sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Jornal de Angola antecipa carnaval, mas dá-se mal
O Jornal de Angola saíu-se muito "malé" com o tal de "evalé" que produziu no seu laboratório para enfrentar as contundentes críticas que o Engenheiro Fernando Pacheco (FP) dirigiu ao Projecto Aldeia Nova (PAN) em resposta às loas anteriores que o seu Director, José Ribeiro, havia tecido no regresso de uma visita ao Waku Kungo onde deve ter conhecido o famoso Adelino Evale que depois veio em seu "pronto-socorro".
Há coisas que de facto eu não entendo à luz do século XXI e de todos os progressos que a nossa liberdade tem conhecido.
De facto, não consigo entender que depois do debate sobre o projecto Aldeia Nova ter tido inicio por mero acaso, o mesmo não tivesse prosseguido nos marcos da normalidade, sem o recurso à nenhum mascarado.
Qual era o problema de José Ribeiro ou do seu principal assessor (contratado junto da União Europeia), responderem novamente ao FP contestando os seus argumentos, com outros mais sólidos, sem terem necessidade de fabricarem o tal "evale" e sobretudo sem terem necessidade de recorrerem à agressão política gratuita?
Será que colocando no barulho um "genuíno" estavam a pensar que dariam mais força e mais autenticidade à defesa da sua dama?
Que complexo é este?
Não foi a primeira vez que FP criticou o PAN e pelos vistos não será a última.
Toda a gente, incluindo o Executivo, sabe que alguns dos grandes investimentos públicos feitos no sector produtivo e comercial têm sido uma verdadeira desgraça para o tesouro nacional.
Não vou aqui questionar o PAN, empreitada que tem à sua frente uma pessoa que eu muito estimo e aprendi a respeitar pela sua sabedoria quando em finais dos anos 80 abriu os olhos a muito boa gente com o seu inovador e revolucionário SEF.
Agora o PAN que ele dirige actaulmente não é nenhum santuário intocável para se fazerem romagens e lá se deixarem flores.
É apenas mais um projecto, como tantos outros que já passaram por aqui, por isso sujeito a apreciação de quem achar que está em condições de o fazer.
Claramente FP em meu entender é uma dessas pessoas.
Tivesse o país mais pessoas do nível do FP e com a sua frontalidade e honestidade noutros sectores da vida nacional, e mesmo com o acentuado défice auditivo que o poder político continua a exibir, melhor estaríamos hoje certamente.
O problema de Angola também é o nível do debate técnico contraditório das grandes estratégias de desenvolvimento.
A falta de um nível recomendável acaba por ser o grande ausente e o responsável pelas grandes "borradas" que têm sido feitas com o esbanjamento de colossais recursos públicos, sem que depois os seus responsáveis sejam chamados à pedra. Tudo prossegue normalmente, como se nada tivesse acontecido.
É por isso que o surgimento de pessoas com a lucidez de FP assusta muita gente que vive das "borradas".
Daí até à intriga e à encomenda é mesmo só um passo...