quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A pobreza franciscana de um debate parlamentar (rectificação)

Segui com alguma atenção as intervenções que marcaram a última plenária do debate parlamentar sobre o OGE para 2011. A minha impressão não podia ser a pior. Um nóvel deputado do MPLA usou da palavra apenas para agradecer o governo e o "camarada Presidente". Só faltou gritar umas inflamadas palavras de ordem.
Fiquei particularmente desiludido com a prestação da oposição (UNITA/PRS) que votou contra a proposta orçamental.
Em matéria de argumentos contrários estava a espera de muito mais, tendo em conta até que o debate estava a ser transmitido em directo pela TPA.
Do "aristocrata" Saviemba só retive as suas preocupações (que pelos vistos já são recorrentes) com o salário do Presidente da República.
O deputado Fontoura ainda tentou dizer alguma coisa com a questão colocada à volta do número de barris do petróleo angolano, mas ele próprio não percebia muito bem o quê que tinha escrito na sua cábula.
A declaração do voto da UNITA não deu para perceber quase nada em relação às razões fundamentais que levaram o Galo Negro a votar contra.
De uma forma geral sinto que os deputados não se preparam para usar da palavra com a necessária propriedade e acutilância.
O resultado só podia ser aquele que me foi dado a ver/ouvir na passada terça-feira.
(cont)
PS- Acho que cometi um penalty, pois durante a minha observação "escapou-me" algo de bastante importante em relação à prestação da UNITA.
De facto e por não ter observado a totalidade da sessão, não pude ver a declaração inicial que a UNITA fez na voz do deputado Jaka Jamba, onde apresenta as razões substanciais que a levaram a votar contra a proposta orçamental.
Assim sendo e para além desta penitência aqui fica o link(http://www.unitaangola.org/), que vos dará acesso ao conteúdo da mesma.