quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mira Amaral “sossega” os seus novos colegas angolanos da pior forma

Para além das suas credenciais académicas, o engenheiro Luís Mira Amaral já foi ministro em Portugal durante os anos dourados do cavaquismo. É um homem experiente, que fala grosso, que ralha com o Bob Geldof, que agora faz oposição a toda gente, menos ao governo angolano. Mira está ligado a banca angolana por via do BIC-Portugal. Ouvi-o nos últimos dias em Luanda, com algum espanto, dizer que a banca angolana está completamente imune ao que se está a passar além fronteiras. Será que ele já fez as contas com o que pode estar a acontecer às centenas de milhões de dólares angolanos (das reservas do país geridas pelo Banco Central, mas não só) que foram investidos nos mais diferentes fundos e bolsas que andam por aí a colapsar? Esta referência não seria suficiente para Mira moderar o seu entusiasmo em relação às "imunidades" da banca angolana no seu relacionamento com a actual crise? Não seria mais aconselhável alertar os dirigentes angolanos para o que realmente se está a passar ou se poderá vir a passar, do que andar por aqui em conferências a dourar a pílula? É com a melhor das intenções que lhe coloco estas questões. Se me responder ficarei muito grato. Se optar por me ignorar não deixarei de continuar a escutá-lo com a atenção que sempre dispenso aos seus pronunciamentos em Portugal que se destacam pela frontalidade com que aborda as questões. Que tal transferir um pouco desta frontalidade para a (nossa) banda?