domingo, 11 de abril de 2010
O vigilante Cónego anda desconfiado...
Apolónio Dixit:
"Nós somos pobres mas podemos viver com dignidade a nossa pobreza. Nós sempre fomos um povo pobre, no sentido de que na nossa própria vida, do dia-a-dia, sermos modestos. Agora é que se está a ver toda esta onda de classes que a gente conhece. Mas ninguém está nesta classe, na alta classe, que não tenha vindo desta pobreza de que há pouco falei."
(...)
"Uma coisa é tapar a realidade e sermos hipócritas, e outra coisa é, na realidade que existe, trabalhar no sentido de vencer esta própria situação de nudez que se vive, empenharmo-nos todos. Mas há gente que prefere que o mundo todo fique a saber do estado de miséria para poderem ganhar não sei o quê, não sei qual é o ganho nisso. Daquilo que eu disse, daquilo que normalmente comunicamos como a realidade do país, muita gente não fica contente que pelo menos alguma coisa se está a fazer para se acabar com a pobreza, ou diminuir a pobreza e a miséria neste país."
(...)
“Eu não sei se tenho sido antipático para outros que não estejam no poder, eu sempre fui simpático para toda a gente. Não sei porque dizem que sou simpático com o poder, queriam que fosse antipático com o poder? Não sei. A minha qualidade não é ser antipático com as pessoas, sempre fui aberto às pessoas. Aqui na minha igreja sempre entraram pessoas de vários partidos políticos, e falo com eles. Assisto casamentos de indivíduos filhos de gente do poder e de gente da oposição, até de grupos de pressão social. Não sei em que é que me vou posicionar, uma vez que faço bem a toda a gente."
In "Grande Entrevista ao PAÍS"