Em termos de desempenho editorial, a direcção do Jornal de Angola voltou a atingir ontem o chão, ao atacar Luísa Rogério (LR), que para além de SG do SJA é grande repórter do matutino, em defesa da desconhecida Luna Chiara (LC), numa violação aberta do direito de resposta.
LR foi atacada de forma brutal e traiçoeira pela direcção do "nosso Pravda" quando exercia o seu direito de resposta, depois de ter sido acusada/agredida por LC de estar imbuída de "ma-fé" e de dirigir uma "organização política com uma agenda inconfessa".
A nossa lei diz que "a transmissão da resposta ou da rectificação não pode ser seguida de quaisquer comentários, exceptuando-se os necessários para identificar o respondente".
Embora a nossa lei seja omissa a respeito dos limites da "fidelidade política", achamos que desta vez a direcção do Jornal de Angola ultrapassou tudo quanto é barreira, tendo atingido a estratosfera do opróbrio.
Em defesa da sua dama a direcção do JA mentiu descaradamente em relação ao conteúdo da lei sobre o direito de resposta. Para além de ter inventado "expressões injuriosas" no texto de Luísa Rogério que não existem, o exemplo dado é verdadeiramente hilariante.
Considerar que alguém que se esconde num pseudónimo esteja no "pedestal de anonimato", uma expressão injuriosa é no mínimo tentar acabar com a liberdade de expressão neste país.
Depois e mesmo que tal expressão venha a ser considerada "injuriosa" o que só pode acontecer em juízo, a lei é clara ao responsabilizar apenas o seu autor e nunca o jornal que publicou.
Nada na lei permite que a direcção do JA comente um direito de resposta depois do mesmo ser aceite.
Nada, para além do vazio ético/deontológico que o JA está a criar, cobrindo-o depois de frases feitas e de grande efeito (a mais pura e degradante retórica) com que os seus editorialistas enchem as suas fábulas com apelos explícitos à repressão judicial e à auto-censura.
Os jornalistas angolanos de facto andam muito mal em matéria de companhias.
A auto-regulação está a ser substituída por carcereiros.