com os seus ancestrais. Continua a tratar-nos a todos por rapazes, que é o vocábulo mais "simpático" que encontra no seu bornal de insultos e ofensas para manifestar todo o ódio que nutre pelos profissionais angolanos. Estamos certos que Barack Obama não conhece esta peste. A semana passada em Accra se não tivessemos tanta certeza, diríamos que Obama já ouviu falar dele, tendo sido por sua causa que se lembrou do seu avô. "Alguns de vós sabem que o meu avô era cozinheiro de ingleses no Quénia e, embora fosse um ancião respeitado na sua aldeia, os patrões chamaram-lhe rapaz durante quase toda a sua vida"- Obama no Gana. [NA-Aos 67 anos de idade, o Julio Guerra faleceu em Lisboa vítima de doença (ataque cardíaco) no passado dia 14 de Junho.] 1 comentários: Fernando Pereira disse... Fico muito triste ao saber do falecimento de Julio Guerra, pessoa de grande caracter com quem tive o previlégio de ter colaborado no Jornal de Angola.Sabia que estava debilitado fisicamente, mas longe de saber que o seu estado adivinhava este desenlace. Como director do "Jornal de Angola", num tempo difícil da comunicação social, foi sempre um profissional dedicado e a promover os jovens que então por lá debutavam, e que hoje estão na direcção de jornais de referencia no País.Um adeus emocionado a um homem bom e a um profissional muito digno e coerente!Fernando Pereira 15 de Julho de 2009 12:12