segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PGR "corrige" tiro do Presidente dos Santos

[RNA- O Ministério Público já identificou algum caso de promiscuidade envolvendo titulares de cargos públicos na esteira dos pronunciamentos feitos pelo Presidente da República? PGR- Não. Assim de concreto não lhe posso falar de algum caso. Certamente Sua Excelência, o Presidente da República, terá falado por uma questão preventiva no sentido de alertar os gestores públicos para o cuidado que devem ter ao lidar com estas situações. -Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa, em entrevista este mês à Rádio Nacional de Angola
(...) «Devemos aprovar regras mais claras para pôr cobro a uma certa promiscuidade que ainda se verifica hoje. Um membro do Governo pode ser detentor de quotas numa empresa mas não deve ocupar-se da sua gestão nem desrespeitar o princípio da isenção, da imparcialidade no exercício das suas funções administrativas. Devemos corrigir todas as práticas negativas que afectam a imagem do MPLA. Estas são algumas pistas que deixo para aprofundamento posterior na firme convicção de que de facto faremos tudo para que o MPLA seja cada vez melhor e ajude o país também a mudar.» -José Eduardo dos Santos no CC do MPLA em Junho de 2008]
NA-Se isto não é "correcção" de tiro, que em política significa não estar bem de acordo, então arranjem-me uma outra expressão para classificar a avaliação feita pelo PGR aos últimos pronunciamentos do PR sobre a problemática da promiscuidade ao mais alto nível da governação.
Discordar é um direito que nos assiste a todos e com o qual estamos perfeitamente de acordo.
Já não estamos de acordo com o PGR quando ele diz que o PR não disse que havia promiscuidade.
O PGR tem, obviamente, que ser um bom entendedor para quem meia palavra deveria bastar.
Neste caso o PR utilizou muito mais do que meias palavras. Utilizou todas as palavras necessárias para denunciar a existência da promiscuidade praticada por vários titulares de cargos públicos.
O PR disse-o e com todas as letras.