O rigôr jornalístico volta a ser tema de debate neste morro, na sequência de algumas histórias pouco rigorosas dadas à estampa na nossa imprensa nas últimas semanas, onde se inclui a on line. A que mais me preocupou foi a do ressurgimento de Fernando Garcia Miala e do seu regresso à "entourage" presidencial, que, ao que tudo indica, não tem nada a ver com a realidade dos factos. A "interpretação" feita pelo Jornal de Angola das palavras da SG do SJA, Luísa Rogério, à saída da audiência com Angela Merkel, sem qualquer citação das mesmas, foi outra referência que chamou a nossa atenção.
Este fim-de-semana as coisas podem-se ter complicado ainda mais com a "bomba" que se prepara para explodir no quintal de duas proeminentes figuras do Executivo. Não quero pregar sermões à ninguém, mas começa a ser difícil entender algumas "falhas" ao nível do contraditório e do cruzamento das fontes. O resultado só pode ser a imprecisão e a especulação, com todas as consequências que se adivinham negativas quer para o autor da matéria, quer para as pessoas referidas na história. Uma das máximas do jornalismo sensacionalista é: Se tens um "furo" (exclusivo), não percas tempo em confirmá-lo. Publica-o imediatamente. Depois logo se verá. Não é por aí que queremos ir, mas na prática é este o caminho que continuamos a percorrer em nome da lei do menor esforço e do jornalismo de encomenda. O outro jornalismo, o de investigação continua de férias...