segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Chicoty ignorou a herança de Assunção
Esta semana "meti-me" com a nossa diplomacia ao chamar a atenção para uma questão que tem contornos algo polémicos.
Espero não ter arranjado sarna para me coçar nos próximos tempos, pois os sentimentos de vingança/retaliação andam agora muito à flor da pele, a traduzir os novos tempos que estamos com eles, onde os valores estruturantes foram substituídos pelos interesses conjunturais.
Referi-me no Semana em Actualidade da TPA à forma olímpica como a actual direcção do Ministério das Relações Exteriores liderada por George Chicoty (GC) ignorou a herança de trabalho que lhe foi legada pelo consulado de Assunção de Anjos.
Uma herança que esteve bem patente no vasto conjunto de diplomas que foram submetidos à apreciação do 4º Conselho Consultivo do MIREX, tendo sido a maior parte deles produzido pela anterior equipa, da qual Chicoty também foi membro, tendo em conta os 18 anos que esteve como Vice.
De facto e até porque o encontro acabou por aprovar uma moção de apoio à nova direcção do Ministério, não custava nada fazer uma referência ao passado recente da instituição que, pelos vistos, seria de todo merecida, quanto mais não fosse por respeito ao mínimo de solidariedade institucional e pessoal.
Ao que tudo indica e conforme já foi atrás mencionado, a referência justificava-se por muito mais, pelo que esta passagem ao largo está a ser interpretada como tendo sido também uma manifestação de ingratidão à mistura com alguma arrogância, dificil de entender entre pessoas que até pertencem à mesma sensibilidade politico-partidária.
PS- Na primeira intervenção que fez após a sua nomeação como ministro, George Chicoty criticou a embaixada angolana nos EUA, pela forma como geriu a informação sobre a maka que culminou com o encerramento das contas da nossa representação diplomática naquele país.
Nunca percebi muito bem a razão que levou GC a abordar em público um assunto tão sensível, sabendo ele com que linhas é que se cozem muitas das nossas encrencas, sempre na base das ordens superiores.
Ou será que estava completamente fora-de-jogo?