A "dikota" Xana Aragão da Angop acabou por protagonizar o momento mais "tenso" da conferência de imprensa, ao questionar, de forma algo imprecisa, Carlos Feijó sobre a auto-atribuição por parte de Manuel Vicente, o PCA da Sonangol EP, de um por cento à sua pessoa, do capital de uma das subsidiárias do grupo, a nova SHPLS, criada para gerir todas as participações financeiras da petrolífera angolana.
O Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil da Presidência, Carlos Feijó, que dirigiu este primeiro encontro com a imprensa do novo Executivo, não se fez rogado e esclareceu Xana e todos nós que continuamos com a pulga atrás da orelha:
"A pergunta está viciada por falta de rigôr. Disse e mal que o engenheiro Manuel Vicente tem um por cento do produto do petróleo. Nada de mais infame se poderia dizer. Ninguém tem um por cento do produto do petróleo. Talvez, tecnicamente, a pergunta tenha sido mal formulada. Mas também nada me impede de esclarecer o seguinte: Do que se trata é de um mecanismo juridico-societário a partir do qual, para a constituição de uma sociedade, que é subsidiária, se utilizou como se faz em qualquer parte. O Presidente do Conselho da Administraçao da empresa para titular um por cento ou o que fosse, desta sociedade, mas ao mesmo tempo são criados mecanismos juridico-societários internos que bloqueiam o tiular dessas acções de livremente delas dispôr, por um lado, e por outro lado há uma espécie de renuncia de direito a resultados. É isto que foi feito."
O que é preciso saber agora é que mecanismos internos são esses e se eles têm o necessário respaldo legal.
O assunto continua a ter pernas para andar...