quarta-feira, 14 de abril de 2010

Bilo entre o BPC e as Finanças

A RNA promoveu esta quarta-feira em directo um verdadeiro bilo entre o PCA do BPC, Paixão Junior (PJ), e o Ministério das Finanças a propósito dos atrasos que se registam com o pagamento dos salários da função pública.
Diante das anónimas e culpabilizadoras farpas que lhe foram enviadas da Mutamba, estando uma delas relacionada com a falta de capacidade do BPC para dar conta do imenso recado salarial, PJ teve que se controlar para não dar bandeira, mas disse que o assunto não ia ficar por aí, apesar de estar a lidar com o seu Patrão.
Entretanto e para não levar totalmente o desaforo para casa, PJ disse claramente que nem sempre o BNA tem tido dinheiro disponível nos seus cofres para prover a Conta Única do Tesouro (CUT) onde o governo tem os kwanzas depositados no BPC para pagar os seus assalariados. Não havendo tal massa, o BPC não pode pagar.
O dinheiro está a acabar?
Ou o kumbú já não regressa à proveniência conforme acontecia nos tempos da "esterilização ex-ante"?
No meio desta pública e inédita troca de galhardetes, ficou evidente que algo de mais profundo está a acontecer no sempre volátil reino das finanças públicas, depois da propalada estabilidade macroeconómica do passado recente ter já desaparecido do mapa.
De salientar que ainda ninguém do topo assumiu mais esta derrapagem da anterior estratégia governamental que tinha a ver com a tal de "esterilização ex-ante", quando a alta dos petródolares fazia o "milagre" dos kwanzas e alimentava o crescimento do PIB sempre a subir.
Depois do kwanza já se ter desvalorizado mais de 30% em relação ao dólar, gostaria que alguém me explicasse em que pé nos encontramos.
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3 comentários:
Anónimo disse... o dinheiro dos impostos do cidadao e os dinheiros da Pesca, do petróleo, dos diamantes, nao está a ir pra o cofre do Estado, está ser desviado pelo..... e seus serviços de apoio.Wilson Dadá, que tal das Eleiçoes Autárquicas, haverá ou nao? 14 de Abril de 2010 17:56 Gil Gonçalves disse... Há um avolumar de acontecimentos que prenunciam situações muito desagradáveis nos próximos tempos. Depois de atingirmos o zero, que mais nos resta? É que o descalabro é por demais tão evidente, que apenas dá para virarmos as costas e deixar andar? É assim que se processa a incerteza do nosso futuro? Todos a roubarmo-nos uns aos outros? Então não adianta mais citarmos a Guiné-Bissau, a Somália, o Zimbabwe e os outros confrades. Angola… volatilizou-se. 14 de Abril de 2010 21:30 JCRC disse... WD,Há makas de kumbú? Então os importantes investimentos do "Fundo Soberano oficioso" a.k.a Sonangol não andam a render nada? Pois, é o que dá investir por vaidade.Em altura de crise, ficou exposta a incapacidade dos nossos governantes (PR incluído). Como é que se explica aumentar taxas de juro quando se quer fomentar a economia não petrolífera? O ideal não seria facilitar o crédito? Um Estado com tanto património desnecessário não seria lógico desfazer-se de forma vantajosa de uma série de activos garantindo assim receitas extraordinárias? Não falo das habituais "privatizações em privado", mas em concursos que garantam o melhor negócio para o Estado.
Sugestão de activos para alienação:
1. BCI
2. Estádio Nacional da Cidadela (Com o 11 de Nov, vale a pena manter aquilo activo? Os terrenos valem ouro)
3. Hotéis do Estado
4. PRESILD (a preço justo e de forma aberta)
5. Edifícios de públicos subaproveitados 15 de Abril de 2010 09:54